Mais uma vez fracassamos e formos parar na delegacia local. Na delegacia tinham várias pessoas que foram pegas roubando, matando e cometendo diversos outros crimes, e no meio delas estávamos nós, pegos no flagra arrombando o portão de uma escola. Eu tinha que ter uma justificativa muito boa para contar a minha mãe os motivos que me levaram a cometer esse delito.
Os policiais já tinham ligado para os nossos pais e eles já estavam a caminho.
—Minha mãe vai me matar, Ben.—Diz Liam, segurando o choro.
—Nós dois iremos morrer.—Fala Ben—Isso é tudo minha culpa, eu tinha certeza de que ela estava lá. Eu devo estar ficando louco, isso deve ser fruto da minha imaginação.
Naquele mesmo momento, Liam percebe que estava na hora de contar tudo que ele sabia.
—Olha... Eu preciso te contar uma coisa!—Disse Liam—Uma coisa que eu devia ter te contado.
—O quê?
Liam respira fundo, deixando uma lágrima percorrer o seu rosto e começa:
—Enquanto você se debatia, tentando se livrar dos braços do segurança no hospital... Eu... Eu olhei para trás e eu a vi, Ben... Eu a vi tentando se soltar dos braços de um médico enquanto ele lhe aplicava um sedativo, eu tinha certeza de que era ela... Ela parecia... Parecia está querendo te encontrar, ela estava vindo na sua direção. Por que você acha que eu topei ir com você até a escola? Eu sei que isso é verdade! Ben... Você não estar louco!
Aquilo era tudo que eu queria ouvir. Após semanas me questionando sobre a minha saúde mental, aquilo era a prova de que eu não estava louco. Liam se sentia culpado por não ter me contado, dava para ver nos olhos dele, mas eu não ia crítica-lo ou coisa do tipo, eu apenas me senti feliz por ter ele ao meu lado. Eu olho para ele com um um sorriso no rosto e digo:
—Eu não esperava o choro de um sonserino.
Ele limpa as lágrimas e em seguida diz:
—Meu coração sempre foi lufano, o “Pottermore” estava errado.
Nós ficamos rindo disso por segundos, mas nossa felicidade acabou quando os nossos pais chegaram na delegacia.
—Benjamin, você estar bem, bebê?—Pergunta a Senhora Grayson, apertando as bochechas de Ben—O que está esperando? Deixe ele ir embora, policial!
—Senhora, seu filho arrombou uma escola, você sabe o quanto isso é grave?—Perguntou o policial magro, alto e esquisito.
—É verdade, Ben?—Perguntou o senhor Grayson.
Ben respira fundo, abaixa a cabeça e responde lentamente:
—Sim.
Meus pais ficaram decepcionados com o que eu tinha feito, e eu me senti tão mal.
O policial, desta vez o gordo bigodudo que estava com uma rosquinha mordida em mãos disse:
—Ei, garoto.—Ele olha o nome de Liam na ficha que o mesmo havia preenchido—Liam August Trevol Sants Gilbert Junior—Ufa, que nome cumprido você tem, pensou ele—Você está liberado, pode ir!
—Não... Eu ajudei o Ben, então não é justo que eu vá e ele fique.—Diz Liam, colocando-se de pé.—Nós dois temos que pagar por isso.
—Mas ele confessou.—Rebateu o policial.
—Nós dois temos que pagar!—Completou Liam.
Meus pais, eu e a Senhora Gilbert olhamos para Liam, não tinha outra pessoa do mundo que pudesse ser o meu melhor amigo além dele.
Conversa vai, conversa vem, até que o delegado faz a seguinte pergunta:
—Vamos fazer um acordo?
“Foi isso que o Rumplestiltskin falou para a Branca de Neve.” susurrou Liam em meu ouvido.
—Eles serão liberados, mas com uma condição.—Disse o delegado—Vocês terão que prestar serviços comunitários por uma semana.
Nossos pais aceitaram essa condição e finalmente formos para casa.
Eram cinco horas da manhã quando saímos da delegacia, as ruas estavam desertas, cheias de árvores.
Minha mãe não queria nem olhar para mim, mas eu chego até ela e digo:
—Mãe, me desculpa!
—Só isso, Ben? Você só vai dizer isso, Benjamin?—Disse ela, aumentando o tom de voz—Você invadiu uma escola, o que pensou que estava fazendo?
Por alguns instantes eu pensei em contar o que estava se passando, mas eu tinha medo de que eles não entendessem, eles iriam pensar que eu estava louco e não era isso que eu queria.
—Vamos, Ben. O que você pensou que estava fazendo? Responde!
Eu não consegui dizer uma palavra e segui empurrando a bicicleta de volta para casa, quando do nada, um carro estava vindo em nossa direção em alta velocidade, rapidamente nós saímos do caminho e por pouco ele não nos atropelou. Quando o carro em alta velocidade passou, meu coração acelerou, minhas mãos começaram a tremer e uma leve dor de cabeça me atingiu, esses fatores me levaram a ter outra visão: eu vi a garota e ao lado dela um homem sorrindo, depois eu vi eles dois fazendo um enorme castelo de areia na praia e logo em seguida ela ligando para ele enquanto estava sendo atacada.
Eu retorno a minha consciência e rapidamente deduzi de que ele era o pai dela e estava indo salvá-la.
—Liam, o motorista desse carro é o pai dela.
—Como você sabe?—Perguntou Liam.
—Eu os vi juntos em mais uma visão.—Responde Ben—Ele está indo salvá-la, mas eu não sei se ele conseguirá.Enquanto isso na escola, Meredith Darry finalmente começa o seu terrível plano de torturar a garota.
Ela caminha até Rachel (que estava amarrada em uma cadeira) se abaixa para que fique do seu tamanho e começa a dizer coisa... Coisas que Rachel não estava preparada para ouvir:
—Como vai, filhinha do papai?—Disse ela, enquanto fazia uma cara mais psicopata possível—Você ligou para o Thomas, não foi? Pena que seu pai postiço não vai está aqui para te proteger.
Rachel estava se debatendo na cadeira, mas quando ela escutou “pai postiço”, ela simplesmente parou e olhou bem nos olhos de Meredith.
—O quê?—Perguntou ela.
—Isso mesmo, Thomas nunca foi e nunca será o seu pai de verdade.—Fala Meredith, exibindo um sorriso no rosto.
—Não, isso não é verdade.—Diz Rachel chorando.—Por que você está fazendo isso comigo?
—Eu te odeio Rachel! Minha vida acabou no dia que você nasceu.
—Mas o que eu fiz a você?—Pergunta Rachel—Por que me odeia tanto?
—Não é o que você fez, mas sim o que vai fazer.
Rachel não entendeu nada o que estava acontecendo, a mente dela estava muito confusa.
—Logan, me passa essa faca!—Ordenou Meredith—Vou dar uma lição nessa garota.Nós já chegamos em casa depois de uma longa caminhada, era por volta das seis e quarenta e cinco da manhã, Liam e eu estávamos assistindo Vingadores: Guerra Infinita pela milésima vez na minha casa.
Meredith está em posse da faca, ela levanta a blusa de Rachel e lentamente começa a fazer vários cortes, Rachel grita de dor.
—Rápido, tampem a boca dela.—Ordenou Meredith.Thomas finalmente chega em casa.
—Rachel, onde você está? Rachel.
Ele procura em todos os cantos da casa, mas não encontra nada. Ele rapidamente se desespera e começa a chorar.Eu senti uma ardência na minha barriga, essa ardência foi aumentando e aumentando, então eu decido olhar o que estava acontecendo. Ao levantar a minha camisa, eu me assusto em ver vários cortes aparecendo instantaneamente.
—Ah, Liam socorro.
—Cara o que fo... Nossa o que está acontecendo?
—A garota, ela está sendo mutilada, eu posso ver. Os... Os cortes estão ficando cada vez piores e estão aparecendo em mim também.—Prontinho.—Disse Meredith—Você gosta de se cortar? Então não se importou, não foi?
Rachel estava sentindo uma dor imensa, ela não estava capaz de fazer nada além de chorar e gritar.
Eram sete e quinze da manhã, quando Meredith, Logan e Mike foram embora e a deixaram sozinha na escola.
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CONECTADOS
Mystery / ThrillerA vida de Benjamin Grayson está cada vez mais confusa depois que ele começa a ter visões de uma garota misteriosa. Enquanto isso do outro lado da cidade, Rachel Darry tem visões de um um misterioso garoto. Procurando por respostas, os dois fogem de...