(...) "ouvi aquela voz e pedi aos céus que fosse uma miragem ou que eu estivesse delirando"
─ O que você faz de novo me perseguindo? Qual o seu problema garoto? ─ meu tom era de uma impaciência gigante.
─ Camila, me escuta ─ ele pediu se abaixando e se sentando ao meu lado ─ Eu sei que você está com raiva de mim, apesar de eu não ter-lhe dado motivos para isso, mas, por favor... ─ ele fez uma pausa e me olhou nos olhos fixamente
─ Vou fingir que não ouvi a parte do "não lhe dei motivos". Agora fala logo! ─ pedi impaciente.
─ Fique longe do Marcus ─ ele completou e sua expressão exalava algum tipo de preocupação a qual eu desconhecia. Quem era Marcus?
─ Quem é Marcus, Shawn? ─ indaguei.
─ O cara da outra noite ─ ele falou ainda com pesar ─ O que eu... ─ o interrompi.
─ Ah! O cara idiota que fez uma cena ridícula junto com você ─ falei sarcasticamente e ele me olhou.
─ Camila, é sério! O Marcus não é uma pessoa confiável e eu não quero que aconteça nada con você ─ ele falou.
─ Mendes, para sua informação, eu sei me cuidar e outra, eu não teria conhecido esse tal "cara perigoso" se você me falasse logo o que aconteceu no dia do acidente na igreja e o que o meu pai tem a ver com isso ─ eu falava com posse de minhas palavras.
─ Eu não posso. Você tem que entender isso.
─ A única coisa que eu entendo Mendes é que você é um influenciado sem noção. Com licença ─ falei me levantando e indo em direção minha casa.
Shawn rapidamente se colocou de pé e me segurou pelo braço, me fazendo virar bruscamente.
─ Por favor, me promete que vai ficar longe de problema ─ ele falou e em seu olhar eu via que ele estava querendo me dizer algo a mais mas, devia estar com muito medo para o fazer.
─ Não sei o que te faz pensar que eu vou atrás de problemas Mendes, mas fique tranquilo... Eu não costumo fazer esse tipo de coisa ─ respondi vagamente e me retirei de seu toque indo para casa.
No caminho para casa fui novamente surpreendida por outro chamado, mas dessa vez eu não conhecia a pessoa.
─ Ei, garota nova! ─ me chamou.
─ Pois não? É comigo? ─ indaguei a menina de estatura média, com cabelos longos e levemente desarrumado e com sua aparência não muito favorável.
─ Sim, você mesma filhinha de papai ─ ela falou debochada ─ Se eu vir você de novo perseguindo o Shawnie, eu acabo com você, está me ouvindo? ─ ela literalmente estava me ameaçando e eu não sabia se dava risada ou levava a sério, mas preferi ironizar a situação.
─ Aham ok, para sua informação, eu não persigo o Mendes. E segundo, Shawnie? Não soaria melhor um apelido menos infantil? ─ sorri sarcasticamente após minha resposta, claramente deixando a garota na minha frente sem palavras enquanto eu seguia para casa.
Finalmente ao chegar, papai já havia preparado o almoço com a ajuda de Sofi, então aproveitei para arrumar a mesa. Conversamos durante a refeição sobre várias coisas, principalmente sobre quando eu voltaria a compor. Eu sabia que no fundo papai estava triste por eu não compor mais músicas e eu queria dizer a ele que havia tocado outro dia, mas não me sentia segura ainda para voltar. Terminamos a refeição e eu e Sofi arrumamos tudo enquanto papai foi descansar um pouco.
─ Você descobriu mais coisas? ─ perguntou Sofi.
─ Nada ─ falei desapontada para minha irmã.
─ Camz, não acha que devia esquecer tudo isso e voltar a compor músicas? Papai está triste por você ter parado ─ ela disse.
─ Eu sei...Mas, eu queria saber o que papai tem a ver com esse acidente. Mendes não o procuraria para falar sobre se ele não estivesse envolvido ─ falei.
─ Ele deve só querer saber informações. Papai frequentava a igreja antes do incêndio. Mendes lhe pareceu a pessoa adequada para informar sobre o andamento das coisas ─ eu sabia que no fundo minha irmã queria que eu esquecesse tudo aquilo e por isso sempre dava conclusões para quando falávamos sobre o assunto.
A tarde passou e eu decidi não mais pensar nesse tal acidente. Sofi podia estar certa e eu estar indo atrás de coisas desnecessárias. Mas ao mesmo tempo, pensava no motivo pelo qual Mendes me pediu tamanha distância de Marcus. Esvaziei minha cabeça daqueles pensamentos e em meu quarto peguei meu caderno de composições que havia escondido embaixo do travesseiro e me supreendi por Sofi e nem papai tê-lo encontrado.
Comecei a riscar novos versos.
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𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐀𝐒𝐓 𝐒𝐎𝐍𝐆 • 𝚁𝙴𝚅𝙸𝚂𝙸𝚃𝙴𝙳
Fanfiction"Quando me aproximei pude ouvir um som vindo pelos fundos e sabia quem estava tocando. Furtivamente me aproximei de onde saía o som e então a vi. Ela tocava tão tranquilamente, concentrada em cada nota suave do instrumento." [L] Livre para todos os...