Nem todas as garotas querem ser rainha, Catarina de Lurton é uma dessas. Sacerdotisa de Apolo, ela prometeu sua vida a servir ao deus do oráculo e com isso se manter pura. Entretanto uma ordem do rei muda totalmente seu destino e depois disso sua vi...
"Você se tornou parte da minha essência. Fechar os olhos, não é sonhar acordados, como dois polos eram nossos corpos unidos pela paixão. Guarde em segredo todo o sentimento, mas o silêncio às vezes tem um preço." Solo por amo.
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"Que desonra aos deuses, um homem em cima de um cavalo querendo ser o dono do mundo" ouvi meu pai reclamar pelo que parecia ser a centésima vez enquanto observávamos o desfile. Sibila não tinha voltado desde o incidente com Maya, o que não me deixou outra opção a não ser ficar próximo aos meus pais e o sr. Academos.
"Ele não deixa de ser dono de boa parte do mundo." O primo de minha amiga respondeu, mas todos sabíamos que com o papai era impossível encontrar equilíbrio.
"Para mim ele não passa de um homem com mania de grandeza."
"Pelo menos ele divide os espólios de guerra com o povo, não é todo soberano que faz isso." Minha mãe rebateu e enfim meu pai se calou, mas eu sabia que isso seria por pouco tempo, esperava apenas que fosse tempo suficiente para que eu conseguisse vê-lo.
O desfile continuou sem maiores interrupções, mas quando o arauto anunciou quem estava vindo, senti meu tolo coração acelerar. Estava esperando por ele durante todo o desfile e enfim ele estava a vista.
O primeiro ministro e seus dois filhos se aproximavam em seus cavalos, mas meus olhos estavam focados apenas em Virgílio, o mais novo dos irmãos. Mesmo distante seus olhos encontram os meus e ficamos nos encarando por alguns segundos, meu coração batia tão alto que certamente meus pais ouviriam, então baixei a cabeça, desviando meus olhos.
Por onde eles passavam, todos curvavam suas cabeças em sinal de respeito ao primeiro ministro. E para o meu total desgosto meu pai me puxou dali antes que eles chegassem perto o suficiente e fossemos obrigados a baixar nossas cabeças. E eu pudesse tê-lo mais perto.
"Por homens como esses que devemos ir para a Grécia. Esses homens de Lastrilha desejam matar cada um de nós, e estão entre os mais poderosos do reino." Papai falou e todos ficamos calados, sabíamos que por causa desse povo, estávamos aos poucos saindo da Cália.
"Meu caro amigo, vá com sua família. Tire Brice e Thalia daqui. Eu ficarei, não posso deixar Sibila sozinha." Meu coração acelerou quando ouvi tal frase, papai não poderia fazer isso. Nós não podíamos sair daqui. Nossa vida era aqui em Montemor, sem contar que Sibila era minha melhor amiga, não poderia nunca a deixar para trás.
"Ela é nossa sacerdotisa, onde ela estiver, nos estaremos." Meu pai falou a contragosto.
"Pelos deuses, então pare de reclamar."
"Com licença, irei até o templo meu pai." Falei pela primeira vez, interrompendo a discussão que certamente se estenderia entre ambos. E rapidamente me afastei, fui em direção ao templo e quando tive certeza que estava longe da vista dos três desviei o caminho, indo em direção as plantações de Montemor, com cuidado atravessei um campo de cevada, sempre olhando ao redor para ter certeza que estava sozinha, meu coração cada vez mais acelerado, sentia minhas mãos suando quando enfim cheguei no meu destino. Uma pequena construção abandonada.
