Nova Iorque – 8 a.m
- Bom dia, chamo-me Annalise e estou pronta para começar os meus serviços consigo.
Tão rápido pronunciava tais palavras e tão rápido ouvia uma gargalhada que depressa me fez esboçar um leve sorriso.
- Eu estive a noite toda às voltas na cama a pensar numa boa maneira de me apresentar. – disse, suspirando logo de seguida e deixando o meu corpo cair na minha cama em que a Lianor, a minha melhor amiga e também companheira de quarto, estava deitada, ainda a rir da minha "tentativa de apresentação".
- "Os meus serviços"? Vais estagiar ou tentar levar o teu patrão para a cama? – brincou, e eu de imediato arregalei os olhos e dei-lhe um encontrão.
- Eu sou profissional, nunca me ia envolver com o meu próprio patrão.
- Nunca se sabe, até podes ser a próxima Anastasia. – levantei-me da cama, após dar uma risada devido à sua referência.
– Tenho de ir, não me posso atrasar no meu primeiro dia.
Em frente ao espelho ajeitei a minha saia, puxando-a ligeiramente para baixo, e sorrindo para mim mesma, tentando, de alguma forma, esconder o nervosismo por ir estagiar para uma das empresas mais conceituadas a nível internacional.
A Lianor levantou-se e abraçou-me. "Vai correr bem", ela sussurrou, depositando um beijo na minha testa.
O Uber já tinha chegado. Estava na altura.
[...]
Nova Iorque – 9 a.m
Saí, atrapalhadamente, daquele carro e deparei-me logo com um longo edifício todo revestido de branco, que devia ter, sem exagero, mais de trinta andares. Através das enormes janelas, viam-se imensos escritórios dos vários trabalhadores que a Edwards' Company empregava. É difícil obter a oportunidade de conseguir um estágio nesta empresa – e só eu sei qual foi o meu espanto e felicidade quando recebi um e-mail a convidar-me para ir para lá, há duas semanas.
Dei uma corrida complicada, por causa dos saltos que usava para disfarçar a minha altura, até à entrada do edifício, focada no meu relógio de pulso que marcava as nove horas e cinco minutos: estava atrasada 25 minutos – o trânsito de Nova Iorque é horrível e tinha, com toda a certeza, que arranjar forma de chegar mais rápido. Uber estava fora de ideias.
O interior da receção era completamente iluminado e tinha, também, uma dimensão exorberante. Tive que parar cinco minutos para respirar fundo e procurar com o meu olhar alguém a quem podia, eventualmente, pedir informações sobre a que piso me devia dirigir para me encontrar com o Mr. Styles.
Uma senhora saía do elevador com várias pastas pousadas nos braços e eu já me estava a preparar para me dirigir a ela, até que senti um ardor imenso nos pés, era...
Café. Não posso crer, café!
- Fod*-se. Desculpa. – elevei o meu olhar para encarar o rapaz de cabelos curtos e pretos e com uns olhos desesperadamente castanhos. Estava vestido a rigor, com uma camisa branca e umas calças e sapatos pretos, levando-me a crer que trabalhava também ali. Ele equilibrava numa mão o café, agora somente metade cheio e na outra umas fotocópias com umas pingas do mesmo.
- Ah, ahm, não tem... - gaguejei, envergonhada com a situação, olhando, rapidamente, para o meu relógio de pulso, relembrando-me, assim, do quão atrasada estava e da grande possibilidade que havia de eu ser despedida precisamente antes de me ser atribuída qualquer tarefa.

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boss - hes
Hayran KurguEle consegue controlar as milhares de pessoas que trabalham para ele, mas não consegue controlar os sentimentos pela nova estagiária da sua empresa.