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José sempre se sentiu um excluído em casa. A exceção, o mal exemplo da família. Seus pais sentiam vergonha daquele bebê feio, depois a vergonha daquela criança imbecil que não aprendia a falar direito. Se tornou a criança burra que não fazia nada na escola e depois um completo idiota que levava os brinquedos de casa para trocar com os amiguinhos.
Após o filho mais novo da mãe nascer, tudo piorou.
José era o que sobrou de um casamento infeliz e violento. Ali já era maltratado pela mãe, pelo padrasto e completamente esquecido pelo pai.
Na adolescência o pequeno ladrãozinho já quase não parava em casa. Fazia do tráfico sua família e das drogas sua única fuga.
Houve um período bem confuso e depois disso José voltou pra casa. Terminou parte dos estudos e conseguiu um trabalho. Mas nunca acabaram os problemas.
Afinal eram os problemas que o mantiveram vivo por tanto tempo.
Os novos problemas em casa, no trabalho e onde quer que estivesse o fazia esquecer a dor pela culpa dos problemas passados.
Se José parasse de criar problemas ele teria paz. As pessoas ao seu redor teriam paz. O universo teria um pouco mais de paz, mas neste momento viriam as lembranças dos atos passados e a culpa o iria consumir por inteiro. José precisava criar problemas para conseguir viver e ninguém podia mudar aquilo.
Não importa o quão boa fosse a pessoa. O quão bela, sensual e divertida, o quão penetrante fosse seu olhar, o quão encantador fosse seu sorriso. Após algumas semanas de paixão desenfreada José a iria encher de problemas. E se ela insistisse em o acompanhar mesmo assim, José seria violento. Muito violento.
Mesmo com o alto preço que o universo sempre lhe impôs, José é um exemplo de amor pela vida. Ele faria o que fosse preciso para se manter vivo. E a paz, definitivamente não o fazia bem.