Despertei novamente na cama do hospital, uma raiva intensa me consumiu, eu fiquem com tanta raiva daquele médico. Agora eu não sentia mais nada, nem sinal da sua existência, eu estava tão perto de conseguir vê-lo, mas o destino foi cruel, por uns instantes eu chorei de raiva.
“Plante o bem e colherá o bem”, era isso que eu sempre ouvia de todos, eu por um tempo até acreditei que isso era verdade. Eu, uma frágil garota de doze anos, ainda inocente, ainda com tantos medos idiotas: medo do escuro, medo de ficar sozinha em casa e até um tempo atrás, medo de palhaços.
Eu plantei o bem, mas não colhi o bem! Eu tentei ser gentil, eu tentei agradá-los, mas eu não entendo porque eles me desprezam tanto, porque me maltratam. Por que quando eu finalmente estava prestes a ser algo mais, conhecer alguém que eu tinha certeza que não estava na minha vida à toa, eu fui interrompida?
Por que eu? Por que? Sete bilhões de pessoas no mundo e isso aconteceu justamente comigo.
Eu passei horas refletindo sobre as coisas que estavam acontecendo comigo aquele dia.Uma semana se passou desde o dia que eu o senti pela última vez, eu ainda estava deitada na cama do hospital ouvindo minha banda favorita "Skillet” e era o que bastava.
Depois de uma longa espera, aquele médico idiota finalmente me liberou. Eu saí do hospital, caminhei em direção a um Ford de cor preta, era o carro do meu pai. Eu caminho lentamente, sentindo o vento batendo em meu rosto e por alguns instantes eu me senti como um passarinho fora da gaiola, mas o que me aguardava era assustador. Eu abro lentamente a porta e cento, não demorou um minuto para ele perguntar:
—Você estar bem?
—Sim...sim.—Fala Rachel, enquanto encosta sua cabeça no vidro com a cara de mal humor.
—Mas tem certeza? O médico disse que...
—Droga, pai! Eu já disse que estou bem! Eu não estou nem aí para aquele médico.—Esbravejou Rachel.
O clima ficou tenso entre os dois e para quebrar esse clima, Thomas olha para Rachel, forçando uma cara triste e diz:
—Deixou o Senhor Baldo triste.
Senhor Baldo foi um palhaço que ele inventou para que eu perdesse o medo de palhaços depois de assistir It: A Coisa, eu fiquei com tanto medo que não conseguia dormir ou ficar sozinha. Ele contava várias piadas, fazia brincadeiras e sempre me fazia sorrir, e foi aí que o meu medo um dia passou.
Eu tento me conter, mas o sorriso foi inevitável, eu também pude perceber que ele também deu um sorriso demonstrando felicidade e aquilo foi incrível para mim, já que eu o havia magoado no hospital.
A caminho de casa, eu avisto uma pequena lanchonete de nome “Food's Go” e rapidamente me dar uma vontade imensa de comer batata frita.
—Pai, podemos parar aqui para comprar batata frita? Por favor!
—Mas Rachel, você odeia batata frita.
—Por favor, pai!
—Tá bom!
Os dois param na lanchonete, Thomas compra duas porções de batata frita e dois copos de refrigerante. Eles rapidamente comem e voltam para o carro.
Chegando em casa, eu logo vejo aquela mulher, que já não a considerava minha mãe a muito tempo, ela olha para mim com um sorriso e diz:
—Filhinha, como vai?
Eu olho para ela demonstrando para ela toda a minha raiva e respondo:
—Vai se ferrar!
O sorriso dela lentamente vai sumindo do rosto. Ela era a pessoa mais desprezível que eu havia conhecido, não sei como o papai se casou com ela.
Eu entro em casa, e logo me deparo com os meu dois irmãos mais velhos sentados no sofá (Mike e Logan). Logan tinha cabelos longos amarelados, olhos azuis, ele era magro e sempre estava usando boné. Mike (o mais velho) tinha cabelos curtos castanhos, olhos castanhos escuros, ele possuía um corpo mais definido.
—Ora... Ora, vejam só quem voltou. Fala Mike—Você não é bem vinda aqui, Rachel... Vai embora!
Ele se aproxima de Rachel, quando Thomas chega e fala:
—Deixe ela em paz!
Mike rapidamente se afasta.
Thomas vai até Rachel, se abaixa para que fique do seu tamanho e calmamente diz:
—O papai tem que ir agora!
—Não... Não me deixa aqui sozinha, papai.—Disse Rachel, enquanto começa a chorar.
—Me desculpe, mas eu não posso.
—Você prometeu.—Rebate Rachel, enquanto chora.
—Olha, se algo acontecer, por favor me liga, tá? Se eles mexerem com você me avisa, e eu voltarei o mais rápido possível. Vá para o seu quarto, tranque a porta e não saia de lá até eu chegar. Eu volto amanhã de manhã, tá bom?—Fala Thomas, enquanto segura as mãos de Rachel.
—Tá bom.
Os dois se abraçam, Thomas espera ela entrar no quarto para poder sair.
Eu estava muito cansada, então rapidamente dormi, mas eu acordei de madrugada após escutar alguém conversando, eu escutei a frase “Vamos invadir o quarto dela”. Eu logo entro em desespero, quando pego o telefone para ligar para o meu pai, eles começam a bater na porta com um pedaço de madeira.
Eu estava me tremendo e com dificuldade digitei o número do meu pai, e ele logo atendeu:
—Filha, está tudo bem?
—Não, pai. Eles querem me pegar, eu estou com medo, pai.
Thomas escuta a barulheira causada pelo impacto dos pedaços de madeira com a porta.
—Eu estou indo, Rachel!
Thomas entra no carro o mais rápido possível e volta para casa.
A porta estava se quebrando, Rachel se desespera e começa a chorar.
Depois de tanto bater, a porta se rompeu e eles entraram no quarto e a agarrarm, colocaram fita em sua boca, a puseram no porta-malas do carro do seu irmão e a levaram para um local para um local específico.
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CONECTADOS
Mystery / ThrillerA vida de Benjamin Grayson está cada vez mais confusa depois que ele começa a ter visões de uma garota misteriosa. Enquanto isso do outro lado da cidade, Rachel Darry tem visões de um um misterioso garoto. Procurando por respostas, os dois fogem de...