Live!

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Abrindo o notebook, Claire já botava os fones nos ouvidos. Sozinha no quarto, exausta após o longo dia na delegacia dando depoimento e amarrando pontas soltas com o Xerife. Não eram nem oito horas da noite e já vestia o pijama. Como acompanhante, um copo de café e um pacote de biscoitos que logo deixariam seu colo e talvez o cobertor, cheio de migalhas. Pondo inteiro na boca um biscoito em rodela, mastigou fortemente enchendo as bochechas, complementando com o café, amolecendo-o na boca. O Mouse percorreu rápido pela tela, abrindo o Skype para uma chamada com Alissa. Pousou a caneca de café na pequena cômoda ao lado da cama afim de não derramar, fixando o olhar na tela:

- Anda, vaca. Atende. -Ansiosa, resmungou perante o computador "lento".

Após uma pequena espera, o ícone respondeu com uma tela se abrindo. Alissa apareceu do outro lado. Assim como ela, embaixo das cobertas deitada na cama com o Notebook no colo. Parecia no mesmo estado de Claire, exausta e jogada.

- Oi amiga. -Acenou Claire.

- Oi.

- Como você tá?

- Péssima, mas isso já virou costume.

- Total.

- Você estava sumida hoje... Tentei te mandar mensagem, mas você me deixou no vácuo.

- Que nada, eu acabei de voltar da delegacia, que inferno. Estava cheio de caras do FBI lá, me senti em "Homens de Preto".

- Que horror.

- Você nem imagina. E aí, novidades?

- Sim! Uma bem esquisita. Eu estava tomando sorvete com a Juliett hoje mais cedo lá no centro da cidade, sabe?

- Sim, e a propósito, amei o vídeo que você me mandou. Acho que aquela música foi feita pra mim, pro bem ou pro mal.

- Sabia! Sabia que ia amar e odiar! Então, eu estava lá com ela e a gente viu uma loja de artigos de festas.

- Aham.

- E aí, eu lembrei que umas semanas atrás, eu e a Juliett, quer dizer, fui eu que vi, porque a Juliett tá sempre com a cabeça na lua. De qualquer jeito, lembrei que vimos a Jill entrando naquela loja. E presta atenção que agora a coisa fica esquisita.

- Fala.

- Na loja, bem na vitrine, tinha um manequim vestido com a mesma fantasia que o assassino tá usando. Até a máscara é igual.

- É, vendem bastante essas fantasias naquela loja por causa daquele filme, "Stab". Eu reconheci de lá mas nem falei nada porque é tão comum ver o pessoal usando no Halloween, que nem achei nada demais.

- Então, mas estamos longe do Halloween. E eu acho que vi a Jill saindo de lá com uma daquelas fantasias na sacola. Não tenho certeza, mas era um tecido preto todo enrolado na sacola da loja.

- Não duvido. Assim, lembra quando a gente estava na mansão dos Stone e acho que foi o Keaton que disse, que ela pediu pra ele instalar o aplicativo? E alguém, não lembro se foi ele, mas comentaram "Ah, então a Jill deve conhecer o assassino."

- Isso! Foi isso que lembrei.

- Olha. Da Jill... Do jeito que ela estava puta da vida, não duvido de nada da parte dela. Se me dissesse que ela viria pra matar todas nós, eu acreditaria. Mas, ela morreu. Então, como é que fica essa história?

- Eu sei. Isso é muito sinistro. Me fez até pensar se...

- Pelo amor de Deus, Alissa. Você não tá achando que o fantasma da Jill tá vindo atrás da gente, não é? Porque se estiver, vamos parar com a palhaçada porque isso é ridículo.

Scream - SurvivalOnde histórias criam vida. Descubra agora