Nine!¡

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— PASSADO.

Barulho.

Esse "sonzão" que todo mundo gosta, eu chamo de barulho. Pelo menos nesse período que estou passando, isso está infernal.

As meninas até que me deixaram bem arrumada, não sei para que, já que vou ficar sentada aqui a noite toda.

A primeira coisa que fizeram quando chegamos, foi ditar as regras, e até que são bem simples. Não quebrar nada, não ir para a parte escura da casa e piso superior apenas para usar os banheiros. A parte escura da casa é a dos quartos, no andar de cima.

— Eu vou buscar algo para a gente beber. - James diz e em seguida saí da mesa.

Susan ri maldosa.

— Acham que ele volta? - Helena pergunta debochada.

— Creio que não, as meninas provavelmente irão fazer uma bia recepção pra ele. - Susan comenta.

Nós rimos.

— Susan, acho que está escorrendo um pouco de veneno da sua boca. - Andrew diz ainda rindo.

Susan dá a língua.

— Se vocês me deixarem sozinha na mesa, juro que volto para a casa, entenderam? - Digo.

— Sim senhora capitã - Riem.

Reviro os olhos e começo a averiguar o local. Isso está uma merda.

James volta para a mesa com cinco copos.

— Olha, não é que ele voltou mesmo? - Helena sorri perversa.

— Helena, fica quieta vai - James diz "sem paciência".

Pego meu copo e começo a beber, esperando a embriaguez me atingir.

[•••]

Traíras. São todos traíras. Disseram que iriam ficar comigo, mas não vejo nenhum deles ao meu lado. Pelo contrário, posso ver Susan conversando com um pessoal meio rockeiro; James disse que ia ao bar, de novo e já até sei para o quê; Helena foi correndo ao banheiro vomitar, porquê é a mais fraquinha de todos em relação á bebida e até Andrew, não, você não entendeu, até Andrew me deixou só.

Nunca esperava isso dele, me trocou por uma dança.

Merda de festa.

Mas se eles pensam que eu vou ficar esquentando banco, estão redondamente enganados, principalmente porque preciso usar o banheiro. Se fosse para ficar sozinha, eu preferiria ficar sozinha em casa, então decida a ir ao banheiro e em seguida ir embora, me levanto junto da minha bolsa.

Começo a me esquivar do pessoal na pista de dança até atravessá-la, mas é claro que tem sempre aquele povinho que fica te encarando até você se sentir mal.

Subo as escadas torcendo para que nenhum dos meus amigos me impessam de ir embora, mas enquanto ando pelo corredor, sinto uma diferença sonora de um piso para o outro e isso me faz parar.

Droga, está tudo escuro, não há ninguém aqui em cima e ainda por cima a casa faz um som estranho.

Lentamente, começo a me abaixar e empurro o tapete um pouco para o lado, tentando descobrir o porquê dessa diferença de som. É quando vejo um risco em formato de quadrado e automaticamente percebo ser um alçapão.

Com medo de ser pega bisbilhotando, ajeito o tapete e me levanto, indo diretamente para o banheiro.

Por que a família de Hillary teria um alçapão? será que eles guardam o dinheiro ali? Não, isso seria antiquado, eles provavelmente possuem um cofre.

Depois de fazer minhas necessidades, olho para o corredor de onde vim, tentando enfrentar a curiosidade de parar e abrir aquilo e assim que me sinto pronta, começo a andar devagar até as escadas, sentindo minha mão suar frio.

Ouço o barulho do alçapão sob meus pés, e paro novamente, mas não resisto á minha curiosidade e me abaixo.

Olho a minha volta, e confirmo que ainda está vazio e escuro. Certo, se eu for fazer isso não posso deixar rastros.

Sem fazer barulho, abro lentamente o alçapão e começo a descer as escadas até o cômodo abaixo. Fecho a porta e procuro por um interruptor, o que não é tão difícil.

A visão que tenho é surpreendente, algo que nunca esperaria que a família de Hillary teria. Isso é tão estranho.

O cômodo se baseia em livros para todos os lados, como uma biblioteca. A biblioteca mais secreta e despojada que já vi.

Começo a andar pelo local, tentando descobrir porque da família Johnson ter essa biblioteca tão bem escondida.

Até agora, tudo o que vejo são livros e CDs completamente normais, quer dizer, alguns de edição limitada e alguns de edição especial, mas nada fora do normal.

Quando estou me preparando para sair da biblioteca, vejo uma capa de couro preto e um título estranho. Element. Pego o livro e abro a primeira página.

Espera, o quê?

Este livro pertence particularmente à Lissandra Ivy. Não ler.”

Okay, porque o nome de minha mãe está na primeira página desse livro? E porque raios esse livro está na casa de Hillary?

Fecho o livro e enfio dentro de minha bolsa. Teoricamente, esse livro pertence é de minha mãe, consequentemente, sendo propriedade minha também.

Olho ao redor novamente, para ver se não há nenhum outro livro de minha mãe, e acho uma caneta com as iniciais dela e um colar. Coloco tudo dentro da bolsa.

Apago a luz, subo as escadas do alçapão e fico esperando, tentando ouvir algum som de passos, ou de conversa enquanto aperto firmemente o pingente de meu colar.

Ao confirmar que não há ninguém no corredor, abro-o suavemente para não correr o risco de chamar atenção. Saio apressadamente da escada e olho para a mesma a procura de alguma coisa minha que comprove que estive aqui, e quando não acho nada, fecho a porta e ajeito o tapete.

Quando vou começar a andar até as escadas, ouço o barulho de alguém subindo. Eu poderia ser esperta e ter agido como se nada tivesse acontecido, mas me enfiei no primeiro quarto que achei.

Olho ao redor, e sorte a minha, está vazio e possui uma sacada. Vou até ela e percebo que esse quarto fica no fundo da casa, então se eu sair por aqui, ninguém me verá, já que estão todos na parte da frente.

Me preparo e pulo da sacada, para amortecer a queda, rolo por cima de meu ombro, o que acaba deixando ele dolorido, mas não quero ser pega então desato a correr até o primeiro ponto de ônibus que vejo.

Droga, infringi duas drogas de regras.

Elements;; [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora