CONECTADOS

Tudo Tem um Preço

Aldrey Queen, vem de uma família de advogados e assim como todos da família, seus pais queriam que ela seguisse a mesma carreira que eles, porém não era isso que ela queria... Seu sonho mesmo era se tornar uma cantora, mas para isso se tornar realidade, ela teria que fugir de casa já que seus pais nunca iriam aceitar a sua decisão. Pelo menos foi isso que ela disse para Ben, que pouco a pouco foi perdendo a timidez quando estava perto dela.
Ainda faltavam duas horas para ele chegar em Santa Clarita, quando a fome o atacou.
—Quer comer?—Perguntou ele, enquanto abria a mochila.
—Não queria, mas já que insiste.—Respondeu ela, dando um breve sorriso.
Ele então pega um pacote de Chip Cookie e dar metade para ela. Os dois comem enquanto observam a paisagem no vagão de trem. Aldrey então começa a cantar uma música que era a favorita do tio falecido de Ben, aquele que lhe dera um urso de pelúcia de presente. Ele não se contém e demonstra uma imensa tristeza.
—O que foi?—Perguntou Aldrey—Está com saudade de casa, bebezinho?
Ben então enxuga as lágrimas e abaixando a cabeça diz em voz baixa:
—Não, é que... Essa era a música favorita do meu tio que morreu a alguns anos.
—Ah, me desculpa. Eu não queria...
—Tudo bem.
Aldrey percebe que o clima ficou ruim entre os dois e para tentar tirá-los dessa situação, começou a arquitetar um novo diálogo entre os dois. Ela então decide quebrar o silêncio entre eles e depois de três minutos diz:
—Você fugiu de casa, então onde exatamente você deseja passar a noite hoje?
Ben olha para ela como se estivesse espantado com a pergunta, “Eu não pensei nisso. E agora o que vai acontecer se eu não encontrar a Rachel?” ele se perguntou.
—Olha, eu... Eu ainda não pensei nisso.
—Você trouxe dinheiro?—Perguntou Ela.
—Sim, cinquenta dólares.
Cinquenta dólares não era muito, mas o suficiente para passar uma noite em um hotel, só faltava saber onde fica um hotel.
Duas horas haviam se passado, finalmente eles chegaram ao destino tão aguardado. O trem para em frente a um supermercado, os passageiros descem e seguem seus caminhos. Todos os passageiros eram moradores de Santa Clarita ou já estiveram lá antes, por isso sabiam de tudo, exceto Ben e Aldrey, os dois não conheciam nada daquele lugar. Eram meio dia quando eles chegaram lá, estava na hora do almoço e os dois estavam com fome.
—Então é isso?—Diz Aldrey—Você vai seguir o seu caminho e eu o meu?
—Bom, se quiser... Nós... Nós poderíamos andar juntos como... Como...
—Namorados?
—Não, não... Amigos!
Aldrey gosta da ideia e passa a se tornar sua amiga.
“Ben, você já chegou? Câmbio”
—O que é isso?—Perguntou Aldrey.
—É o meu amigo, Liam. O nerd que eu te contei.—Responde Ben, enquanto tira o rádio da mochila—Sim, estou aqui! Câmbio.
—Já chegou em Santa Clarita? Câmbio!—Perguntou Liam.
—Sim!—Responde Ben—Além disso, eu encontrei uma garota. Câmbio!
—Oh... Não me diga que você está gostando dela, não é? Câmbio!
—Não, cala a boca seu idiota!—Esbravejou Ben, enquanto desliga o rádio.
Aldrey olha para ele e rir. Os dois caminham pelas ruas alegres e coloridas de Santa Clarita. Lá tinham várias pessoas felizes que cumprimentavam qualquer pessoa que viam pela frente. As casas por lá eram bastantes bonitas e os carro uns mais bonitos que os outros, aquele lugar parecia ideal para se viver, pois tinha de tudo: Supermercados, lojas de brinquedos, lojas de roupas, sorveterias, cinemas, lanchonetes e tudo que uma pessoa pode precisar para viver, além disso, lá parecia que não existia violência e se existisse, quase nunca acontecia.
—Nossa, esse lugar é incrível!—Diz Aldrey—Mas vamos, temos que encontrar um lugar para ficar.
Os dois vão caminhando lentamente, apreciando a beleza daquele lugar e pedem informações para um idoso de aparentemente 87 anos, que acabara de sair de um sapateira com sua bengala amarronzada.
—Oi, você poderia nos dizer onde fica o hotel mais próximo?—Perguntou Aldrey.
—Vocês vão até lá na frente e dobram a esquerda, quando chegarem próximo a uma...
O velho simplesmente para e fica olhando para Ben como se estivesse muito surpreso em vê-lo, enquanto
isso, Aldrey e Ben se entreolham assustados.
—Você aqui? Não acredito.—Disse o velho.
Os dois simplesmente o ignoram e seguem o seu caminho.
—Quem era ele?—Perguntou Aldrey.
—Eu não sei, nunca vi aquele maluco.

Rachel espera dar uma hora da tarde para pôr seu plano em prática. O plano era bem simples, ela apenas teria que dar um jeito de não chamar a atenção das pessoas que estavam ali para visitar seus entes queridos, e já que uma hora era o horário do almoço o corredor ficaria vazio, aquele era o horário ideal para fugir dali, todavia ela ainda teria que enganar os seguranças do hospital, para isso ela precisaria criar uma pequena distração para chamar a atenção dos seguranças para que o caminho fique livre. “Os seguranças estão aqui para assegurar que nada de ruim irá acontecer, então se eu criar um falso crime, será que eles vão acreditar?” pensou ela, então ela arquitetou um plano que era o seguinte: Ela iria passar pelo corredor —que agora estava vazio— e antes de chegar ao local da saída, iria falar algo como “Seguranças, socorro, ele vai me matar.”, enquanto se esconde em uma sala vazia. Assim, os seguranças iriam correndo ver o que estava ocorrendo e a tão almejada porta de saída ficaria vazia e ela facilmente sairia daquele lugar.

Meredith Darry e seus filhos malucos estavam indo para um local nem um pouco discreto, uma balada, porém eram meio-dia e meia e o lugar ainda não estava aberto, apenas tinham umas pessoas que aparentemente estavam os esperando. Eles caminham até essas pessoas, que abrem a porta da balada sem que ninguém veja para que eles possam entrar discretamente. Eles rapidamente entram e caminham até uma porta com o símbolo de uma caveira pintada e embaixo tinha escrito “Proibidos fracos” que se encontrava nos fundos. Ao passarem pela porta, eles avistam um homem sentado numa poltrona de costas para eles com uma mulher bem bonita sentada no seu colo e ao seu lado direito um colosso segurando uma AK-47 e do lado esquerdo outro colosso segurando uma pistola calibre 38.
—Senhor, eu o vi hoje de manhã. Ele estava...
—Não interessa o que viu.—Diz o homem, enquanto se levanta e vai em direção a eles—Você é fraca, não deveria fazer parte da Ordem, acha que eu não sei o que fez com o Thomas? Você matou um dos meus mais fiéis súditos.
—Foi um acidente, eu...
—Eu sei que não foi!—Interrompeu-lhe o homem—Seus filhos me disseram que não, ao contrário de você eles são fortes, e você? Você não passa de uma pobre coitada, desleal e inútil! Logan também me disse que machucou a garotinha, desrespeitou a regra mais importante da Ordem. Que os deuses tenham piedade da sua alma, que daqui a pouco estará vagando pelas profundezas do inferno.
Nesse momento Meredith engole em seco e vai se afastando até a parede, enquanto o homem que atendia pelo nome de Lucius vai se aproximando e com uma faca na mão direita encosta no seu pescoço e com apenas um movimento corta a sua garganta. Aquela cena foi chocante para Mike que não se contém e derrama lágrimas, mas ao contrário dele, Logan não parecia sentir remorso algum, pelo contrário, ele parecia está se livrando de um grande peso. Ele caminha até perto dela e disse em voz baixa: “Tudo tem um preço... E o seu é esse. bom descanso... Mãe.”. Aquela atitude do jovem rapaz chamou a atenção de Lucius que caminhou até ele, colocou a mão em sua nuca e encostou sua testa na dele e disse:
—Muito bem, meu filho. Não deixe que os sentimentos falem mais alto, você é forte e terá uma jornada muito promissora se juntar forças comigo e se tornar peça fundamental para que o “Melhor” se concretize.
Ele então volta para a sua poltrona, cruza as pernas, acende um charuto e com um sorriso no rosto diz:
—Limpem essa sujeira, eu não quero ver nenhuma mancha no chão e nem muito menos na minha parede. Joguem o corpo desta imprestável longe daqui e não deixem que ninguém veja.