Tudo posto em risco

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Âmbar e Simon estavam tomando um café, após a mesma receber pontos no braço e estar com um curativo o envolvendo.
Andavam inquietos pelos corredores daquele hospital, quando viram Rey sentado ao chão, com a cabeça entre as mãos.
Âmbar: Rey! O que houve? (Apreensiva) Ajoelhando-se em frente a ele.
Rey: A Sharon... Nossos filhos... Tentava recuperar a voz.
Simon: Aconteceu algo? (Preocupado)
Âmbar só o observava temerosa.
Rey: A Sharon não está bem, isso é minha culpa, eu deveria ter insistido que viesse antes! Mal podemos ver nossos filhos... Eu não sei o que fazer! Engoliu em seco.
Âmbar: Vai ficar tudo bem, você não tem culpa de nada, minha mãe é forte. E meus irmãos com certeza herdarão isso dos dois! Tentando esboçar um sorriso confiante.
Rey: Obrigado Âmbar! (Desanimado) Levantando e a ajudando a levantar.
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Alfredo deixou Helena em casa, e ficou lá com a mesma, já que ela estava completamente abalada.
Fez um chá, a entregou, e sentou próximo.
Helena: Eu não queria isso pra ela, minha Silvana era meiga, tímida, um exemplo de menina... Era minha menina, minha pequena! (Chorando)
Alfredo: As vezes em um momento de fraqueza, nos deixamos levar por nossos mais profundos rancores. E permitimos que os fantasmas e monstros que habitam em nós, tome o controle, que vençam! (Triste)
Helena: Eu deveria ter cuidado mais dela, e proporcionado o melhor, talvez se ela tivesse te conhecido. Permiti isso, acabei contribuindo que minha filha criasse ódio do próprio pai, se sentiu rejeitada sem entender que não dei a oportunidade que a conhecesse!
Alfredo: Pare de levar a culpa sozinha, eu também tenho minha porcentagem de erro nisso tudo! Se eu tivesse sido sincero com você, se sequer tivesse voltado a te buscar... Eu te amei Helena, adoraria ter voltado a formar uma família, ter aprendido sobre zelo e respeito com você. Porque isso é o amor, e eu fui covarde de não o deixar me adentrar o coração! Errei com minha mulher, ela morreu cedo, adoeceu com tudo que a fiz passar... Minhas filhas, nunca as soube dar o devido carinho, e fui falho especialmente com Sharon. E agora Silvana, fiz com que quisesse matar seu próprio sangue! Deixando lágrimas de arrependimento rolarem por seu rosto.
Helena: Alfredo, eu também te amei, com todo meu coração. Sofri, mas fui feliz os meses que estivemos juntos! Amaria ter sido a mãe que suas filhas necessitavam, nunca tentando ocupar o espaço de sua mulher no coração delas. Silvana está assim por nossos erros, mas também porque quis se tornar isso... Não é justificativa, Lily e Sharon superaram todo o passado! E nunca é tarde, enquanto houver vida, há como consertar. Jamais poderá voltar no tempo, mas pode aproveitar o agora!
Ambos se abraçaram entre lágrimas, com saudade, com tristeza, e com sensação de recomeço.
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Âmbar, Simon, e Rey estavam na sala de espera. Faziam horas que não tinham notícia alguma de Sharon, dos gêmeos.
O medo tomava conta de todos, tanto deles que estavam no hospital, quanto dos que esperavam em casa.
Até que a médica obstetra apareceu, com o semblante cansado.
Os três logo foram ao seu encontro.
Dr.Rafaela: No parto houve complicações, pelo estado de saúde de Sharon, e por sua idade também, porém isso não interferiu tanto. Os bebês estão bem, como faltava ainda duas semanas para que se completasse nove meses de gestação, estão na incubadora... Apenas para terminar de desenvolver sem nenhum problema!
Rey: E Sharon? Como ela está?
Dr.Rafaela: Se encontra na UTI, em um coma induzido. Necessitamos usar este procedimento para que se fosse estabilizada a pré eclampsia, e as convulsões provocadas por essa condição, sem que viesse a ocasionar em uma parada cardíaca... Sharon precisará acordar por sua vontade, seu organismo precisará reagir aos incentivos do tratamento. Se tudo ocorrer nos conformes, em poucos dias, ou semanas ela despertará!
Âmbar: E se não?
Dr.Rafaela: Pensemos positivo, sim? Agora mais que nunca, Sharon precisa da força de vocês... E os gêmeos também! (Sorrindo)
Simon: Muito obrigado doutora!
Dr.Rafaela: Se quiser a ver Rey, é só passar pelo procedimento de precaução! Te acompanho. E os bebês encontram-se no berçário, do último andar.
Rey assentiu e seguiu a médica.
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Juliana havia acabado de dar de mamar a Alice, e de dar a mamadeira a Melissa.
Gary tentava com calma e cuidado pôr Melissa para arrotar, enquanto Juliana já balançava Alice para dormir.
Juliana: Gary! O admirando apaixonada.
Gary: Diga minha linda Juliana! Falou com um sorriso travesso no rosto.
Juliana: Já disse que te amo hoje?
Gary: Ainda não... Mas não precisa, nossos olhares estão sempre dizendo isso, um ao outro! Falou, aproximando-se e beijando com ternura sua cabeça.
Após colocarem as duas bebês para dormir no berço, ficaram abraçados as admirando.
Juliana: São tão lindas, pequenas, dependem de nós dois para tudo ainda! (Sussurrou)
Gary: Sim... São nossas filhas, nos completam agora! Sussurrou, a abraçando com mais força, e cuidado.
Até que o celular tocou, era Âmbar.
Os informou de tudo que estava acontecendo, e havia acontecido.
Juliana: Sabia que esse aperto no peito não é por nada! (Preocupada)
Gary: Calma meu amor, precisamos nos manter tranquilos, para poder ser um apoio para eles!
Juliana: Estou com medo por minha amiga!
Gary: Tudo irá melhorar, eu prometo! A abraçando.
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Rey entrou naquele quarto, Sharon estava outra vez ali, em uma cama. Inconsciente, ligada em vários aparelhos, e medicações. Com uma máscara respiratória.
Rey: Meu amor, me perdoe por não ter insistido... Beijou a mão da mesma com lágrimas molhando seu rosto.
Acariciou seu rosto pálido.
Rey: Volte para nós, nossos filhos precisam da mãe bem, e eu também te necessito! Por que mesmo quando é para estarmos felizes, não estamos completos? Seja forte, eu estou aqui, e não vou nem um segundo sair do lado dos três! São o único que tenho nessa vida. (Chorando)
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Âmbar olhava junto a Simon, seus irmãos pelo vidro do berçário. Os dois estavam despertos, quietinhos na incubadora.
Âmbar: Olha Simon... São perfeitos! (Emocionada) Segurando a mão do marido, e com a outra, tocando o vidro que a separava dos pequenos.
Simon: Sim, me lembram um pouco Sophia! (Sorrindo)
Âmbar: Ei! Podem me ouvir? Nem que seja um pouquinho? Reconhecem minha voz? Por favor, sejam pacientes, permitão-se o tempo de desenvolvimento, combinado?! A irmã mais velha aqui está os aguardando com todo o amor do mundo, logo conhecerão Sophia... Lembram que falei dela, quando ainda estavam na barriga da mamãe? É a sobrinha dos dois. Não esqueçam que os amo e espero aqui fora! Falou com os lábios em um sorriso trêmulo.
Simon: Com essa irmã que eles tem, terão forças suficiente para sair dessa, e ainda passar um pouco dela para minha sogra! Você é única meu amor, com esse doce coração, te amo tanto... Passaremos por mais uma, juntos, em família! E sairemos dessa, sempre vencemos os obstáculos... Mexendo nos cabelos da mesma, beijando-a com amor. Para logo se abraçarem.

Você me ensinou o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora