Prelúdio

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Notas Iniciais:

Olá, meus pupilos!

Sei que não é sexta, mas como eu já terminei o capítulo eu resolvi postar logo! Espero que gostem.

Boa leitura.

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Àquela altura, a sala de espera já havia se tornando uma segunda casa para Harry com suas máquinas de comida barulhentas, as cadeiras de plástico duro desconfortáveis e os vários rostos apreensivos. Não era, nem de longe, um lar como a casa amarela e ainda com pouca mobília que ele dividiria com Louis e Joanne, mas ele já estava, infelizmente, se habituando a estar ali, esfregando as mãos e andando em círculos, esperando por respostas que pareciam nunca chegar.

Era quase que inacreditável como toda a sua vida havia mudado em tão pouco tempo. Ela havia dado, literalmente, um giro de 180º. Há um ano, a esta altura, ele estaria trabalhando na confeitaria com Barbara e as garotas, preparando os doces para o dia dos namorados que viria logo. E ao pensar nisso ele notou que estava sendo muito negligente com o seu trabalho nos últimos meses. Ele não se surpreenderia se já tivesse outra pessoa em seu lugar.

No entanto, mesmo se ainda não tivesse outro alguém, ele precisaria arrumar outro emprego. Primeiro porque já não era fácil passar o dia todo com Lottie antes do constrangedor episódio de seu cio, agora então... Seria inviável. E também porque aquele não era o emprego ideal para um homem de 21 anos com uma família para cuidar. Talvez fosse chegada a hora de amadurecer e se enfiar em um terno caro e bem cortado. Talvez fosse a hora de ceder ao desejo de seu pai e assumir um cargo na Styles Corporation. Ele teria uma família para sustentar a qualquer momento e ele queria poder dar a ela a mesma dignidade que ele tivera em casa.

Há um ano, Harry jamais sequer cogitaria a hipótese de trabalhar na corporação de sua família. Hoje, no entanto, isso parece o certo a se fazer.

Há um ano, ele poderia estar de licença para tratar do cio de seu primo Matty, de Lottie ou de qualquer outro de seus parceiros. Talvez até mesmo do de Niall! Era surreal pensar que até pouco tempo atrás Niall ainda não havia sido marcado por Zayn. Que há pouco tempo atrás, Louis era apenas um personagem de seus sonhos molhados de adolescente.

Mas aquele que povoava seus sonhos não era Louis.

O Louis que Harry amava no colégio não era, nem mesmo de longe, o mesmo Louis que Harry ama agora. Aquele Louis não tinha os defeitos e nem um terço das qualidades que ele tinha agora. Harry não conhecia aquele Louis. Ele não havia feito planos com aquele Louis. Ele não era noivo daquele Louis. Aquele Louis não era o Louis que agora mesmo estava prestes a dar à luz à filha de Harry.

Fatos são tão mutáveis. A vida é como se fosse massa de modelar nas mãos de uma criança. Basta um apertão com um pouco mais de força para mudar toda a sua forma. Gatinhos podem se tornar pandas em questão de segundos. E, se misturar todas de uma vez, tudo pode virar aquela massa de cor estranha e sem forma alguma. No entanto, às vezes uma mistura inesperada pode gerar a cor mais linda já vista antes.

Há graça no acaso. Os melhores momentos da vida nunca são planejados. Ninguém, salvo raras exceções, acorda com o pensamento de que aquele será o melhor dia de sua vida. São os acasos e as coincidências que acabam fazendo daquele dia memorável.

Assim como aquela tarde de verão em que Harry se desencontrou com Johannah. Se Louis não estivesse sozinho em casa, se Niall não tivesse ligado para Harry naquele dia... Se algo tivesse ocorrido diferente daquela vez, Harry não estaria ali agora, gastando as solas de suas botinas no piso brilhante da sala de espera do Hospital de Congleton.

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