Capítulo 11 - Emoções

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No final da tarde daquele dia, depois de eu ter ficado algum tempo em meu quarto tentando escrever  alguns versos me peguei acordando de um breve cochilo que tirei. Olhei em direção a janela do quarto e já começava a escurecer. Ouvi um som tocar de fundo no ambiente da casa e então fui ver o que era. Era papai. Ele estava na sala do piano e tocava perfeitamente uma melodia clássica de Chopin. Ele tinha um dom tão grandioso, e eu me orgulhava por ter herdado o gosto pela música com ele. E por ele ter me ensinado tudo o que sei sobre. Ao passar das notas, meus olhos se enchiam de lágrimas. Era emocionante, de verdade.

─ Por que chora sorriso? ─ falou ainda com os olhos fechados em meio a melodia que tocava.

─ Você é incrível papai ─ falei com a voz embargada e sorri.

Ele tocou as últimas notas da melodia, quando finalizou me olhou com seus olhos terno e carinhoso.

─ Venha cá querida ─ disse ele me chamando para ir a seu encontro ─ Eu queria que você soubesse que por mais que seu pai lhe cubra com perguntas incessantes sobre sua pausa nas composições, eu não estou chateado e nem bravo com você.

Assenti.

─ Eu conheço a minha garota. Sei que tudo tem seu tempo na vida. E sei que você teve um motivo para tal acontecer e que fará o que tiver que ser feito em relação a tudo isso. Eu te amo com ou sem composições está bem? ─ falou por fim, sorridente e eu não consegui deixar de me emocionar ainda mais.

─ Ah papai...eu... ─ falei em meio as lágrimas e fui interrompida.

─ Papai, o Sr. Mendes está aqui! ─ informou Sofi em um grito vindo da sala.

─ O que ele quer aqui de novo papai? ─ perguntei na esperança dele me responder de uma vez, mas não deu certo.

─ Eu o chamei para conversar. Tente tocar um pouco ─ disse sorrindo e saiu para ir de encontro ao garoto que a essa altura, eu já detestava.

Fiquei algum tempo na sala do piano, mas apenas observando o instrumento. De repente, me surgiu a ideia de ir ouvir a conversa de papai e Mendes. E fiz exatamente isso. Fui sorrateira até a porta que dava acesso a sala da casa e ali me encostei, escondida, para tentar ouvir a conversa mas, ué! onde eles estavam?

─ Kaki ─ Sofi falou por trás de mim e eu me assustei. Minha sorte foi ter conseguido não gritar

─ SOFI! QUE SUSTO! ─ exclamei baixo.

─ Papai não ensinou que é feio escutar por trás das portas. Você não desiste disso? Estou começando a pensar que você quer arrumar algum problema ─ concluiu minha pequena irmã.

Sim, eu estava levando sermão dela.

─ Ok, me desculpe. Vou para o meu quarto ─ falei erguendo as mãos em sinal de entrega.

Fui para meu quarto, decidi tomar um banho e apagar aquele dia.

𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐀𝐒𝐓 𝐒𝐎𝐍𝐆 • 𝚁𝙴𝚅𝙸𝚂𝙸𝚃𝙴𝙳Onde histórias criam vida. Descubra agora