Nem todas as garotas querem ser rainha, Catarina de Lurton é uma dessas. Sacerdotisa de Apolo, ela prometeu sua vida a servir ao deus do oráculo e com isso se manter pura. Entretanto uma ordem do rei muda totalmente seu destino e depois disso sua vi...
"Eu esperarei, esperarei. Eu te amarei como se você nunca tivesse sentido. A dor, eu esperarei. Eu prometo, você não tem que sentir medo .Eu esperarei, o amor está aqui e está aqui para ficar, então deite sua cabeça em mim." Little do You Know
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Depois de quase dois meses sem ver Brice, Deus atendeu minhas preces e eu poderia ter alguns minutos com ela. Meu coração doía com a saudade, e somente o pensamento de tê-la perdido para sempre me falta o ar nos pulmões. Como poderia ficarmos reféns de alguém daquela maneira? O amor que eu sentia por ela, me desafiava a fazer qualquer coisa, apenas para tê-la ao meu lado, ver a felicidade em seu rosto.
Fui até o local indicado, ainda temeroso que isso pudesse ser algum tipo de armadilha, e terem descoberto que eu estava subornando um guarda e um dos eunucos. Sabia que a pena seria a morte para isso, mas preferia correr o risco a nunca saber se de fato sua amiga tinha conseguido amolecer o coração do imperador.
Senti minhas pernas fracas quando a vi chegando, ao seu lado Sibila, sabia que ela era outra sacerdotisa, aparentemente de algum modo mais especial que Brice; ela nunca me disse no quê, entretanto ela foi quem conseguiu esse momento e eu seria eternamente grato. Meus olhos estavam fixos no amor da minha vida; ela estava tão bonita, minha memória não fazia jus a sua beleza.
Quando seus olhos enfim encontraram os meus, senti como se o mundo tivesse parado e apenas nos dois estivéssemos ali, toda a dor, saudade, sofrimento; tudo foi esquecido. Eu apenas precisava tocar sua pele macia e quente, sentir seu doce cheiro. Ouvi sua voz suave sussurrando o quanto me amava.
Mas ela estava petrificada no lugar, o medo estampado em seu belo rosto, seus olhos azuis carregados de tristeza.
"Podemos andar um pouco?" Perguntei quando notei que ela continuaria calada, sua respiração levemente acelerada. Seus olhos se fecharam, e percebi quando ela balançou levemente sua cabeça. Depois de tudo o que passamos, não faça isso conosco amor. Pensei angustiado.
"Por favor meu amor, eu senti tanto a sua falta. Não faça comigo." Minha voz saiu como uma súplica, e estendi a mão em sua direção.
Ela demorou alguns segundos, mas enfim veio até perto de mim, entretanto não pegou minha mão. Apenas ficou ao meu lado e começou a andar de forma lenta. Senti minha mão formigando com a necessidade de toca-la então depositei minha mão em suas costas, a guiando para uma parte isolada do jardim. Mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela se virou para mim de forma determinada.
"Acabou tudo Virgílio, por favor. Se ainda sente algo por mim, não volte a me procurar." Seus olhos não encontraram os meus ao falar aquilo, mas mesmo assim dei um passo para trás, sentindo meu coração sendo arrancado de mim naquele momento.
O que você está falando?
"Não entendo o que está acontecendo." Falei pausadamente, buscando seus olhos. Mas ela os manteve afastado dos meus. "Você se apaixonou por ele." Constatei por fim, essa era a única explicação para sua atitude.
