O que é amor?

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Humanos são realmente criaturas interessantes, diferente de nós, de outros clãs, eles são fracos e não vivem por séculos, não há poder mágico em seu povo somente um líder que cuida de todos.

Está é a única coisa que se assemelha aos outros clãs, todos nós temos um líder.

- Você gosta de observar os humanos, não é?

Viro o corpo em direção da voz e me inclino para frente, cumprimentando a fada.

- Olá, princesa Gerheade.

- Deusa Elizabeth - Ela sorri e para ao meu lado olhando para a aldeia dos humanos - Você não respondeu minha pergunta.

- Eu os acho interessante - Respondo e ela me olha de esguelha.

- Acha que são interessantes?

Movimento a cabeça suavemente em concordância e ela suspira apoiando seu cajado na terra úmida pelo sereno da manhã.

- Humanos não são interessantes, são complexos - Ela diz cética - Alguns são cruéis e outros bondosos, mas uma grande parte deles é corrompido por pecados.

- São complexos? - Murmuro - Assim como os demônios?

Gerheade vira rapidamente a cabeça para me olhar, que tenho a impressão de ouvir um estalo do seu pescoço.

- O que disse?

- Você disse que humanos são cruéis e complexos, assim como os demônios são?

- Não, esse clã é pior - Ela franze o cenho - Uma fada me contou que te encontrou ferida na floresta você teve muita sorte de sobreviver, Elizabeth. O demônio que lhe infectou com o miasma estava fora de si, visto a destruição que causou.

- Eu só ganhei algumas escoriações - Encolho os ombros.

- Elizabeth, evite trombar com um demônio, um ser imaculado como você não deve ter contato com eles.

Concordo e deixo de fitar algumas crianças para observar o céu, a companhia da irmã do rei das fadas é confortável até mesmo em silêncio.

Ela se senta ao meu lado e solta um risinho baixo ao ver duas crianças rolando no chão em uma briga sem sentido, uma mulher se aproxima e briga com os dois, forçando-os a darem as mãos para fazer as pazes, o menino mais baixo agarra a saia da mulher e choraminga esfregando o machucado em seu joelho, sua mãe acaricia os cabelos castanhos do menino e sorri amável para ele.

- O amor é tão bonito. - Gerheade murmura e eu junto as sobrancelhas.

- O que é amor?

- Não temos uma definição para o amor mas você pensa naquela pessoa o tempo todo, a protege para que nada aconteça e  temos uma grande afeição por essa pessoa - Ela ri suavemente - Você só sente.

- Somente os humanos sentem amor, princesa Gerheade?

- Não, todos nós podemos nos apaixonar.

Ela afaga meu ombro e se levanta tirando a sujeira de sua roupa, aceno quando ela se afasta caminhando até sumir entre as folhas densas.

                               ★

Alguns dias passaram-se desde a última vez que vi o aquele garoto e minha conversa com Gerheade ainda parece fresca em minha memória.

Ryudoshel havia descoberto sobre meu encontro com o demônio e a "sorte" que tive em sair viva. Ele quis entender e questionou o motivo de eu ter saído apenas arranhada e desacordada sendo que tudo estava completamente destruído a minha volta.

My DemonOnde histórias criam vida. Descubra agora