Ela, uma moça simples, sem recursos, nada sofisticada, mas com um coração de ouro.
Ele, rico, poderoso, tinha tudo, menos a felicidade de um amor.
Dois destinos que se cruzam, duas vidas que se completam.
Ela, apesar de não procurar por riqueza mate...
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Escuto vozes ao meu lado, sinto um carinho em meu cabelo, acho que não morri então, ou se morri, devo estar no céu, tento abrir meus olhos, vejo tudo embaçado, fora de foco.
- Ana.- escuto a voz de minha Tia. Tento olhar para ela, mas não consigo mexer a cabeça, tudo dói, meu corpo todo dói e minha cabeça lateja.
- Ela não pode se esforçar.- outra voz feminina fala, fecho os olhos de novo, sinto muito sono e me sinto ser levada por ele de novo.
Abro os olhos, vejo tudo melhor agora.
- Ana.- escuto a voz da minha tia, tento virar o rosto para ela, mas uma dor no pescoço me faz gemer.- calma, não se esforce, você está com pontos.
- Sr Grey?- pergunto assim que flashs do terror que vivemos naquele estoque vem a minha mente.
- Ele está bem, tem estado aqui desde o dia que você levou o tiro. Saiu para atender um telefonema.
Aceno com a cabeça, fecho os olhos, penso que me arrisquei demais, mas também não podia deixar aquele louco acertar Sr Grey, Mia ficaria mal.
- Ela acordou?- escuto a voz dele no quarto, abro os olhos e o encaro, está com os olhos inchados, a barba agora mais espessa, mal aparada e a mesma roupa do dia do tiro.
- Como você está?- fala se aproximando de mim, parando ao lado da minha cama, se inclinando um pouco, para que eu não precise me esforçar.
- Acho que bem.- falo tentando sorrir.
- Você não devia ter se arriscado.- fala em tom de censura.- mas obrigado por ter me salvado.- seu rosto agora é mais suave, quase nem o reconheço ali.- Mia vai te encher de beijos quando chegar.- dá um pequeno sorriso, que logo se desfaz.- talvez tenha alta amanhã.
- Que bom.- minha tia fala, acariciando meus cabelos.- aquela casa é muito triste sem você.- acabo sorrindo.- ela já acordou, se o senhor quiser, pode ir.
- Você está bem mesmo?- pergunta olhando para mim, faço que sim.- Ok, vou para casa, mas se precisar de algo, peça para sua tia me ligar.- faço que sim.- volto amanhã com Mia.- fala e se afasta, sorri aquele sorriso suave de novo, e eu retribuo, se vira e sai do quarto.
- Ele ficou muito preocupado com você.- minha tia fala, não respondo, fecho os olhos novamente, estou com sono, penso em dormir de novo e é isso que faço.
- Você ainda vai ter que ficar de repouso alguns dias, tomar cuidado com esses pontos.- a médica me instrui, enquanto minha Tia arruma minhas coisas para irmos embora.- volte daqui uns dez dias, vamos avaliar e ver se podemos retirar, mas até lá repouso. Mesmo que a bala passou de raspão, abriu um corte bem grande no seu pescoço.- ela toca no meu rosto, o virando um pouco e avaliando o corte, que desce de uma parte do meu pescoço até minha clavícula, suspiro em pensar que posso ficar com uma cicatriz ali.
