Libido

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Seu corpo ainda estava aquecido graças ao cappuccino que segurava firmemente com as duas mãos, porém seu cérebro parecia repentinamente congelado. As palavras de Harry faziam eco em sua cabeça e ele pensa que, talvez, ele estivesse tendo apenas uma alucinação. Preferiu permanecer imóvel, fitando o lago do Grosvenor Park como se ele fosse a coisa mais interessante que já havia visto na vida.

Ouviu quando Harry pigarreou, obviamente nervoso com o seu silêncio. Ele esperava por uma resposta, isso era claro. Mas Louis tinha medo de que simplesmente tivesse entendido algo errado e fizesse um papel ridículo ao responder qualquer coisa que não tivesse absolutamente nada a ver com o que Harry lhe perguntara.

— Lou — a voz rouca e profunda soprou contra a touca de Louis, atravessando a lã e chegando até seus ossos. Louis arrepiou-se por completo. — Você ouviu o que eu disse?

— Não sei — sussurrou.

Harry riu baixo e, mesmo que Louis não estivesse olhando, ele sabia que era aquele riso que deixava sua boca puxada só para um lado, revelando apenas uma covinha. Aquele sorriso cafajeste que deixava Louis com as pernas bambas.

As mãos grandes e mornas de Harry lhe afagaram desde a cintura até a nuca, brincando com alguns fios castanhos que escapavam da touca preta. Louis fechou os olhos, aproveitando aquele carinho por um tempo que pareceu infinito, até que a voz grossa de Harry tornou a invadir seus ouvidos com um sussurro tranquilo tão oposto ao furacão de emoções que o próprio Harry tinha dentro de si naquele momento.

— Eu perguntei se você quer se casar comigo, Lou — deixou um beijo na têmpora do ômega e abraçou seus ombros estreitos. — Desculpa eu não ter um anel de noivado aqui agora, mas eu juro que compro um.

— Harry — as palavras quase não saíram, pareciam enroscadas na garganta. Tossiu de leve, para tentar desfazer o congestionamento ali. — Está falando sério?

Virou-se dentro do abraço de Harry, encarando-o e avaliando cada centímetro de seu rosto, especialmente seus olhos verdes que brilhavam, refletindo as centenas de luzes que iluminavam Chester naquela noite. Buscava encontrar algo ali que lhe avisasse que Harry estava apenas caçoando dele, que a qualquer momento gargalharia e diria que era apenas uma piada.

Mas não encontrou.

— Eu estava, mas... — riu soprado. — Pela sua cara, acho que já temos uma resposta e, ai, essa doeu — tentou fazer piada, no entanto, Louis podia ver que ele estava magoado. — Desculpa, Lou. Eu devia ter pensado melhor antes de falar essas coisas — coçou a própria nuca, desviando o olhar para qualquer ponto que não o levasse aos olhos azuis do ômega. — Então, é... Acho que está na hora de eu te levar pra casa, certo?

Louis piscou lentamente algumas vezes até que associasse tudo o que Harry dissera. Seu cérebro definitivamente estava congelado e ele sabia que não era pela baixa temperatura, já que seu corpo contra o do alfa estava muito bem aquecido. Embora ele se sentisse atipicamente mais quente naquela noite.

— Harold... Fica quieto um pouco — resmungou, massageando a própria cabeça.

— O quê? — gargalhou. — Louis Tomlinson, você me mandou calar a boca?

Louis apenas riu e balançou a cabeça.

— O que o meu pai diria se ouvisse isso — Harry se fingiu de ofendido.

Com um sorriso, Louis selou os lábios de Harry em um beijo terno. Separou-se dele apenas o suficiente para que pudesse sussurrar as palavras contra a boca do alfa:

— Obrigado — deixou o copo térmico sobre o banco e abraçou o pescoço de Harry, deixando um carinho gentil em sua nuca. — Obrigado por me entender.

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