Capítulo 2 - Sinu

1.1K 81 1
                                    

Estava no meu quarto desde que havia deixado a mesa do café repentinamente durante a refeição matinal. Escutei batidas na porta e autorizei a entrada de quem batia.

─ Filha? Atrapalho? ─ indagou

─ Não...pode entrar ─ respondi ainda deitada em minha cama.

─ Meu amor, ainda está chateada comigo? ─ indagou.

Me sentei na cama, ficando cara a cara com minha mãe.

─ Não tô chateada com você mãe... ─ respirei forte ─ Eu só...podia ter me consultado sobre isso.

Minha mãe mostrou uma feição mais aliviada depois da minha resposta. Aproximou de mim me envolvendo em um abraço apertado, o qual eu também retribui.

─ Me desculpe ter decidido tudo sem te consultar ─ ela falou voltando a me olhar nos olhos ─ Se você não quiser ir tudo bem, eu dou meu jeito! Contrato uma pessoa para ficar aqui ou... ─ a interrompi.

─ Mãe, fica tranquila. Eu vou pro papai. Estou mesmo com saudades da Sofi ─ falei sorrindo.

Um sorriso se abriu no rosto de minha mãe e ela disse que me ajudaria com a bagagem. Seria, de fato, uma atividade e tanto, afinal eu não tinha muitas peças dedicadas ao calor, até porque morávamos numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos. Saímos a tarde para fazer compras e terminamos na sorveteria.

Quando retornamos para casa um envelope se encontrava na caixa do correio. Retirei a correspondência da caixa, abrindo-a.

"Querida filha,

Perdoe-me o método clássico em lhe passar notícias. Escrevo para dizer que fiquei muito feliz em saber que está vindo passar algum tempo comigo. Sabe o quanto te amo não é, sorriso?

Espero que nesse tempo possamos ainda mais aflorar no relacionamento e, quero dizer também que sinto falta das suas composições. Traga todas que fez por esses anos.

Um grande beijo,
De seu pai."

Uma lágrima escapou de meus olhos após ler aquela carta. Minha mãe, que estava ao meu lado observando minha leitura, decidiu falar.

─ Ele ainda lembra das suas composições... ─ ela disse e enxuguei as lágrimas.

─ É...mas eu não componho mais ─ falei e fui me retirando do espaço. Minha mãe vinha atrás.

─ Eu pensei que você gostasse filha ─ ela disse

─ Isso foi há muito tempo mãe... ─ respondi, deixei a carta em um móvel no corredor da casa e subi para meu quarto para terminar de arrumar minhas coisas.

Ao entrar no quarto, fui em direção a mala aberta no chão e logo me desfazendo das enormes sacolas com as novas peças. Coloquei uma música para tocar durante esse processo. Depois de um longo período de tempo, terminei de fazer a mala. No dia seguinte minha mãe me deixaria na casa de meu pai então, decidi que iria tornar esse tempo o mais breve possível. Fui até o banheiro tomar um banho e me preparar para dormir.


𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐀𝐒𝐓 𝐒𝐎𝐍𝐆 • 𝚁𝙴𝚅𝙸𝚂𝙸𝚃𝙴𝙳Onde histórias criam vida. Descubra agora