Caindo de amor- Parte I

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Nota da autora: escutem a música

(Tessa Narrando)

- Não mesmo. Mas não é só a minha pouca vida, e a sua eternidade, Apolo. Que está em jogo.- digo.

- Que?- pergunta Apolo, se afastando de mim.
No fundo, eu não desejava ser imortal, se a beleza da vida...é a morte. Os deuses acham que a imortalidade tem beleza. Ver florestas sendo destruídas, pessoas nascendo e morrendo. Não vejo beleza nisso.

Apolo olha para o céu, voltando o seu olhar para mim.

- Tessália...- ele diz, com os seus olhos ficando dourados.- Você tem literalmente, o poder da escolha. Ser eterna, ou não.- ele diz, tentando segurar o grito que estava em sua garganta. Dou um meio sorriso, sentido o vento gelado no meu rosto.

Fecho os olhos e, aprecio a brisa.

- Sou eterna enquanto vivo.- digo, indo até a ruína.- Apolo, você tem literalmente a eternidade na sua frente. Eu não...- digo, tentando ser delicada. Eu sentia um nó na garganta, ele estava me fazendo escolher.- Todos os seus amores, morreram.- digo, mas não cito nomes. Ele abaixa a cabeça e lágrimas saem de seus olhos.
E uma dor chega no meu peito. Não me aproximo, por não saber como confortar alguém nessa situação.

- E você se vai também...- ele diz, gritando. Uma Luz forte emana de suas mãos.
O sol estava ficando mais forte, comecei a agonizar. Ele estava ficando descontrolado.

- APOLO...- grito, percebendo que ele não me ouvia. Eu tinha que parar ele.
Me regenero e invoco a minha foice, jogando em sua direção, fazendo com que pegasse na sua jaqueta, o levando ao chão.
Me aproximo e vejo que ele chorava, puxando os seus cabelos.

Não consigo ver ele assim. Penso

- Olha para mim. - digo, me ajoelhando. Apoiando a sua cabeça em minhas pernas.- Com os seus milênios e meus 18 anos de idade...- digo, brincando com os seus fios.- Sou bem madura, você não.- digo, desabando em lágrimas.

A sua feição se tornou de preocupação, fazendo com que ele levantasse, sentando na minha frente.

- Com os meus três milênios.- ele diz e olho com uma cara de dúvida.- Talvez cinco...não tive a chance de amadurecer, por sempre pensar que tenho a vida toda para isso. Pois tenho.- ele afirma, com pesar.- Mas você está certa, Tessa.- ele diz, tocando o meu rosto.
Não recuo, apenas aprecio o seu calor na minha face gélida.

- Eu sei que estou certa.- digo e ele sorri.- Preciso ir...- digo me levantando.

Ele me acompanha rapidamente e nos teletransporto.

Quarto de Tessa

Me jogo na cama e, abraço o meu travesseiro, respirando profundamente.

- Eu...vou indo.- diz Apolo, apontando para a porta.

Ele estava nervoso. Talvez, por eu não ter deixado claro o que sinto pelo mesmo.

Me levanto, andando até ele. Ficando a quatro palmos de distância.

- Sei que quer uma resposta.- começo, colocando as mãos no meu casaco, desejando me esconder nele.- Mas eu não sei. Os únicos lugares que frequento é a minha casa, o tártaro, a casa do meu tio Hades, Campos Elísios, e o Olimpo.- começo a enumerar e, sei que eu estava falando rápido por conta do nervosismo.

Ele me observa e vejo o brilho nos seus olhos. O que eu amava encarar, achando que estava colocando medo. Me lembro do toque, que eu dizia ser agonizante. Mas sempre esperei por esse...
Ou quando eu me preparo para receber uma de suas piadas sem graça, suas diversas feições e os seus raros momentos de reflexão.

Talvez. Só talvez. Eu sinta algo por ele.

- Tessa?- ele pergunta se aproximando e eu travo.

Eu não fui treinada para isso.

- Eu

Ele toca no meu rosto e acaricia. Fecho os olhos e respiro fundo.

- Preciso de uma resposta.- ele diz, como se fosse um adolescente em seu primeiro encontro.

Abro os olhos e, olho para a sua boca. O que faz com que eu tenha que olhar para cima, por ele ser mais alto.

- Acho que você já tem uma resposta.- digo e faço voo noturno aparecer, para que eu voasse, ficando na altura de Apolo.

Ele sorri, me olhando encantado.

- Não tinha essa parte na profecia.- ele diz, segurando na minha cintura e juntando os seus lábios nos meus.

Eu sentia uma eletricidade passando pelo meu corpo, e uma necessidade de tocar em seu rosto. E foi o que fiz. Em  meus pensamentos, o meu primeiro beijo não seria no meu quarto, muito menos com Apolo.
Não sinto borboletas no estômago, mas sinto como se tivesse uma guerra dentro do meu ser. Ele aprofunda o beijo, e tento acompanhar. Mas paramos por falta de ar.

As minhas asas desaparecem, o que faz com que eu pise em falso no chão.

Ótimo

- Isso foi...um beijo.- sibila Apolo, me olhando.

- Acho que sim.- digo sorrindo

" Oh, pobre garota. O mundo é cruel demais pra ti.
E você tola para ele.
O amor te engana tanto.
Espero só, quando for ferida por ele"

《《《《《《《《《◇》》》》》》》》

Continua...

POSTEI. O que acharam?

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