Ela, uma moça simples, sem recursos, nada sofisticada, mas com um coração de ouro.
Ele, rico, poderoso, tinha tudo, menos a felicidade de um amor.
Dois destinos que se cruzam, duas vidas que se completam.
Ela, apesar de não procurar por riqueza mate...
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Mia foi viajar e como o Sr Grey, pediu, entrei ao meio dia, confesso que é estranho trabalhar sem ela, apesar de que Sr Grey não me negou ajuda em nenhum momento, que me ajudou com os clientes e cobriu meu horário de janta, coisa que ele me lembrou, mas é estranho, estou sentindo falta dela.
O dia passou tão rápido, acho que é por que só parei para jantar.
Acabo de fechar o caixa, assim que o ultimo cliente sai e Sr Grey abaixa as portas.
- Não vi sua Tia aí fora.- fala, se aproximando do caixa.
- Ela me mandou uma mensagem, está com um pouco de gripe, falei para ela ficar em casa.
- E você vai sozinha, a pé?
- Sim.- falo acabando de contar o dinheiro. Coloco no envelope e lacro, como Mia me ensinou.
- É perigoso.
- Tudo bem, estou acostumada a andar.
- Não é certo, vou buscar a chave do carro e te levo.
- Não Sr Grey, não tem necessidade.
- Não tem discussão.- entra no estoque, indo para sua sala, recolho tudo do caixa, coloco em um malote e vou atrás dele.
- Aqui.- fico na porta da sala, ele pega o malote.
- Vá buscar suas coisas, te espero na porta da loja.
Vendo que não há o que discutir, vou para a sala, pego a minha bolsa, e nem me troco, já que vou de carro, o salto não vai me atrapalhar a andar, acho até bom, meus pés estão um caco de tanto ficar em pé e andar o dia inteiro.
- Estou pronta.- falo parando na porta, ele abre a de saída e saímos. Vejo-o acionar o controle e fechar a porta. Caminhamos para o carro dele, que abre a porta para mim. Entro e me sento, ele dá a volta e entra no carro, dando partida em seguida.
Fazemos o trajeto em silêncio, também penso que espécie de conversa teríamos, já que ele parece tão distante, fecho os olhos, penso se seria chato tirar um cochilo.
Escuto um barulho estranho, abro os olhos e vejo que é o celular dele apitando, um toque estranho, quase estridente.
- Merda!- exclama olhando o celular.
- O que houve?
- Entraram na loja.- olha para mim, sem saber o que fazer.
- Chama a policia.
- Pode ser um gato, já aconteceu antes, eles entram pelo teto, o alarme é sensível, te levo em casa e volto logo.
- Não, vamos para lá, o senhor verifica e depois voltamos.
Ele me olha, talvez ponderando, mas aí vira o carro e dirige rápido de volta para a loja.
Logo chegamos.
- Você fica no carro.- fala já saindo.
- De jeito nenhum.- falo e saio em seguida, ele me encara, parece sem paciência. Destrava a porta e entramos.
- Fique aqui.- fala ríspido, acendendo as luzes e entrando para o estoque, fico parada ali, mas meu coração acelera de tanto medo, me arrependo realmente de não ter ficado no carro. Sr Grey demora um século para voltar, começo a ficar nervosa, apesar de minhas pernas tremerem, resolvo ir atrás dele.
Passo pelo balcão e entro no estoque, vejo uma luz vindo dos fundos da loja, a porta que dá para a estufa está aberta, penso em caminhar até lá, quando sinto mãos agarrando minha cintura, meus ossos gelam, quando sinto o metal frio no meu pescoço.
- Quieta, sua piranha, eu sabia que você iria se tornar a puta dele.- escuto uma voz masculina e reconheço ser de José.
- Por favor, não faça nada conosco.- falo tremendo dos pés a cabeça, penso em minha mãe e o nervosismo só piora e piora mais ao ver Sr Grey entrando no estoque, para ao nos ver, seu olhar vai de mim para José.
- Deixe-a, sua conversa é comigo.- fala se aproximando mais de nós.
- Quietinho, senão acabo com ela e depois com você.
- Não precisa, você quer dinheiro, te dou o que quiser, mas a deixe em paz.
- Por que, não quer ver sua Puta avariada? – passa o revolver pelo meu pescoço, prendo a respiração com isso.- bem que desconfiei que você ia acabar a comendo, você a defendia muito, tanto que fui mandado embora por que a xinguei, não é?
- Pare de falar asneiras, vamos conversar.
- Não tem conversa, quero dinheiro, mas também quero fazer um estrago maior em sua cara, mas antes, vou brincar um pouco com ela e você vai assistir tudo calado.- sua mão desce pela minha cintura, alcança minha virilha, lágrimas de nojo descem pelos meus olhos, tenho vontade de fugir, mas sei que se fugir, ele vai acertar Sr Grey também.
- Por favor...- peço enquanto acaricia minha virilha, tento me esquivar.
- Largue ela!- Christian fala vindo para cima de nós, José me solta, me jogando no chão.
- Fica quieto aí!- fala apontando a arma para o Sr Grey.- seu maldito idiota!- José me puxa pelos ombros, me levantando e me colocando entre eles, posso ver o olhar de medo do Sr Grey, escuto sirenes.- desgraçado você chamou a policia!- José me empurra, e o vejo partir para cima do Sr Grey, com o dedo no gatilho, pronto para disparar, não penso direito, apenas entro na frente dele, o empurrando, ele sorri frio.- vai defender seu macho, vagabunda?- não tenho tempo de responder, escuto o disparo, fecho os olhos ao sentir a dor se espalhar pelo meu ombro, a dor queimando minha pele, o ar some do meu pulmão, meu coração acelera, escuto gritos, longe... Vejo minha mãe sorrindo para mim, sorrio também, sinto paz, a dor some, as lágrimas cessam, ela estende a mão, tento alcança-la, mas... Ela some em meio a uma escuridão, começo a chorar, a gritar por ela, que me espere, quero ir junto, mas ela não volta, e então, fico perdida, sozinha, sentindo frio, muito frio, as luzes vão se apagando, tudo fica escuro e frio, e eu fico ali sozinha e perdida.
