Capítulo 19 - Retorno

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2 semanas depois...

Eu havia conhecido os pais de Mendes aquele dia depois do final da festa de Aaliyah, me senti tão acolhida. Da forma a qual me sentia com minha própria família. A mãe dele, Sra. Karen era simplesmente um amor de pessoa e muito carismática. O pai, Manuel, também uma simpatia. Tudo explicado, era uma família incrível. Mendes me apresentando foi a coisa mais linda que eu pude um dia pensar em ver. Hoje já se aproximava do dia em que eu retornaria para a capital, eu iria deixar meu pai, Sofia e agora, Mendes. Mas eu queria e estava tentando que ele fosse comigo então dei início a um plano para conseguir realizar meu desejo.

─ Amor ─ chamei meu namorado que andava a minha frente, e que de imediato se pôs a me olhar.

─ O que foi linda? ─ respondeu.

─ Eu estava pensando... ─ fiz uma cena ─ Meu retorno para a capital está chegando...

O moreno havia parado a caminhada, estava posto de frente para mim, me observando enquanto eu falava.

─ É, eu sei ─ ele falou cabisbaixo ─ Quando é mesmo?

─ Na quinta. Minha mãe vem me buscar ─ falei.

─ Você não pode ficar? ─ ele fazia uma cara triste tão perfeita, eu lutava contra mim mesma toda vez para aguentar ─ Agora que estamos juntos você vai voltar ─ ele falou e seus lábios formaram um biquinho que não aguentei só olhar, depositei um selinho rápido.

─ Não fique assim! Olha... ─ sorri e chamei por ele, levantando seu queixo ─ Vem comigo. Tenho tanta coisa que poderia te mostrar lá e que você poderia conhecer.

Em um segundo sua feição pareceu reflexiva diante minha proposta e por um momento eu pensei ter conseguido convencê-lo logo de primeira.

─ Não acho que vou me adaptar na cidade Camz... ─ GOLPE BAIXO! Um apelido fofo, foi para me distrair.

─ Não vou te pressionar amor. Pense com calma. Vou torcer para os próximos dias passarem muito devagar ─ falei e sorri para meu amado que em troca, deixou um beijo doce em minha testa.

De fato, eu estava entristecida por já estar prestes a voltar para casa, não que não tivesse a casa de meu pai como minha também mas como cresci morando com minha mãe, acabei por me acostumar assim. Aquela tarde foi bastante tranquila, ficamos passeando pela praia e dessa vez como um legítimo casal, o que me deixava muito contente. Chegamos a encontrar Blaze durante o passeio mas Mendes deu um jeito de não deixar que ela fizesse uma cena desnecessária, o que ela tinha para dizer era apenas que eu o tinha roubado dela, mas depois eu soube que ele nunca esteve ou teve nada com ela. No fim, ela saiu correndo sem muito rumo pela praia.

─ É tudo culpa minha ─ murmurou ele e o olhei imediatamente.

─ O que você disse?

─ Esse comportamento dela... ─ ele soltou um respirar como se carregasse uma culpa imensa ─ Blaze não tem culpa por ser assim, eu sim sou o culpado.

─ Mendes eu discordo totalmente de você ─ eu estava bastante segura com aquelas palavras ─ Posso não conhecer ela a tanto tempo quanto você, mas se tem algo que eu sei é que você não tem responsabilidade alguma sob o comportamento de uma mulher adulta como a Blaze. O que você pode ter feito de tão ruim na vida dela para deixá-la assim? Ela me parece mais revoltada do que outra coisa.

Ele me observava e eu notei que ele buscava as palavras necessárias para me responder.

─ É complicado amor. E foi antes de você surgir na minha vida.

─ Seja como for meu amor. Ei eu não quero que você se responsabilize por algo que não tem obrigação alguma, tá me entendendo? ─ ele assentiu com a cabeça me dando um sorriso em troca.

Ficamos na praia até o pôr do sol e só então voltamos para a casa de meu pai. Mendes me deixou na porta de casa, e assim que eu estava segura com meu responsável ele seguiu para sua casa.

「🌈」

O dia tinha chegado. Eu iria, enfim, retornar para a cidade. Minha mãe já havia entrado em contato com meu pai para informar que ao mais tardar após o almoço chegaria ali para me buscar. Eu não podia negar que estava com saudades de minha mãe, mas ao mesmo tempo o que eu queria era ficar mais tempo ali. Mais tempo com Mendes. Inclusive eu teria que dizer a minha mãe sobre ele. Eu fazia minha higiene matinal quando ouvi os gritos de Sofia no cômodo da sala e fui correndo para ver o que havia acontecido. Me deparei com meu pai caído no chão.

─ Papai! O que houve? ─ perguntei assustada enquanto o apoiava em meus ombros ajudando a se levantar.

─ Faltou-me forças nas pernas filha, nada para se preocupar ─ falou ele.

─ Não me preocupar? O senhor vai passar com um médico sim senhor! Não saio daqui hoje sem ter feito qualquer exame para checar isso ─ ordenei.

Pedi a Sofia para me ajudar a levarmos nosso pai até o sofá, liguei para Mendes e pedi a ajuda dele para levarmos meu pai ao médico. No primeiro toque ele atendeu e em menos de meia hora estava em minha casa. Informei minha mãe via mensagem que assim que ela chegasse, fosse até o hospital passando em seguida o endereço.

Já no local, quando passamos pela recepção, meu pai foi recolhido por uma equipe médica para seguir com os exames necessários. Esperamos cerca de 2 horas e meia até os médicos surgirem pelo corredor e eu perguntar a cada um sobre a situação de meu responsável. Minha mãe não demorou muito a chegar do horário que havia dito que estaria ali. Com mais um tempo um doutor passou pelo corredor se digirindo até nós.

─ Algum parente do Sr. Alejandro Cabello presente? ─ ele olhava a ficha em sua mão e depois viu que eu, Sofia e nossa mãe nos aproximamos.

─ Oi doutor, é o meu marido ─ falou minha mãe "Como ele está?

─ Felizmente foi apenas um susto. Por ele ter uma limitação em uma das pernas devido uma antiga lesão no osso da tíbia ele perdeu por alguns instantes a sensibilidade do membro fazendo com que houvesse a queda repentina ─ explicou o doutor.

─ Mas meu pai vai ficar bem doutor? ─ perguntou Sofia.

O doutor apaziguou os ânimos lhe mostrando um sorriso.

─ Com certeza. Vocês podem entrar para vê-lo, só precisa ser rápido pois ele precisa de repouso.

O doutor nos guiou até a sala onde meu pai estava e nos deixou ficar uns minutos. Fora realmente um susto e tanto. Ele já parecia recuperado quando entramos na sala, tirando que a perna lesionada estava apoiada em um suporte ao alto da cama devido ter recebido uma cirurgia. Ficamos o tempo que o doutor havia nos liberado e depois recebemos o aviso de retirada. Papai deveria ficar em observação aquela noite então houveram mudanças nos planos.

Minha mãe seguiu para casa do meu pai com Sofia e eu fui com Mendes para a casa dele. Ficamos o tempo todo em estado de alerta para qualquer novidade que fosse de meu pai.

𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐀𝐒𝐓 𝐒𝐎𝐍𝐆 • 𝚁𝙴𝚅𝙸𝚂𝙸𝚃𝙴𝙳Onde histórias criam vida. Descubra agora