2. at hospital

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[Camila Cabello's Point of View]

Mani mal parou o carro e Lauren literalmente saiu correndo, e sumiu depois das portas duplas da entrada do principal hospital da cidade. Pulei e corri atrás dela, torcendo para conseguir localizá-la em meio às pessoas que transitavam no saguão. Mal notei as presenças de Ally e Dinah ao meu lado.

- Pra onde ela foi?

- Acho que... Lauren é louca - respondi, com um sorrisinho idiota. Eu gostava disso nela. A impulsividade, esse negócio da surpresa, do inesperado, era algo que geralmente fazia as pessoas se afastarem, mas o efeito era mais ou menos o contrário comigo.

- A gente devia pegar crachás ou algo assim - Ally comentou. Concordamos, embora eu quisesse muito continuar atrás daquela maluca, mesmo sem saber onde diabos ela se metera. Eu entendia que Lauren estava nervosa, mas quando Clara ligou para contar o acontecido, fez questão de deixar claro que não fora nada grave. Michael estava subindo uma escada para ajustar os pisca-piscas no telhado da casa dos Jauregui quando se desequilibrara e caíra de mau jeito.

No momento da ligação nós cinco estávamos na casa de Ally, em mais uma reunião do grupo de estudos, o que era, na verdade, a única coisa que fazíamos juntas com devotada regularidade além das aulas de Literatura. Lauren basicamente entrara em desespero e teria ido ao hospital dirigindo o próprio carro - o que seria desastroso, a julgar pelo seu estado de nervos - se não tivéssemos impedido tal loucura e a convencido de ir com a gente no carro da Mani. Demorou um bocado e ela quase saiu no tapa com a Dinah, mas no fim deu tudo certo. É o que importa, não é mesmo?

Enfim, acabamos ficando na sala de espera, plantadas lá, nos enormes - e, diga-se de passagem, super aconchegantes - sofás escuros, que combinavam de um jeito estranho com os tons pastéis do ambiente e a decoração escassa. Quer dizer, não que eu ficasse sempre observando coisas como as decorações dos lugares, na maior parte das vezes eu viajava e não conseguia controlar meus devaneios. Papa costumava dizer que eu pensava demais e por isso acabava com a cabeça nas nuvens. Eu achava graça, mas nem sempre devanear era algo bom - e aqui, eu me refiro especificamente à escola e minhas notas absurdamente baixas em quase todas as matérias.

- Onde está a Mani? - perguntei, depois de uns dez minutos de espera, que mais pareceram horas, assim que consegui organizar meus pensamentos em uma ordem ligeiramente coerente, que era mais ou menos assim:

1. Mani
2. Lauren
3. Comida (caramba, onde fica a lanchonete daqui?!)
4. Lauren
5. Será que eu fechei a janela do meu quarto antes de sair? Por que, com uma nevasca dessas...
6. Comida
7. Tenho que limpar as lentes dos meus óculos.
8. Lauren...

Dinah deu de ombros:

- Disse que ia procurar um lugar para estacio...

- Oi, gente - ela apareceu bem nesse instante, com neve derretendo nos ombros e no cabelo, e se sentou em uma cadeira acolchoada de frente para nós - Começou a nevar e não tinha vaga aqui perto e...

- Onde você deixou o carro?

- A uns dois quarteirões daqui.

- Dois quarteirões?! - Dinah praticamente berrou e Ally a mandou calar a boca, mas foi ignorada - Sabe a que distância isso fica daqui?! - algumas pessoas que também esperavam ali nos olharam feio, mas (adivinhe só) também foram ignoradas.

- Hã, a dois quarteirões? - respondi quase no mesmo tom e Normani riu. Dinah me empurrou, a testa franzida, claramente irritada.

- Você não vai ficar aleijada por andar um pouco - Normani ponderou, retirando seu casaco molhado com todo cuidado para não deixar neve derretida espalhada por muitos lugares.

Where's Santa and his sleigh???Onde histórias criam vida. Descubra agora