Prólogo!¡

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— ATUALMENTE

Medo.

Medo e ansiedade.

Medo do que está por vir, é o sentimento que mais exerce poder sobre meu corpo agora. Uma quantidade tão enorme, que é quase palpável; consigo até sentir a adrenalina causada pelo medo correr em minhas veias.

Em um ato inconsciente, aperto o pingente de meu colar, que já não se encontrava mais em meu pescoço e sim enrolado em meu pulso esquerdo. Suando frio, fecho os olhos e suspiro, tomando coragem para dizer as palavras a seguir.

— Qual é a de vocês? Parece que só eu quero manter todos unidos! Eu estou tentando ser forte por todos nós! Estou tentando nos manter juntos, mas não vou conseguir fazer isso se vocês não deixarem.

Engulo o nó que se forma em minha garganta, me esforçando muito para não chorar, pelo menos não agora. Todos olham para o chão, como se estivessem envergonhados, e espero que estejam.

— Não quero acreditar de forma alguma que vocês esqueceram da nossa promessa, mas lá no fundo sei que vocês se tornaram egoístas o suficiente para deixar isso acontecer, por isso me forço a considerar a teoria de que vocês ainda se importam comigo, ou pelo menos com vocês mesmos.

Posso ouvir o barulho suave de uma garoa lá fora, e me concentro nesse som porque ele me acalma. Viro de costas na intenção de ir embora, mas paro no lugar.

— Por favor, lembrem-se de que apesar de tudo, ainda podem contar comigo. Eu também gostaria de saber que poderia contar com vocês, mas... por ora, só reflitam suas ações...

Sem dizer mais nenhuma palavra, começo a sair daquele cômodo e ao perceber que ninguém me impede para tentar me consolar, deixo as lágrimas rolarem sem limites pelo meu rosto, pois já passei tempo demais segurando-as.

A medida que vou me distanciando deles, aumento a velocidade de meus passos até estar correndo e sinto o que era uma garoa se transformar em um temporal. Praguejo por não ter trago um guarda-chuva, mas logo avisto um banco não muito longe de onde eu estava. Sento nele, e olho para o céu, me perguntando onde foi que eu errei para tudo isso estar acontecendo. As lágrimas e as gotas da chuva se tornam uma só, e mesmo sabendo da possibilidade de desenvolver uma pneumonia, continuo no mesmo lugar, pois já não me importo com isso, nem com minhas roupas extremamente molhadas e, consequentemente, geladas.

Simplesmente, não consigo me importar por nada, só quero acordar em algum momento e descobrir que isso é apenas um pesadelo.

Mas acho que não vai ser possível...

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