CONECTADOS

Liam Salva o Dia

A dor de cabeça já havia passado, mas aquela sensação de que aquele garoto poderia está perto estava me causando o maior alvoroço. Eu queria ir ao seu encontro, mas o meu estado me impedia.

—Mais rápido, Liam! Temos que chegar lá o mais rápido possível.—Grita Ben, enquanto estar em alta velocidade em sua bicicleta.
—Eu não consigo ir mais rápido, estou muito cansado.—Grita Liam, quase parando.
“Ele não vai me alcançar, preciso parar e esperá-lo”, pensou Ben enquanto parava a bicicleta, ele olha ao redor e não ver nada além de umas árvores, estava muito frio naquele dia e Ben havia esquecido o casaco em casa. Enquanto esperava Liam lhe acompanhar, Ben começa a cantar trechos da música "Should I Stay or Should Go” bem baixinho, quando se assusta com a música de abertura de Harry Potter tocando em seu celular. Ele tira o celular do bolso e percebe que a sua mãe estava ligando, ele pensa por sete segundos antes de atender.
—Benjamin, onde você está? Eu e o seu pai estamos muito preocupados!—Disse ela.
—Calma, mãe. Eu já estou indo para casa.—Responde Ben, enquanto olha ao redor e ver um grupo de pessoas se aproximando, “Deve ser algumas pessoas voltando de uma festa.” pensou ele, mas na verdade se tratava de uma gangue de malfeitores que estavam ali para roubar. Eles se aproximam calmamente, quando um sujeito gordo, usando uma jaqueta de couro, calça jeans, tênis Nike, uma touca que tinha uma caveira desenhada,  olha para ele e diz enquanto soca uma das mãos:
—Ora...ora, o que o filhinho da mamãe está fazendo aqui?
Ben rapidamente percebe o problema que havia se metido, ele olha ao redor e percebe que não havia ninguém que pudesse ajudar, “Droga, Liam.” pensou ele, enquanto colocava o celular no bolso.
—Ben, quem está aí com você?—Pergunta a Senhora Grayson, mas não é respondida.
Liam estava quase morrendo de cansado, e ainda faltava trinta metros para ele acompanhar Ben. De longe ele avistou o que estava acontecendo, então ele pensou “Droga, Ben! Eu tenho que fazer alguma coisa.”
—Não deveria está aqui, garoto.—Fala o líder da gangue—Vamos, rapazes! Peguem tudo dele.
—Não... Não, socorro, socorro!—Grita Ben, desesperado.
—Ben, o que está acontecendo? Beeeeeeeeeen!!—Exclamou a Senhora Grayson.
Os gangsters o agarram, o mesmo sujeito de touca de caveira tirou sua mochila de suas costas, um deles já tinha pegado a sua bicicleta, quando de repente escuta um barulho similar a um disparo de uma arma acompanhado de uma voz que dizia:
“Deixem o garoto em paz, ou irão tomar bala na cabeça.”
—“Ih, sujô”, é a polícia, corram!
Os gangsters saem correndo, Ben é jogado no chão.
Liam se aproxima do local, segurando a arma usada por Han Solo na trilogia clássica. Ele estende a mão para Ben e o mesmo surpreso do tinha acabado de ver fala:
—Não brinca, essa é a...
—Pistola DL-44 Blaster, usada por Han Solo na trilogia clássica? Sim.—Interrompe Liam, com um sorriso no rosto—Embora seja uma mera cópia que apenas produz o som de um tiro, foi o suficiente para afastar aqueles otários.
—Mas o que você usou na sua voz? Tava parecendo voz de homem.—Pergunta Ben, num tom cômico.
—Vai se ferrar, Ben! Diz Liam, com um sorriso no rosto—Lembra daquele modificador vocal que eu criei para a feira de ciências há três anos atrás, o qual você disse que era inútil? Então, foi isso... Isso lhe salvou! A propósito, tá me devendo duas.
—Duas?—Perguntou Ben.
—Sim! Quem você acha que ligou para a ambulância quando você quase morreu?
Ben olha para Liam com um sorriso, pega sua mochila que havia sido deixada no chão durante a fuga dos gangsters, sobe na bicicleta e fala:
—Vamos por outro caminho, não quero me trombar com aqueles idiotas de novo.
Os dois amigos vão por outra estrada, uma mais longa, mas era melhor do que enfrentar aqueles malfeitores outra vez.

Eu não aguentava mais tamanha aflição, eu me senti fraca, incapaz de ir em busca dele, e aquilo me machucava bastante, a partir do momento que eu o vi pela primeira vez, eu percebi que estávamos conectados, eu não sei como, mas... A nossa conexão parecia algo de outro mundo!

—Liam é aqui, chegamos!—Exclamou Ben—Eu entro e você fica aqui olhando as nossas coisas, ok?
—O quê? Eu não acredito que andei quilômetros para chegar aqui e fica olhando as coisas! Eu vou entrar com você!—Resmungou Liam.
—Tá bom, vem logo!

Meu coração de repente acelerou, um arrepio súbito subiu dos pés a cabeça, foi aí então que eu o vi novamente, desta vez entrando no hospital com o seu amigo. Com esforço eu consigo me levantar, vou até a porta e estico minha mão lentamente até a maçaneta e a giro. Eu finalmente estou fora da sala, mas minha cabeça ainda doía muito e minha visão não estava muito boa, era como está vendo um filme 3D só que sem os óculos. Com dificuldade eu ando pelo corredor do hospital, todas as atenções estavam voltadas para mim.

—Ela está aqui, eu posso sentir! Disse Ben.—Ela está muito perto, vamos.
Liam e Ben caminham pelo corredor, mas foi só por alguns minutos, pois o segurança os viu e imediatamente foi até eles.
—O que vocês estão fazendo aqui, garotos?—Perguntou ele.
—Nós estamos procurando uma paciente!—Respondeu Liam.
—Lamento, mas a hora da visita é restrita a crianças, além disso... Nem está no horário de visita. Vão embora!
—Olha, temos dinheiro e comida se você quiser.—Fala Liam, tentando suborná-lo—Basta que nos deixe passar.
—Você está me subornando? Eu não vou aceitar o suborno de uma criança.
O segurança pega os dois pelo braço e os arrastam para fora.
—Não... Não! Eu tenho que vê-la, me larga... Me larga!!—Grita Ben, enquanto tenta se soltar do segurança, que tinha o dobro de sua altura—Ela está aqui, eu posso sentir.

Eu ia dando lentos passos pelo longo corredor, eu estava destinada a encontrá-lo aquela noite, quando um médico imbecil se aproxima de mim.
—Ei, garota... O que faz fora da sala? Vamos, volte.
—Não, eu tenho que encontrá-lo, me deixe!
O médico a agarra pelo braço e a tenta levar de volta a sua sala.
—Me solta, eu tenho que ir, me solta! Me soooolta!—Grita Rachel, enquanto se contorce.
—Enfermeira, pega um sedativo!—Ordenou o médico.
Ele aplica o sedativo em Rachel e o efeito é simultâneo, a garota num instante dorme.

Nesse mesmo momento, Ben perde de vez o contato com Rachel. Agora tudo não passava de uma ilusão, a chama que mantinha a conexão dos dois acesa havia se apagado.
Depois de serem expulsos do hospital, os dois amigos voltam para casa completamente esgotados.
—Liam, eu perdi completamente o seu sinal. Agora eu não sinto mais nada!—Disse Ben.
—Eu disse... Você é maluco!—Exclamou Liam.
—Ah é mesmo? Mas me responde: que tipo de pessoa carrega uma cópia da pistola DL-44 Blaster e um modificador vocal em uma mochila?
—Eu só queria parecer legal, quando eu acreditei que iríamos encontrá-la.—Responde Liam.
Os dois amigos seguem o caminho de volta para casa, Ben sabia que iria ficar ser castigado por sua mãe. Liam também iria arcar com as consequências de sair sem avisar, causa preocupação e voltar para casa tarde. Aquilo não pararia os garotos, eles estavam certos que o melhor ainda estava por vim e estavam dispostos a fazerem mais.