4. Feliz Aniversário

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O sol tocava a face do experimento como uma mãe que beija o filho depois de tanto tempo sem vê-lo. O rapaz ainda corria, entretanto parou por um momento para observar as imagens e escutar todos os sons a sua volta.

Houve um baque de informações, uma explosão de cores e de sons nunca antes vistos ou sequer ouvidos. AZ7/01 olhava para os prédios e as lojas a sua frente, hologramas nos outdoors irrompiam no alto de sua cabeça, carros andavam na rua de um lado para o outro, pessoas passavam ao seu lado. Ele conseguia ouvi-las falar, ouvia a buzina dos carros, as músicas tocando nas portas da loja, os ambulantes que gritavam anunciando a sua mercadoria, assim como as múltiplas coisas que se encontra em uma cidade grande.

Aquilo o deixava totalmente confuso. A sua cabeça não conseguia raciocinar direito, seus ouvidos zumbiam e o ir e vir de coisas e pessoas diante de si só fazia com que ficasse cada vez mais transtornado.

Ele levou suas mãos aos ouvidos para tapá-los. O experimento não queria mais ouvir aquilo, queria apenas ouvir o som da sua própria mente, seus olhos também foram fechados e grunhidos baixos escapavam por seus lábios.

Aquilo não parava nem mesmo por um minuto.

Onde ele estava? O que era tudo aquilo? Por que havia tantas pessoas parecidas consigo? O que eram aquelas coisas grandes que se movimentavam? De onde estava vindo todos aqueles sons? Eram perguntas que perpassavam a mente do moreno.

Parem com isso! Parem com isso! Seu cérebro emitia uma ordem, só que ela não era obedecida.

Os grunhidos, que escapavam por seus lábios, ficavam cada vez mais altos ao mesmo tempo em que seu corpo começava a se balançar para frente e para trás.

Uma mulher, que andava na rua, deparou-se com AZ7/01 daquele jeito e pensou que esse tivesse fugido de um hospital a julgar pelas suas roupas. Sua mão pousou sobre o ombro do maior.

Em resposta, seus olhos castanhos transtornados se abriram para observar a mulher, que pensava se tinha feito a coisa certa ao se aproximar dele.

- Ei, está tudo bem? Está sentindo alguma coisa? – perguntava.

As sobrancelhas do experimento se uniram em curiosidade. Afinal, ele não a entendia. Em resposta, um grunhido baixo escapou por seus lábios.

- O que é isso? – a mulher já começava a ficar com medo. – Está tudo bem mesmo?

Os olhos do rapaz fitavam a mulher de forma intensa, assim como a sua face se aproximava dessa como se quisesse saber o que era aquilo. O que eram aquelas palavras que ele sequer conhecia.

No entanto, a mulher se assustou com a aproximação repentina e, pensando que o desconhecido fosse algum maníaco, bateu nesse com a sua bolsa.

- Não se aproxime! Saia daqui! Polícia! Alguém! Tem um maníaco aqui! – berrava.

Violet, que estava próxima ao local, ouviu os gritos e sinalizou para seus companheiros:

- Achei ele. Sigam-me.

O experimento não sabia muito que fazer. Apenas se manteve parado com um olhar curioso enquanto apanhava da mulher a sua frente. Entretanto, assim que viu Violet se pôs a correr mais uma vez e agora mantinha um brilho de medo em seus olhos. Ele não poderia ser pego.

- Ei, volte aqui! – a mulher berrava. – Ele está fugindo! O maníaco está fugindo!

Violet e John passaram pela mulher sem nem mesmo olhar para a face dessa, já Tao parou e disse:

Missão AZ7/01Onde histórias criam vida. Descubra agora