Espera

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Notas Iniciais:

Olá, meus pupilos!

Mil perdões pela demora, eu sei que não tem desculpa. Espero que vocês não queiram me matar.

Boa leitura.

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Voltar para a sala de espera foi uma pequena batalha. Harry estava ainda mais nervoso do que na noite anterior e ele pouco se importava se um hospital não era o lugar certo para seus gritos. E também, desta vez ninguém o pediu que ficasse quieto. Um alfa grande como ele quase exalando fogo pelas narinas não parecia muito aberto a uma ordem de silêncio.

As coisas se tornaram mais digeríveis quando Zayn e Niall chegaram para lhe fazer companhia na angústia da espera. Não muito tempo depois, Anne e Johannah chegaram juntas. Anne foi a primeira a abraçar Harry, acariciando seus cachos e sussurrando algumas palavras de conforto em seu ouvido. Logo em seguida veio Johannah, que lhe deu um abraço tão apertado que ele não se sentiu confortado ou menos ansioso, foi exatamente o contrário: ele se sentiu apavorado. A última vez que alguém o abraçou daquele jeito foi Gemma, quando eles ainda eram crianças, minutos antes de lhe contar que havia atropelado seu preá com a bicicleta.

Descanse em paz, Senhor Bolinho.

— Vai ficar tudo bem, vamos pensar positivo, certo? — Johannah falou com a voz embargada, seus grandes olhos azuis já derramando algumas lágrimas.

Harry apenas assentiu, indo se sentar ao lado de Anne. Ela forçou um sorriso em seu rosto contorcido em preocupação e abriu os braços, aninhando o seu bebê como costumava fazer quando ele ainda não era trinta centímetros mais alto do que ela própria.

Com um suspiro pesado, Harry abraçou a cintura de sua mãe, permitindo que ela lhe afagasse o cabelo emaranhado com placidez. Naquele momento, ele não era Harry Styles, o alfa de melhor linhagem de Holmes Chapel. Tão pouco ele era Harry, o confeiteiro sorridente da W. Mandeville. Ele era apenas o pequeno Hazza de novo, enrolado no colo de sua mãe depois de ter encontrado o Senhor Bolinho esmagado contra o piso da garagem.

— Não se preocupe, querido — ela pediu docemente. Mesmo que ela fosse uma mulher de punhos de ferro, ela sabia ser macia quando necessário. E Harry a admirava muito por isso. — Não fique nervoso antes do tempo.

— Mãe... Se algo acontecer com eles, eu... — fungou. — Mãe, eu não vivo sem eles.

— Psiu, não vai acontecer nada — apoiou o queixo no topo da cabeça do filho, acariciando suas costas agora. — Bem, talvez a Jo tenha herdado o gênio ruim de Louis e só queira sair mais cedo.

Harry sorriu pequeno e suspirou.

— Eu liguei para a Gemma — Anne continuou. — Ela está vindo para cá.

— Gem? — ergueu a cabeça, encontrando o rosto de feições tão semelhantes às suas. — Ela não está trabalhando?

— Ela está sempre trabalhando, você sabe, mas ela disse que não tinha nada importante hoje. Mas sabemos que ela tinha.

Harry balançou a cabeça. Ele conhecia Gemma e sua personalidade forte. Ela nunca daria o braço a torcer e diria que estava no meio de uma reunião importantíssima com um possível patrocinador de uma multinacional japonesa quando recebeu a ligação de Anne. Nem que ela praticamente saiu correndo da empresa com Ashton (que, apesar de não ser mais seu secretário, ainda trabalhava na Styles Corporation) apenas para tentar encurtar as duas horas de viagem e chegar o mais rápido possível a Congleton.

Gemma nunca admitiria em voz alta o quanto ela amava seu irmãozinho. Mas ela realmente o amava.

— Agora vamos apenas manter a calma, certo? — Anne pediu e Harry sussurrou um pequeno “sim”.

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