A escolha- Capítulo 29

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-STEVE
Eu paralisei quando vi quem estava em minha frente. Eu não o via desde o divórcio dele com minha mãe, ele nos abandonou para ficar com sua amante.
~O que você está fazendo aqui?
Ele parecia nervoso.
~Eu queria conversar com você meu filho e essa jovem quem é?
Ele diz olhando na direção da Annie que está calada, observando tudo.
~Não é da sua conta, não fale com ela. Você não acha que está muito tarde pra conversar?
A Annie aperta minha mão e eu olho em sua direção. Ela sussurra:
~Escute o que ele tem a dizer.
Eu respiro fundo.
~Sente-se e fale logo.
~Acho melhor eu deixar vocês conversarem sozinhos.
A Annie diz indo em direção a saída.
Eu seguro sua mão e sussurro em seu ouvido:
~Fique, eu não vou aguentar isso sozinho.
Ela apenas assente e nos sentamos no sofá.
Meu pai me olha parecendo nervoso.
Passados alguns minutos eu não aguento esse silêncio.
~Você veio aqui e não vai falar nada?
Ele suspira.
~Eu vim pedir desculpas.
Eu fico em choque.
~Porque?
A Annie só observa em silêncio.
~Eu preciso de um porque pra me arrepender?
~Sim, você precisa se passou tanto tempo assim.
~Minha mulher está grávida.
Eu rio de forma irônica.
~Ahh! Sabia que não tinha se arrependido.
~É claro que eu me arrependi.
~O que a gravidez da sua mulher tem haver com você estar aqui?
Ele suspira.
~Ela acha que como estamos começando uma família, não devemos ter nenhuma pendência pra trás.
Eu rio novamente.
~Então eu sou uma pendência pra você?
A Annie aperta minha mão.
~Não é isso pare de distorcer o que eu falo.
Eu fico com raiva e me levanto.
~Se veio aqui só pra não deixar nada pra trás se considere livre de qualquer responsabilidade.
Saio de lá e vou pro meu quarto.
Lá dentro eu não aguento e começo a chorar.

-ANNIE
Depois do Steve sair bravo, fico sozinha com seu pai que me olha com curiosidade.
~Meu filho não nos apresentou, você é?
Ele diz estendendo sua mão.
Eu olho sua mão e ignoro.
~Se ele não me apresentou é porque não viu necessidade.
Ele abaixa sua mão.
~Você devia ir embora.
~Você está me expulsando garota? Eu sou o pai dele.
Eu bufo irritada.
~Não finja que se importa, você já resolveu sua pendência. Já pode ir.
~Quem você acha que é?
~Eu sou a namorada dele e eu estou falando pra ir embora. Ele não te quer aqui e eu também não.
Ele se levanta bravo e sai batendo a porta.
Me levanto e tranco a porta, caso ele decida voltar. Me dirigo ao quarto dele e bato na porta.
Escuto alguns gemidos e abro a porta. O que eu vejo parte meu coração. Ele está encolhido no chão, abraçando as próprias pernas enquanto chora baixinho. Eu nunca imaginei ver o Steve tão vulnerável assim. Me aproximo devagar, eu não sei como consolar alguém. Eu devo falar algo? Talvez eu deva abraçar ele, mas e se eu me sentir mal?
Juntando toda minha força de vontade, eu decido que ele vale o esforço.
Me abaixo na sua frente e delicadamente o abraço. Ele me abraça de volta bem apertado. Eu sinto um leve incômodo e tento controlar minha respiração. O desconforto começa a passar e eu sorrio. Eu estou conseguindo. Estou me acalmando.

-STEVE
Reparo que a Annie parece desconfortável e me lembro do que ela me disse, então a solto.
~Me desculpe, eu não queria que tivesse me visto assim. Deve ter sido difícil pra você ter que me consolar.
A Annie se aproxima e passa seus dedos nas lágrimas que descem por meu rosto. Eu fico parado, sei que é difícil pra ela. Ela então se aproxima e me abraça bem forte. Fico parado deixando que ela se acostume a tanto contato físico. Ela pega meus braços e passa por sua cintura. Então eu a aperto e ela suspira.
~Eu te amo e sempre vou estar aqui pra te apoiar.
Eu sorrio e saem mais algumas lágrimas dos meus olhos.
~Eu também te amo, mas não precisa se forçar a isso.
~Não estou forçando, na verdade isso é muito bom.
Eu sorrio e a solto.
~Ei!
Ela está com um bico.
~Você deve estar com fome não é? Vamos te alimentar e aí você pode me abraçar o quanto quiser.
~O quanto eu quiser?
Ela pergunta animada.
~Serei todo seu para o que você quiser.
Ela se levanta empolgada.
~Então vamos comer.
Eu rio da sua animação.
~Cuidado Annie, se não eu vou entender que você não quer só me abraçar.
Ela se vira e sorri.
~Talvez seja isso mesmo.
Ela sai andando, enquanto estou em choque. Cadê a minha garota tímida? Eu rio e vou atrás dela.
A abraço por trás.
~Gostei da sua atitude.
~Estou aprendendo com você. Onde é a cozinha.
~Vem.
Digo mostrando o caminho. Chegando lá, ela começa a mexer nos armários e na geladeira.
Ela parece concentrada. Eu sento em um dos bancos que ficam ao lado do balcão e a observo.
~Quer pedir comida?
Ela tira algumas coisas da geladeira e me olha de cara feia.
~Não, comida caseira é bem melhor.
~O que vai fazer então, masterchef?
Ela sorri.
~Lasanha.
~Meu Deus, eu amo lasanha.
~Eu sei.

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