Capítulo XI

3K 277 31
                                    

(Pov Hope)

Paramos em um motel na beira da estrada e reservamos um quarto para descansarmos e esperarmos por Jenna.

- Jenna é filha de uma bruxa muito poderosa. Ela sabe tudo sobre magia, sempre estudou muito a respeito, mas não gosta de usar seus poderes com frequência. Ela me ajudou muito desde que eu era pequena, principalmente a controlar meus poderes. Também me ensinou um pouco de bruxaria. - Contei aos meninos, enquanto andava em circulos pelo quarto, ansiosa.

- E você acha que ela pode nos ajudar? - Sam perguntou.

- É um tiro no escuro, mas não custa tentar. Sem Cas, qualquer ajuda é bem-vinda, certo?

Como se invocado por seu nome, Cas apareceu no meio do quarto, e no mesmo instante cambaleou, sendo segurado por Sam. Ele estava perdendo sua graça, não poderia voar desse jeito.

- Cas! Você não deveria voar na sua condição atual! - Imediatamente o repreendi.

Cas, que ainda estava apoiado em Sam, olhou diretamente para mim, como se evitasse fazer contato visual com Dean.

- Precisamos conversar. Lá fora. - Ele disse a mim, que concordei e o segui até a parte de fora do quarto.

Cas começou a olhar para os lados, como se verificasse se alguém ouvia.

- Cas, qual o problema? Você está me assustando. - Disse, também olhando para os lados.

- Eu estava no céu nesse tempo que estive fora. - Isso explica por que eu não consegui encontra-lo antes. - Eles me deram um intimato. Eu posso perder minha graça e me tornar humano, sem volta, ou voltarei para o céu e ficarei lá até que todos que eu conheço estejam mortos. Até que Dean esteja morto. E então poderei voltar a terra. - Ele disse, com a cabeça baixa.

- Então basicamente você têm que se decidir entre continuar sendo um anjo ou não?! - Perguntei, incrédula.

Cas concordou. Eu não estava surpresa. Dean e Cas estavam destinados a estarem juntos. Eram almas gêmeas. Era esse o meu "poder secreto". Eu conseguia enxergar as almas saindo dos respectivos corpos e se entrelaçando. Era assim que eu sabia.

Todos tem almas gêmeas, mas nem todos encontram a sua durante a vida.

Isso não significa, entretanto, que você somente será feliz com sua outra metade, mas somente com ela você terá a felicidade plena.

Jack era a minha alma gêmea. Sabia disso desde o primeiro momento em que o vi.

Cas era a alma gêmea de Dean.

Simples.

Assim como o céu era azul e o sol nascia todos os dias.

Quando Chuck me visitou anos atrás, ele me perguntou sobre isso. Almas gêmeas não estavam no seu plano original, era algo que simplesmente acontecia. Foi assim que Chuck soube quem enviar para tirar Dean do inferno.

Eu, no auge dos meus 8 anos e sem entender muito bem o que estava fazendo, contei para ele sobre os dois.

Eu, por minha vez, sabia disso mesmo sem nunca ter visto Dean, pois uma vez, quando os céus estavam decidindo quem enviar para a missão, Cas visitou Dean, em outra casca, uma feminina. Através da cabeça de Cas, eu vi suas almas se entrelaçarem, e foi isso que contei a Chuck naquele dia.

Desde então, sabia que Cas estava destinado a cair, e pressentia que ele já sabia disso lá no fundo, afinal nossas mentes eram conectadas.

- Você sabe qual é meu poder secreto, não sabe?

- Sim. Eu estou na sua cabeça, lembra? - Cas respondeu, sorrindo. - É realmente bonito.

- Então. Talvez você deva levar isso em consideração para tomar sua decisão. - Sugeri, de maneira não tão sutil.

- Mesmo que Dean seja minha alma gêmea, eu não sei se daria certo. Eu não acho que ele esteja disposto a tentar fazer dar certo. - Cas parecia ter pensado muito a respeito.

- Bom, não posso tomar essa decisão por você. Você sabe o que eu penso, e nem precisa entrar na minha cabeça para isso. De qualquer maneira, você precisa falar com ele. Ele mereçe saber e ter a chance de lutar por vocês.

Talvez ele não merecesse, mas eu sabia que Dean seria o único que poderia convencê-lo a ficar.

Entraramos de volta no quarto. Jenna já estava lá dentro.

- Quando você chegou? - Perguntei, enquanto ia de encontro com ela para um abraço.

- Parecia uma discussão importante, não quis atrapalhar. - Jenna respondeu.

Era uma mulher muito bonita. Tinha aproximadamente 35 anos, e a atitude de quem sabia o que queria e o que estava fazendo. Eu sempre a admirei e  desejei ser uma mulher forte e independente como ela. Afinal, era meu único modelo feminino.

- Castiel! Você está horrível... - disse, enquanto o abraçava.

- Tem sido longos dias, Jenna. - Cas se justificou, um pouco triste. - É sempre bom te ver.

- Imagino que você já tenha conhecido Dean, Sam e Jack - Disse, apontando para eles.

- Ah sim. Já nos apresentamos. - Ela respondeu, dando um longo olhar em direção a Sam. - Então, podemos começar?

Better HalfOnde histórias criam vida. Descubra agora