01 - Aquele em que Roger fica se lamentando;

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LONDRES, DEZEMBRO DE 1975


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Abri meus olhos e de imediato os fechei novamente ao acordar, a claridade me fazendo sentir em um golpe só a dor de cabeça e o peso de todo o corpo como consequência da noite anterior.

Aos poucos, minha vista se acostumou com a luminosidade e eu percebi que não estava em minha casa. Ao meu lado, uma mulher, era bonita, tinha o cabelo loiro e estava com a maquiagem borrada. Ambos estávamos nus, e gradualmente lembrei algumas coisas da noite passada. Ela me abordou depois de um show junto com outras groupies. Nada realmente novo em minha rotina. 

Levantei da cama tomando cuidado para não acordar a moça e comecei a procurar as minhas roupas. Encontrei minhas calças e o meu sapato, mas não pude encontrar minha camisa em lugar algum entre toda aquela bagunça espalhada sobre o carpete cinzento. Saí do quarto, e a porta dava para um longo corredor, onde, no chão, havia uma blusa de moletom com mangas longas de cor amarela que me pareceu familiar. Trouxe a peça para perto do meu rosto e sorri quando senti o cheiro do Freddie, meu melhor amigo, vestindo-a em seguida; como morávamos juntos, ele voltaria a ver a blusa, e não haveria problema.


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Eu realmente não fazia a mínima ideia de quem era o dono ou dona daquela casa, ou se Freddie estava lá, mas tinham outros quartos então presumi que ele poderia sim ter passado a noite ali também. Recolhi as coisas que identifiquei como minhas: cigarros, carteira e chaves. Tinha gente dormindo em todos os sofás e eu ouvia barulho do chuveiro vindo do banheiro.

Me apressei para sair sem que ninguém notasse minha presença, não me dando o trabalho de checar a minha aparência ou cheiro, quanto mais de me despedir. Nada de novo.

Abri a porta e do lado de fora fui atingido por um vento frio intenso, agradecendo mentalmente pela blusa de moletom, se eu tivesse encontrado minha camisa de tecido fino, estaria na pior. Eu só queria chegar em casa, afinal.

A rua movimentada indicava que já era meio-dia, e assim que o primeiro táxi apareceu, entrei e me direcionei ao Kensington.

No momento em que cheguei e pude entrar dentro de casa, desmoronei no sofá, acendendo um cigarro. Devo ter ficado uns trinta minutos fumando um cigarro atrás do outro apenas olhando para a parede coberta com um papel-de-parede velho de cor amarelada decorado com um padrão branco – não tão branco como provavelmente era quando novo – na minha frente. Havia o meu toca-discos, uma estante com discos e livros, uma linda costela de adão de quase um metro e meio de altura, e no canto o tapete vermelho com padrões em verde onde eu organizava todos os itens da minha bateria.

Vicious | Roger TaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora