Scream - Survival

After The Rain

Delegacia. O constante som de telefones tocando com homens e mulheres fardados falando alto diante do escândalo que se abateu sobre sua pobre cidadezinha, preenchia. Numa das mesas centrais daquele monte de gabinetes expostos em fileiras, estava Violet, sentada com os cotovelos apoiados na mesa, ainda um pouco suja e nitidamente cansada. Seus Pais a acompanhavam no meio daquela loucura. Sendo menor de idade, não poderia dar depoimento sem a presença e autorização de ambos. O coroa inexpressivo e sua esposa não tão impressionável, ouviam com atenção o relato da filha que acabara de escapar de um ataque do "Fantasma De Ashville". O lugar parecia um caos, era gente andando para tudo que era lado. Ainda com os cabelos bagunçados, a menina um tanto desanimada só queria mesmo ir para casa. Enquanto falava, sua mãe se mantinha ocupada puxando suas mexas de cabelo, tentando tirar o barro já seco presos em seus fios. Xerife Nicholas permanecia hiperativo e transtornado com a situação, com certeza já tinha tomado dois generosos copos de café e ainda nem eram 20:30. Repassava o incidente com a garota em expressão atenta:

- Então, você o salvou. E depois a outra menina, Alissa, chegou e...

- Deu uma de Paul Walker e acelerou aquela bagaça até a gente tirar o assassino da estrada, foi isso mesmo.

- E você não viu o rosto dele?

- Já disse, estava usando uma máscara! É um manto negro. Você devia no mínimo interditar a loja de fantasias.

- Está me dizendo como fazer o meu trabalho? -Retrucou, um tanto grosseiro.

- E você está fazendo o seu trabalho? -Revidou irônica e prepotente.

- Ok, mas eu preciso de mais detalhes, Violet.

- Quantas vezes mais eu vou ter que contar essa história, meu Deus?

- Isso é importante! -Insistiu, perdendo a paciência. - Você pode ficar aí com sua pose de menina rebelde e tirar sarro de mim e da minha equipe se isso for nos ajudar a pegar o assassino. Mas por enquanto, seus amigos estão em sério perigo e não vejo você nos dando algo com o que possamos trabalhar. Pense bem, qualquer detalhe importa.

- Tá bem... -Suspirou. - Ele me ligou. Eu estava em casa. Eu sabia que era o assassino quando ouvi aquela voz sinistra no telefone, porque a Claire já tinha contado pra gente sobre essa coisa dos telefonemas.

- Viu? Estamos progredindo. Qual o número que te ligou?

- Não dá pra saber. Na tela do meu celular apareceu como "Número Desconhecido".

O semblante do Xerife mudou portando um ar curioso sobre a informação:

- Ainda sim é rastreavel. Posso ver o aparelho?

- Não é rastreavel porque... -Parou mordendo os lábios ao se lamentar de ódio, percebendo que tinha deixado escapar algo que o grupo prometeu manter em segredo.

- Por quê? - Indagou ele, pressionando-a.

- Não... Eu não entendo dessas coisas, deixa pra lá. Você é o Xerife... Pode rastrear, tenho certeza.

- Que bom saber que você é uma péssima mentirosa. -Inclinou o pescoço para trás ao chamar: - Oficial Rhodes!

- Senhor?! -Respondeu um homem alto ao fundo, erguendo-se de sua mesa em prontidão.

- Infelizmente parece que teremos de deter esta jovem por omissão de informação. Por favor, pegue as algemas.

- Sim, senhor! -Concordou Rhodes, dando meia volta.

- O quê?!! -Protestou, enfurecida. - Você não pode fazer isso!!!

- Espere aí! Isso já está virando palhaçada. -Protestou o Pai da garota, dando um tapa na mesa.