Ten!¡

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— PASSADO.

Já são três horas da manhã, e eu não consigo ler esse livro. Na verdade, se me perguntassem o que eu estou conseguindo fazer, é ficar sentada olhando para a capa.

Minha mãe morreu quando eu tinha 6 anos, e as lembranças que tenho dela era como a de uma heroína para mim. Ela era gentil, super alegre e gostava de tudo animado e colorido, o tipo de pessoa que você quer ter por perto.

Mas eu tenho medo de ler esse livro e descobrir coisas que talvez estrague essa imagem que eu tenho dela. Tenho medo de ler, e ver que apesar de não parecer, ela também deve ter tido problemas e dificuldades.

Suspiro e pego o colar que trouxe junto. Olho atentamente para todo o acabamento em ouro, e o símbolo do Yin-Yang. Sinceramente, isso é muito a minha mãe. Os detalhes delicados... tudo. O que me faz acreditar que o colar realmente é de ouro, é o fato de todos esses anos terem se passado e ele continuar dourado como nunca.

Suspiro e o aperto delicadamente, afinal, não pretendo o quebra-lo. Como já estou com o meu colar, coloco o de minha mãe ao redor de meu pulso.

Pego a caneta e analiso. Diferente do colar, ela é de um preto fosco com as iniciais de minha mãe. LI. Percebo que ainda não há o W de Winchester, então creio que ela usava antes de se casar com meu pai. Ainda na caneta, avisto um pequeno pingente de ampulheta e outro ao lado, representando o planeta Terra.

Suspiro. Droga, porque minha mãe têm de ser tão perfeita?

Suspiro e coloco seus pertences sobre a mesa de centro, novamente. Não consigo tomar coragem para abrir esse bendito livro, se apenas duas coisas suas me abalaram, pensa algo que ela escreveu?

Respiro fundo, pego meu celular e mando uma mensagem para Andrew, que provavelmente será o menos bêbado, dizendo que já estou em casa e que nunca mais irei confiar neles.

Junto as coisas de minha mãe e tranco numa gaveta em meu quarto, logo em seguida me deito para dormir.

[•••]

— Mamãe que lugar é esse? - Digo animada, batendo palminhas.

— Esse lugar é muito importante para a mamãe, filha. É o jardim mais lindo do mundo, não acha? - Ela pergunta, me olhando.

Olho ao redor e posso ver a grama verdinha, um pouco molhada devido a chuva dessa noite, também vejo o céu em um tom de azul e laranja incrível, as árvores cheias de frutos e algumas flores ao longo da extensão.

— Sim! - Respondo sincera.

— Tem que ver o pôr do sol. Fica melhor ainda.

Sorrio ao ver mamãe tão alegre. O sorriso dela é tão bonito!

— Mamãe, quando eu crescer vou ser bonita como você? - Pergunto pensativa.

Ela ri.

— Vai! E vai ser ainda mais bonita. Os meninos ficarão loucos! - Ela dá uma risadinha e eu faço uma careta.

— Meninos, eca.

— Mas nem pense neles agora, só quando crescer, ouviu mocinha? - Assinto - Primeiro você têm que estudar, dominar sua inteligência todinha, para então você se casar e ter sua família, certo?

— Hmm... tudo bem! Se isso vai deixar a mamãe feliz, então eu vou ser muito inteligente.

Pulo no colo dela e ela me abraça.

Elements;; [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora