Filme

55.5K 3.2K 5.5K
                                    

O restante da segunda-feira foi preenchido por diversos laços, fitas e suspiros. Harry desenvolveu repentina uma afeição pela cor rosa, usando-a o máximo possível nos embrulhos que fez durante a tarde. Barbara apenas ria, mesmo sem entender, e ele queria contar a ela seus motivos, mas não o faria. Ao menos, não enquanto Charlotte estivesse ali, cercando-o como abutre a carniça.

Pouco antes das cinco e meia, quando por fim terminaram as encomendas do dia, Harry foi o primeiro a sair, certificando-se de pegar o capacete dessa vez. Praticamente voou até o consultório, onde Louis já o esperava na calçada.

— Desculpa a demora — pediu assim que o ômega montou na garupa, agarrando sua cintura. — A confeitaria está uma loucura.

— Eu imaginei. Não precisa se preocupar, só esperei por cinco minutos.

— Vamos passar na sua casa, então?

— É... Tenho que avisar minha mãe... E pegar umas coisas.

Harry notou que havia hesitação em sua voz, porém preferiu não comentar nada. Teve medo de que se fizesse alguma piadinha, Louis acabasse desistindo. E ele não suportaria caso Louis desistisse. Harry estava fantasiando com aquilo há semanas! Então o caminho até a casa dos Tomlinson foi feito em silêncio, um confortável silêncio. Harry não conseguia parar de pensar na ecografia e sabia que Louis estava na mesma situação. Eles estavam realmente felizes.

E o roçar da barriga pequena de Louis em suas costas só fazia tudo parecer ainda mais real.

Em poucos minutos já adentravam a sala pequena e organizada que estava atipicamente vazia. Provavelmente as gêmeas estariam no balé e Charlotte vinha a pé da confeitaria — Louis não estava totalmente confortável tendo a irmã trabalhando com seu namorado, mas não havia dado sua opinião sobre aquilo. Ele não deixaria Harry saber que ele se sentia incomodado com aquela situação e não daria à Charlotte o gostinho de saber que o irritava.

Não que ele sentisse ciúmes ou algo assim...

— Acho que não tem ninguém em casa — comentou baixinho, subindo a escada com Harry em seu encalço. — Fizzy está fazendo aulas de canto em Congleton, talvez minha mãe tenha ido levá-la até lá.

— Aulas de canto?

— É, ela andou pesquisando bastante sem contar para ninguém

— Então era isso o que ela tanto fuçava no celular?

— Mais ou menos — abriu a porta do quarto e entrou, já pegando uma mochila. — Um garoto americano foi transferido para a sala dela em outubro — ele explicava enquanto socava as roupas de qualquer jeito dentro da mochila —, ela jura que não, mas ela ficou meio interessada nele. Não sei como, mas ele acabou ouvindo ela cantar e disse que ela tem talento, que o pai dele é produtor em Los Angeles, e um monte de coisas assim. Ele conseguiu convencê-la de que ela fará sucesso.

— Uau! Isso é incrível.

— O quê? Alimentar as esperanças de uma garota tímida e insegura?

— Não, Lou. Mostrar para uma garota insegura o quão maravilhosa ela é.

Louis ponderou.

— É... Eu sei que ela é talentosa, mas... Ficar famosa? Parece meio impossível.

— Será? — Harry sorriu, vendo Louis ir até o banheiro buscar algumas coisas. — Como deve ser ter uma irmã famosa?

— Eu não sei — riu. — Só não quero que ela crie muitas expectativas com isso. Nem com o garoto.

— Por quê? — apoiou o corpo contra o batente da porta. — Ele não a corresponde?

— Sei lá, não é isso — suspirou. — São várias coisas. Pra começar, ele é americano, sabe-se lá quanto tempo ele vai ficar na Inglaterra. E também, fiquei sabendo que o pai dele é alfa — murmurou a última parte.

InstintoOnde histórias criam vida. Descubra agora