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Deixei uma playlist no spotify (vicious, the soundtrack) para a fanfic no meu perfil aqui no wattpad e no meu twitter também. Enjoy xx.
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O meu corpo estava prestes a entrar em combustão espontânea. "Você está bem" eu retruquei mentalmente. Apesar de sentir minhas bochechas esquentarem – raiva –, eu apenas suspirei.
Ela ainda me olhava nos olhos.
É muito mais fácil contar a vida toda para estranhos, né? Depois de passar cerca de duas horas com ela, eu cheguei a conclusão de que Janis não estava interessada em mim. Não desse jeito. Qual jeito? O meu jeito. Então eu chutei o balde.
"Você quer mesmo saber se eu estou bem?" eu estava sério.
"Sim, Roger" ela disse, paciente. Eu suspirei mais uma vez.
"Você bebe, Janis?"
Ela sorriu e confirmou com a cabeça. Eu levantei e estendi a mão para ela levantar também. Fomos juntos até a cozinha, onde eu servi Southern Comfort (mas, Roger, você só bebe Southern Comfort? Basicamente, sim) em dois copos. Eu não sabia se ela gostava daquela bebida, mas era a minha favorita.
Eu sentei ao lado dela em uma banqueta, onde poderíamos conversar. Era por volta das 21 horas, a cozinha estava relativamente escura e a luz baixa era confortável. Achei que seria uma boa ideia aproveitar da disposição dela para me ouvir.
Inclinei meu tronco, ficando de frente para ela. Bebi um gole generoso e comecei:
"Eu não estou bem".
Ela continuou em silêncio, indicando que eu continuasse. Eu suspirei.
"Já tem alguns meses, na verdade. Eu fiz 26 anos em julho e desde então a minha vida é uma ladeira e eu sou um carro sem freios." Eu apoiei meu rosto em minhas mãos, com os cotovelos sobre a mesa, desejando um buraco para entrar e não sair tão cedo "... eu não vejo mais sentido em continuar a viver a vida como tenho vivido até então, você entende? Eu não gosto de fazer nada. Eu gosto dos shows e eu gosto de trabalhar no estúdio, mas quando eu não estou fazendo nenhuma dessas coisas eu... não aguento estar sóbrio", eu despejei esse caminhão de merda nela de uma vez só.
Ela bebia e me ouvia atentamente.
Ela continuava em silêncio.
Eu deveria falar mais. "Você provavelmente me acha um idiota, e ninguém, de um modo geral, me leva a sério ou confia em mim. Eu mesmo não confiaria" a minha voz foi ficando mais baixa "eu me arrependo de ter sido tão... irresponsável? É, eu acho que sim..."