Um novo dia-capítulo 14

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-ANNIE
Acordei com ele fazendo carinho no meu cabelo, ainda sem abrir os olhos disse:
~Tem muito tempo que você tá acordado?
Me virei para olhar para ele.
Ele tinha o rosto meio amassado e seus olhos estavam meio inchados,mas continuava incrivelmente bonito.
Ele sorriu.
~Tem algumas horas.
~Horas?
Me levantei assustada.
~E porque você não me acordou?
Ele esticou os braços para cima e sorriu novamente. Alguém acordou bem humorado.
~Você parecia tão confortável dormindo em cima de mim, que eu não quis te acordar.
Decidi me deitar em seu peito de novo.
~Realmente eu estou bem confortável.
Ele deu uma risadinha e aproveitou para me abraçar.
~Então pode ficar o tempo que você quiser, eu iria adorar.
~Que horas são agora?
~Humm. (Ele resmungou)
~Ei, você não tá dormindo né.
~Não, só não quero saber as horas.
~E porque não?
~Porque dependendo das horas você vai querer ir embora.
~Eu acho que a gente perdeu a aula de hoje.
~Que bom!
~Vai que era importante. Talvez ainda dê tempo de irmos na de tarde.
~Porque é que você quer tanto ir para aula?
~Porque eu disse pros meus pais que me esforçaria e que minhas notas seriam boas. Essa foi a condição para eles deixarem eu vir para cá morar sozinha.
~Tudo bem, então vamos na aula de tarde. Mas tem uma condição.
~Condição? Qual?
~Você vai comigo.
~O que? Porque? Você sabe que as pessoas vão falar um monte de besteiras não é?
~Vão é? Que tipo de besteiras?
~Você sabe muito bem o que eles vão falar.
~Não sei não. Porque você não me diz?
Ele estava com uma cara de quem estava se divertindo as minhas custas.
~Eu não vou falar.
~O que você não vai falar? Que eles vão dizer que estamos namorando ou quem sabe que passamos a noite juntos?
Eu senti meu rosto esquentar.
~Tá vendo, você sabia e só queria me forçar a falar.
Ele riu.
~Claro que eu sabia, só queria ouvir você falando.
~Você sabe e mesmo assim que ir junto comigo?
~Você tá querendo me esconder por acaso Annie? Ou está com vergonha de mim?
~Não é nada disso, só não quero ficar com fama por algo que não aconteceu.
Ele riu de novo, ele tá se divertindo muito.
~E o que é que não aconteceu? Namorar comigo?Porque você realmente passou a noite comigo, eu só não disse fazendo o que.
~Você sabe muito bem que eles não vão pensar que foi uma noite inocente.
~Você tem razão. Se eu não conhecesse nós dois e olhasse agora do jeito que estamos eu realmente pensaria outra coisa.
Ele disse isso olhando para baixo.
Foi só nessa hora, que eu reparei. Estávamos os dois só de roupas íntimas, deitados um do lado do outro. Eu tinha me esquecido que não tínhamos vestido roupas e acabamos dormindo assim.
Se meu rosto já estava quente antes, agora ele estava fervendo.
Peguei a coberta que foi jogada para o lado durante a noite e cobri meu corpo com ela.
Ele sorriu.
~Você sabe que eu já te vi assim né? Na verdade eu passei a madrugada e a manhã olhando para você.
~Meu Deus você não presta, você aproveitou para ficar me olhando enquanto eu dormia?
~Sim.
Ele disse isso como se fosse a coisa mais normal do mundo. Fiquei brava e tentei me levantar para vestir minhas roupas. Ele puxou meu braço e em questão de segundos estava sobre mim.

-STEVE
Ela respirava profundamente.
~Me solta.
~Não.
Ela parecia ficar cada vez mais brava. Isso tornava as coisas ainda mais divertidas.
~Você tá me irritando, não devia fazer isso.
Isso me fez gargalhar.
~Você tá me ameaçando? Isso é bem divertido. Você não me parece meio ameaçadora.
Ela fechou a cara e me olhou como se eu fosse um monstro. E então ela chutou minha parte íntima.
Nessa hora eu senti uma dor inimaginável e acabei a soltando.
Enquanto eu estava com dor no chão, ela se levantou normalmente e vestiu suas roupas. Sentou e ficou me encarando.
~Vai demorar muito? Preciso ir para casa.
~É sério isso? Você por acaso sabe como isso dói?
~Não sei não. Agora levanta rápido.
Levantei e fui andando na direção da ponte.
~Não está se esquecendo de nada?
~Do que?
Ela olhou pra mim de cima a baixo.
Quando olhei para baixo vi que ainda estava de cueca.
Peguei minhas roupas e comecei a me vestir, quando reparei que ela estava me observando.
~Achou algo que te agrada aqui? (Perguntei sorrindo)
~Na verdade não.
Ela me respondeu tão seria que eu quase acreditei.
Terminei de me vestir, juntei as coisas.
~Pronta?
~Sim, vamos.
Fomos andando em silêncio até o carro. Entramos nele e me virei na direção dela.
~Pra onde quer ir?
~Pra casa, preciso tomar um banho e trocar de roupa.
~Ótimo, te deixo lá e te busco depois de uma hora para irmos para faculdade.
~Me buscar? Como assim me buscar?
~Nós vamos juntos para faculdade.
~Nós vamos o que?
~Você ainda está dormindo? Vou ter que repetir tudo?
~E porque você faria isso?
~Porque eu quero.
~E o que eu quero não importa?
~Nem um pouco.
Ela me olhou brava e começou a me ignorar.
Parei na frente da casa dela. Ela estava tão distraída que não reparou que já havíamos chegado.
~Chegamos.
Só então ela se virou para mim.
~Obrigada por ontem.
~De nada, vai se arrumar.
~Tá bom.
Ela desceu do carro e foi andando até sua porta. Até seu jeito de andar me atraí. Depois disso fui para casa e me arrumei. Terminei de arrumar em 30 minutos e fiquei esperando dar o tempo que eu disse para ela. Eu já estava ficando muito ansioso. Olhei no relógio só tinha passado 10 minutos desde que eu olhei a última vez. Comecei a andar em círculos na sala e olhei no relógio de novo. Olhei o relógio e nada do tempo passar. Logo que eu sentei meu telefone apitou. Era uma mensagem dela me avisando que estava pronta. Peguei a chave e fui sorrindo até a porta para ir buscá-la.
Quando cheguei na casa dela, desci do carro e toquei a campainha. Ela abriu a porta e eu fiquei bem surpreso. Ela estava com um vestido tomara que caia colado e preto. Ela estava linda como sempre, bonita até demais para ir para faculdade.
~Você vai ficar me encarando mais tempo? Porque se for me avisa pra eu me sentar enquanto isso.
~Porque é que está tão arrumada?
~Desde quando isso é muito arrumada?
~Parece que vai para uma festa.
~Você está vendo coisas, porque eu só estou de vestido e tênis. Nada demais.
~Tá tentando chamar atenção de alguém?
~Já parou pra pensar que tá me achando muito arrumada porque gosta de mim?
Fiquei pensando no que ela disse.
~É. Você tem razão.
Ela sorriu parecendo um pouco surpresa.
~O que foi?
~Não era pra você ter concordado.
~Eu não curto mentiras Annie. Agora vamos.
Entramos no carro e fomos até a faculdade com a Annie cantando a viagem inteira. Ela não cantava bem, mas a empolgação dela era contagiante. Chegamos no estacionamento da faculdade.
Desci do carro e reparei que ela não havia descido. Abri a porta dela e estendi minha mão pra ela. Ela desceu do carro ignorando minha mão. Fechou a porta e foi andando na minha frente. Andei bem rápido para alcançar ela e segurei sua mão. Ela tentou se soltar, mas isso só me fez segurar mais forte. E fomos entrando na faculdade com todos os olhos na gente.
~Qual sua aula agora?
~História.
~É uma pena queria ter aula com você.
~Tá ficando grudento não acha?
~Não sou grudento, apenas afetuoso.
Chegamos na porta da sua sala e ela soltou minha mão.
~Tchau.
~Onde você vai mocinha?
~Para aula né?
Ela me olhou parecendo bem confusa.
~Ah sim.
Pegou sua bolsa que eu estava carregando, sorriu.
~Obrigada por me lembrar.
~Na verdade era disso que eu estava falando.
A virei e a beijei.
Ela ficou bem surpresa, mas acabou me beijando.
Quando a soltei ela me olhou como se não soubesse o que falar.
~Boa aula, você pode ir agora.
Não dei tempo para ela responder, apenas me virei e fui para minha sala. Preparado para contar o tempo até o intervalo.

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