Posfácio

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Dois anos depois

O calor se apossava do recinto apertado. O tamanho era mais do que o suficiente, visto que nenhum movimento jamais seria feito. A madeira grossa quase encostava no crânio, e os barulhos de fora não conseguiam penetrar o interior da grande caixa, pois a terra acima abafava qualquer ruído. O silêncio combinava com a escuridão, e ambos acrescentavam uma paz agoniante ali dentro.

O dia estava ironicamente claro e belo. O canto dos pássaros acrescentava uma perfeição excêntrica ao som da natureza. O gramado verde estava bem aparado e as poucas pessoas que estavam ali, bem vestidas.

Uma mulher vestida elegantemente se aproxima de um homem consideravelmente acima do peso, de roupa preta, praticamente da mesma altura que a dela.

— Fizemos o que deveria ser feito.

— Sim...

— Ela faria doze anos hoje.

— Eu sei...

Um pouco a frente, havia uma pedra média retangular cravada na grama, exibindo o que costumava ser o principal elo entre eles, com letras grandes e extravagantes esculpidas no centro.

Em amor à memória de - Giannina Lombardi Carvalho

O Conto de NinaOnde histórias criam vida. Descubra agora