"E quando eu vou ver o meu filho de novo? Roger Meddows-Taylor, eu estou morrendo de saudade de você, meu amor!"
Eu ouvia a voz estridente da minha mãe, que certamente segurava o choro, através do telefone. Com a cabeça escorada no braço, contra a parede, eu escutava pacientemente.
"Mãe, eu vou estar de volta no começo de maio... tá tudo bem! Eu vou trazer louças japonesas para você, você vai amar", eu sorri imaginando chegar na minha antiga casa com presentes para ela.
"Hm" ela disse, assertiva, como sempre "... eu não quero louças eu quero o meu filho!" ela fez um breve silêncio e eu escondi o riso "... ok, talvez eu queira as louças. Me traga muitos presentes!"
"Você vai enjoar de tantos presentes que eu vou trazer. Antes do Japão eu estarei nos Estados Unidos, e depois do Japão tem a Austrália. Vai ser incrível!"
Eu pude ouvir ela suspirar ao fim de um riso fraco. Eu pressionei o telefone com mais intensidade contra o meu rosto, como se isso fosse me fazer estar mais perto dela. Eu queria muito poder estar perto mais vezes, ela me amava muito. E eu a amava igualmente.
"Ok, Roggie, você tem se alimentado direito? Por favor, me diga que tem bebido menos!"
"Sim, eu tenho me alimentado muito bem, tenho comido bastante legumes, verduras e essas coisas que você sempre me mandou comer..." eu sorri lembrando da comida maravilhosa que a Janis preparava "... e eu não posso dizer nada sobre a bebida. Mas, eu realmente acho que tenho bebido menos. Eu não tive nenhuma ressaca no ano de 1976!"
Ela riu.
"E espero que mantenha assim. Recém é o dia 14 do mês de janeiro..., ainda tem muito do ano pela frente..., mas você está certo em celebrar as pequenas conquistas. Eu estou muito orgulhosa de você, filho. Estarei em casa torcendo por você, sabe disso. Sempre que precisar mamãe vai estar aqui", o choro era mais evidente agora.
"Eu sei, sim, mãe, obrigado por isso. Você vai ver, no final desse ano Queen vai ser a maior banda da Inglaterra, e seu filho vai estar lá. No final das contas, eu não precisei me tornar dentista" eu ri de leve, ela sabia que eu odiava aquela faculdade e, relutante, me deu apoio para trocar de curso e depois disso, insistir na música, "mas eu acho que é melhor eu desligar agora, preciso ajudar uma amiga com uma mudança..."
"Tudo bem, meu anjo" ela suspirou. Cheia de suspiros a dona Winifred "... antes de ir, eu lembro que da última vez que conversamos você mencionou que gostava de alguém. Você está namorando? Solteiro? Casado? Roger, você precisa deixar sua mãe saber dessas coisas!"
Se você ligar para sua mãe depois de muito tempo sem ver ela e ela não perguntar da sua vida amorosa, cuidado, não é sua mãe.
"Eu estou solteiro, mãe, mas sim, eu ainda gosto dela... eu... nós somos bons amigos, vai ficar tudo bem. Ela gosta de mim também."
"Amigos? É a sua amiga que está se mudando? Qual o nome dela? O que ela faz da vida? Quando eu vou poder conhece-la?"
"Ok. Mãe. Eu vou ser rápido, ela está perto e não quero que ouça. O nome dela é Janis. White. Morou durante um mês com Freddie e eu porque chegou dos Estados Unidos. Está se mudando para um apartamento no centro, agora que se estabilizou. Ela é fotógrafa e ilustradora. E eu gosto de verdade dela e um dia você vai conhece-la, eu espero. Mas pra isso eu preciso desligar e continuar tentando conquistar a moça, mãe, eu te amo, eu vou ligar pra você com mais frequência enquanto estiver viajando, tudo bem?"
