Scream - Survival

Turning Tables

A luz do sol entrava pela janela entre frestas pela cortina. Esse era o fim dos dias de chuva? A manhã dava as caras iluminando gentilmente o quarto conforme Keaton abriu os olhos lentamente. Sentiu um peso em seu ombro esquerdo, era a cabeça de Marty deitada sobre ele há um bom tempo deixando o membro um pouco dormente. Ele parecia em paz, nada a ver com a figura pálida e aterrorizada desde o que houve com Stacy. O Nerd se virou no sentido do dorminhoco, puxando seu braço vagarosamente por debaixo do travesseiro, sentindo um certo alívio. Marty acabou acordando com o movimento:

- Bom dia... -Balbuciou sonolento ainda de olhos fechados, cochichando ao virar-se.

- Bom dia. -Respondeu ficando de lado, de frente a ele puxando as cobertas um pouco mais para cima até os ombros escondendo sua nudez.

- Você já vai embora? -Perguntou ainda sem abrir os olhos.

- Não... Não estou com vontade.

- Ótimo. -Passou seu braço por baixo das cobertas alcançando as costas de Keaton, puxando-o para si buscando aconchego.

Ele ainda que confuso, não reagia nem lutava contra. A verdade é que o Nerd nunca teve uma namorada e Marty também nunca teve ninguém. Provavelmente a coisa toda fora uma novidade para os dois. Ele havia se deixado levar, só não sabia ao certo como seria daqui pra frente. "Somos namorados? Eu sou Gay? Foi coisa de uma vez só? Será que vai ficar um clima estranho depois?", -  um pensamento confuso atrás do outro. Ele nunca parou para pensar nessas coisas antes e agora que tudo isso caiu feito uma bomba, sendo realmente um choque nesse aspecto. A única coisa de que tinha certeza, é que estava aconchegante e não tinha um pingo de vontade de se levantar dali.

- Sua mãe?... -Perguntou baixinho entrelaçando os dedos nos cabelos bagunçados do amigo que, quase retornava a dormir sobre si, baixinho.

- Já foi trabalhar... Ela sai 5:30. -Murmurou Marty.

- Nossa.

- É. Vou ter que te levar na delegacia hoje. Você tem que ir lá.

- Tá bem. Vou ter que passar em casa primeiro. -Bufou em desânimo.

- Eu sei. Que horas quer ir?

- Depois da hora do almoço, pode ser?

- Tá ótimo.

- E até lá, vai fazer o que?

- Ficar aqui... -Pressionou o rosto contra seu peito, abraçando-o.

- Ótima escolha.

Com os braços cruzados, parada em pé ao lado de sua cama onde Steve dormia pesadamente todo espalhado ocupando todo o colchão, Claire o observava roncando, sem paciência.

- Steve. -Chamou-o séria. E parecia que ele respondia com ronqueiras. - Steve?... Café tá na mesa, babaca. Levanta.

Nada. Apenas outro ronco de porco.

- Ah, não vai levantar? -Pôs as mãos na cintura, impaciente. Ele não se mexia de jeito nenhum. - Tá bom, não quer levantar? Você pediu por isso.

Se curvou, abrindo a primeira gaveta de seu criado mudo, tirando de lá uma corneta rosa. Sem hesitar, tomou fôlego e assoprou.