Dizem que o tempo cura tudo e também dizem que a alegria é o melhor remédio para vencer os problemas que são colocados em nossas vidas de merda, mas quando se trata de alguém cujo a alma é triste, melancólica e solitária? Eu costumava sorrir a um tempo atrás, mas o destino foi cruel comigo, com os problemas que chegaram no meu "querido mundo" eu percebi que eu sou um lixo de pessoa, não por coisas que eu fiz, mas sim por coisas que fizeram a mim. Quando eu completei doze anos a uns meses atrás, eu percebi o desprezo que sofria por parte da minha família, pouco a pouco as reais personalidades deles foram se revelando, constantemente eu sofria agressões verbais, eles falavam "por que você apareceu nas nossas vidas, aberração?" "Volta para o inferno, lá é o seu lugar". Eu não entendia o que eles estavam querendo dizer, eu só queria acordar daquele terrível pesadelo. Já na escola, a situação não era diferente, eu sofria bullying daquelas valentonas que acham que só porquê são maiores e mais populares, podem pisar em você, te ridicularizarem na frente de todos e se acharem superiores.
Revoltada com a situação que vivia, eu pensava constantemente em suícidio, até que um dia as agressões verbais chegaram a um nível tão absurdo que era impossível continuar vivendo com isso, eu apenas era um peso nas vidas deles, então eu pensei "a felicidade nunca será conquistada por pessoas como eu." Então na calada da noite, eu desci até o porão de casa, trazendo comigo uma faca de serra. Pouco a pouco eu arrastava a faca pelo meu pulso esquerdo, traçando linhas horizontais, a dor vinha, mas ao mesmo tempo uma sensação de paz, conforto e tranquilidade. Naquela mesma noite, eu voltei para o quarto, tranquei a porta e me deitei calmamente sobre a cama e dormi.
No dia seguinte eu acordei, estava pronta para começar mais um dia terrível e infame, eu logo percebi isso quando a minha mãe percebeu que eu estava escondendo algo.
—O que é isso aí, sua vadia?—Disse ela—Vamos, me mostre!
—Não, mãe... Não é nada—Fala Rachel, com muito medo.
O clima fica tenso entre as duas, de um lado uma pobre garotinha com lágrimas nos olhos, do outro uma mulher sedenta por violência com um sombrio sorriso.
—Não me diga que andou se cortando, sua vagabunda.—Falou a mãe, inclinando-se para a estante com um objetivo de pegar uma tesoura.—Você gosta de se cortar não é mesmo? Então não se importaria se eu cortasse esse lindo cabelinho, não é?
A mãe vai na direção de Rachel e a agarra, enquanto isso, Rachel grita por socorro e se contorce, mas sua mãe tampa sua boca e com dificuldade aproxima a tesoura do cabelo de Rachel, quando de repente....
—Solte-a agora, Meredith!—Esbraveja o seu pai.
Nesse momento, Meredith larga a garota e tentando resolver a situação diz:
—Mas Thomas, ela me chamou de vadi...
—Cale a boca! Esqueceu do que conversamos, hein?—Fala Thomas, enquanto se aproxima dela.
Os dois ficam cara a cara, Thomas faz um movimento rápido e segura o seu pescoço com a mão direita e com a esquerda ele dar um forte tapa em seu rosto, ocasionando a sua queda.
—Se encostar nela de novo, eu juro por Deus que você vai desejar nunca ter nascido.
Eu corri para os braços do pai, ainda chorando e tremendo, todavia presenciar aquilo foi uma das melhores coisas que havera acontecido nos últimos dias. Meu pai—ao contrário de todos—sempre me tratou com respeito, ele era a pessoa que eu sempre poderia confiar e a pessoa que eu mais amava no mundo, mas ele quase nunca estava em casa e isso só piorava a situação.
Eu perguntei a ele se poderia me deixar na escola hoje, e ele concordou, então nós dois entramos no carro e fomos para a escola.
—Por que ela queria cortar o seu cabelo?—Perguntou Thomas.
—O quê?
—A sua mãe... Por que ela queria cortar o seu cabelo?
—É que... É que...
—Rachel, pode me contar, sabe que pode confiar em mim.
—Sabe pai... É que eu não aguento mais o que ela e os outros me fazem diariamente, então eu fui me cortar e valeu muito a pena.—Responde Rachel.
—Hã... Então foi por isso? Sabe Rachel, quando eu era pequeno, meu pai sempre me dizia para enfrentar os problemas da vida. Você só precisa encará-los corajosamente de cabeça erguida, filha.
—Mas pai, eu não vou conseguir!
—Você nunca saberá se não tentar, querida.
Após essa conversa motivacional, os dois finalmente chegam a escola. Rachel caminha em direção a sua sala, quando de repente ela começar a sentir uma dor na parte posterior de sua cabeça, a dor vai evoluindo aos poucos, nesse mesmo momento, sua vista torna-se turva e aos poucos o retrato de um garoto vai se formando em sua mente. A dor vai crescendo e crescendo até chegar ao ponto de ocasionar o seu desmaio. Rapidamente uma grande multidão se formou, a ambulância foi chamada pela diretora, mas eu só me lembro de acordar no hospital com meu pai ao meu lado.
—Filha, você acordou!
—Quem era ele?—Pergunta Rachel, ainda um pouco confusa.
—Quem, filha? Quem?
—Aquele Garoto! Onde ele está?
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CONECTADOS
Mystery / ThrillerA vida de Benjamin Grayson está cada vez mais confusa depois que ele começa a ter visões de uma garota misteriosa. Enquanto isso do outro lado da cidade, Rachel Darry tem visões de um um misterioso garoto. Procurando por respostas, os dois fogem de...