Ela, uma moça simples, sem recursos, nada sofisticada, mas com um coração de ouro.
Ele, rico, poderoso, tinha tudo, menos a felicidade de um amor.
Dois destinos que se cruzam, duas vidas que se completam.
Ela, apesar de não procurar por riqueza mate...
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-Como foi a aula? – Tia Melanie pergunta, assim que chego.
- Boa.- respondo e vou para meu quarto, guardo minha mochila e vou para o banheiro.
- Temos lasanha.- fala me seguindo até o quarto.
- Vou lavar as mãos e já vou.- falo me trancando no banheiro. A vontade de chorar vem de novo e me seguro. Faz três dias que tomei a decisão de me afastar da Floricultura.
Estou tão triste, não queria e nem posso parar de trabalhar e gostava tanto de trabalhar ali, sinto saudade de Mia, de Elliot e de Christian.
Fecho os meus olhos, seguro a pia com as mãos, abaixando a cabeça, o que mais dói é a falta dele, mas não podia continuar ali, não depois de reconhecer que Christian mexe de alguma maneira comigo. Passei minha vida toda, querendo ser amada, sentir amor por alguém, não terminar minha vida sozinha, como minha mãe ou minha tia, que apesar de se mostrarem felizes assim, sabia que no fundo elas sentiam falta de ter alguém. Mas também não queria que fosse com qualquer um e reconhecer que queria isso com Christian e que ele nunca vai querer isso comigo, me fez tomar a decisão de me afastar do trabalho, dele.
Abro os olhos, encaro meu reflexo no espelho, estou com olheiras enormes e meus olhos estão maiores ainda.
Tia Melanie vem fazendo de tudo para me alimentar, mas como somente para que ela me deixe em paz.
- Ana, a lasanha vai esfriar.- ela grita e sei que está no corredor. Lavo o rosto e as mãos, me seco e saio para a cozinha. Chego à cozinha e minha tia já está servindo o meu prato, me sento e a campainha toca.- vou atender.- e sai da cozinha, juro que ainda tento dar uma garfada, mas não consigo, tem um nó na minha garganta, que droga. Escuto vozes vindo da sala e uma me é bem familiar, me levanto de um pulo e vou para a sala, e o vejo, parado no meio dela, com um arranjo de flores azuis e brancas, parecem hortênsias, ele me olha e vejo em seu olhar a mesma emoção que vi há alguns dias atrás, mas agora ele não desvia o olhar e não faz questão de esconder nada.
- Olá, Ana.- fala e percebo que estava com saudades da voz dele.
- Oi Christian.- respondo.
- Sr Grey, aceita almoçar, fiz uma lasanha, o prato preferido de Ana.
- Não obrigado, só queria falar um pouco com sua sobrinha, pode ser?
Tia Melanie olha para mim e depois para ele, parece estar se corroendo de vontade de falar algo, mas balança a cabeça e vai para a cozinha.
- Sente-se. - falo apontando o sofá que ele se sentou da outra vez, ele se senta e me sento à frente dele.
- Não vai almoçar? Parece que não come há dias.
- Ainda sinto muita dor.- minto e mostro a garganta.
- Tem tomado os remédios?- faço que sim.- desculpe, são pra você.- me passa o arranjo que pego, o olho e admiro sua beleza.
