Capítulo 4

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POV Stiles 
Após 2 aulas seguidas de biologia e uma de espanhol o sinal toca. Junto as minhas coisas e vou para o meu armário.
Estava guardando as minhas coisas até que a Lydia aparece do meu lado, me assustando.
-Stilinsk!-ela sorri assim que encosta do meu lado do nada.
-Que susto Martin.-coloco a mão no peito.
-Então, eu só queria que você soubesse que o pessoal gostou bastante de você.- não consigo segurar o sorriso enquanto ela fala.- A gente vai no shopping hoje e eu queria saber se você quer ir com a gente.-ela me olhava meio apreensiva com um sorriso.
Eu quase aceitei logo de cara mas aí parei para pensar, ela só devia estar sendo legal. Duvido que os amigos dela e ela tenham gostado tanto assim de mim, com certeza ela só queria ser simpática.
Invento uma desculpa qualquer de última hora.
-Bem que eu queria ir Lydia mas eu vou ter que ajudar meu pai com umas coisas hoje, desculpa.-tento forçar um sorriso.
-Sério?-ela disse mas dessa vez sem o sorriso.
-Sim, desculpa aí.
-Ah, ok então...- ela olhou para baixo por algum tempo.- Bom, então na próxima vez você vai hein?-ela sorriu, se despediu com um beijo na minha bochecha e saiu.
Suspirei, terminei de arrumar minhas coisas no armário e sai. Coloquei meus fones, uma música qualquer e comecei a caminhar até a minha casa.
Após chegar em casa eu assisto um pouco de Scream, janto, faço algumas lições para amanhã, tomo banho e vou deitar. Quando eu deito fico uns 30 minutos no celular até ver que já era 00:00 e resolvo ir dormir. Largo o celular, deito e fecho os olhos mas não consigo dormir. Fico tentando dormir por mais de 1 hora, trocando de lado e até a posição do travesseiro toda hora. Até que as 02:30 eu finalmente pego no sono.

Abro os olhos e me vejo em um lugar completamente vazio, talvez uma sala de aula ou um quarto. Eu estava sentado no chão e não me dei o trabalho de levantar de lá.
Assim que encostei na parede e apoiei minha cabeça lá os meus maiores vacilos começaram a passar na minha mente como um filme. Todas as vezes que eu fui rejeitado, excluido e até às vezes que eu me iludi pensando que a amizade, o amor ou qualquer outro sentimento do tipo era real.
Enquanto as coisas passavam na minha cabeça eu comecei a me desesperar, eu não conseguia parar aquilo e comecei a sentir as lágrimas. Aos poucos as cenas foram passando e a última delas era a Lydia me arrastando para o refeitório, depois sorrindo para mim e se despedindo, como se alguma coisa daquilo fosse mais do que apenas simpatia.
Quando eu abri os olhos ela estava lá parada na porta, a garota ruiva. E novamente o barbante vermelho estava amarrado em nossos dedos, nos conectando.
-Ei, por que você tá chorando?-ela perguntou com uma feição preocupada assim que se ajoelhou na minha frente. Ela usava a mesma roupa de sempre, o lindo vestido vermelho e preto, o salto. preto, o batom vermelho e seu cabelo preso de lado.
Sem responder nada eu apenas a abracei, e ela retribuiu na hora.
-Calma, respira fundo.-ela começou a passar a mão no meu cabelo.-Vai ficar tudo bem.
Eu a abracei mais forte e ela apenas retribuiu.
-Calma, nem tudo é assim como você pensa. Talvez você esteja se precipitando.-ela disse enquanto ainda estávamos abraçados.- Mas você é um garoto incrível, ok? Você é tão maravilhoso que eu não tenho nem palavras para te descrever.
Assim que eu estava um pouco mais calmo nos separamos e eu sorri para ela.
-Eu não sei nem como agradecer...-sorri meio sem jeito.- Obrigado por estar sempre aqui.
Ela abriu um largo e lindo sorriso.
-Não precisa nem agradecer, você não sabe o quão bom e gratificante estar aqui para ajudar.-ela disse sorrindo e eu sorri de volta.
Ficamos algum tempo em silêncio até que do nada ela encosta seus lábios nos meus, iniciando um selinho demorado.
-Até qualquer dia, topetinho.-ela sorrio, passou a mão pelo meu cabelo e levantou.
Eu fiquei ali sentado, confuso, sem entender nada o que tinha acabado de acontecer mas também não iria achar ruim.
Assim que ela começou a se aproximar da porta uma estranha fumaça cinza começou a aparecer, se acumulando toda em cima dela. Mesmo assim ela continuava sorridente. Assim que chegou na porta ela se virou para mim, com uma gigante nuvem negra sobre ela, sorriu, acenou e saiu.

Acordei assustado novamente. Olhei no relógio e vi que era 03:30. Eu tinha que acordar as 07:30 e só tinha dormido 1 hora até agora, que legal.
Me sentei na cama, peguei o diário e comecei a escrever algumas anotações sobre o sonho. Após terminar folheei um pouco o diário até achar o desenho que eu queria, o mesmo desenho que eu tinha visto hoje a tarde. Começo a analisar cada detalhe do desenho comparando a garota do sonho com a Lydia. Agora minhas suspeitas estavam totalmente confirmadas, elas eram idênticas.
Fico um curto tempo pensando em alguma hipótese plausível para isso acontecer mas acabo dormindo de novo.

POV Lydia
Depois de falar com o Stiles sigo até o estacionamento, onde todo mundo me esperava.
-E aí?-Malia perguntou assim que eu me aproximei.
-Ele disse que não vai poder ir, ele vai ajudar o pai dele a fazer alguma coisa.-disse assim que parei e cruzei os braços.
-Ah, da próxima vez a gente chama ele então.-Alli disse e deu de ombros.
-Nos vemos no shopping então?-Isaac perguntou.
-Claro, até daqui a pouco.-abro um pequeno sorriso e todos vão até seus carros.
Entro no meu carro, me olho no espelho, ajeito meu cabelo e ligo o carro. Começo a dirigir até a minha casa e quando chego lá desço do carro, suspiro e entro em casa.
Assim que abro a porta vejo minha mãe sentada na mesa da cozinha folheando uma revista, provavelmente de moda e meu pai no balcão lendo o jornal. Primeiramente eu estranhei os dois estarem em casa mas aí eu lembrei que meu pai estava de folga e o carro da minha mãe estava no mecânico.
-Oi gente.- digo enquanto fecho a porta e deixo minhas chaves em cima da mesinha que tinha ao lado da porta e sou completamente ignorada.-O Jason tá em casa?
-Claro que não, quando que seu irmão está em casa?-minha mãe diz sem me olhar mas tinha quase certeza de que ela estava revirando os olhos.
-Ele saiu com alguns daqueles amigos dele.-meu pai disse também sem me olhar e eu deduzi que Jason estivesse com a Polly e os outros.
Dei de ombros e subi as escadas rapidamente. Entrei no meu quarto, joguei a minha bolsa em cima da mesinha do computador e me joguei na cama. Eu tinha 45 minutos até ter que sair de casa então decidi ficar uns 15 minutos deitada.
Estava mexendo no meu Instagram quando recebi uma mensagem da minha irmã.

Cherylbombshell🍒❤️: Hey Lyd, tudo bem por aí? Não vou poder te ligar hoje, estou cheia de trabalhos para fazer. Te amo❤️

Sorrio assim que termino de ler a mensagem. A Cheryl é a minha irmã mais velha, ela tem 19 anos e é gêmea do Jason, mas muitas pessoas costumam dizer que parece que nós somos trigêmeos. Há um pouco mais de 1 ano ela faz faculdade de moda em Nova York e divide um apartamento com algumas garotas. Eu fico muito feliz por ela mas ao mesmo tempo sinto muito a sua falta porque ela era a pessoa de quem eu era mais próxima.
Respondo a mensagem dela e resolvo ir me arrumar. Vi que já estava um pouco em cima da hora então apenas troco de roupa. Coloco um vestido azul claro com algumas flores, um salto azul com branco, apenas reforço a maquiagem, solto meu cabelo, pego uma blusa e o resto das minhas coisas e desço.
-Onde você vai?-meu pai perguntou assim que eu pisei no andar de baixo.
-Eu vou no shopping com o pessoal.-digo enquanto pegava as minhas chaves e me preparava para sair.
-De novo? Mas você não saiu com eles esses dias? E você não vê eles todos os dias?-minha mãe perguntou com a cara emburrada de sempre.
-Sim e sim mãe, a gente vai no shopping.-tento não revirar os olhos.
-Só não quero ninguém me pedindo dinheiro...-ela diz olhando alguma outra revista.
-Eu não vou pedir dinheiro para ninguém não, fica tranquila.-digo após revirar os olhos.
Começo a conferir se estava tudo na minha bolsa e consigo ouvir ela falando com o meu pai.
-A Lydia e o Jason são iguaizinhos, olha só. Nenhum dos dois faz nada da vida e ainda vivem saindo, não param em casa um dia.-ela tentava falar baixo mas dava para ouvir tudo.- Mas quer saber? Assim é até melhor. Pelo menos eles não enchem o saco, já que não fazem nada mesmo.
Respiro fundo e abro a porta.
-Tchau.-digo, saio e bato a porta.
Vou até o carro, me sento e fico algum tempo lá parada antes de dar partida. Estou começando a achar que logo logo eu vou ter que arranjar um emprego, talvez assim eu consiga alugar um apartamento ou alguma coisa assim.
Após ficar algum tempo pensando ligo o carro e sigo até o shopping.

Destiny ✰ StydiaOnde histórias criam vida. Descubra agora