— O que faz aqui? — Era tudo que eu queria saber.
— Ben, meu amor, você precisa relevar! — Começou Clara, caminhando na minha direção numa tentativa falha de me abraçar.
— Epa! — Exclamei, erguendo minha mão simbolizando que ela não avançasse. — Não chega perto de mim!
— Não seja infantil!
— Infantil?
Coloquei minhas mãos no meu rosto. A imagem de vários corpos se movimentando como cobras que se enroscam em um covil voltava a minha mente.
— Você me traiu com várias pessoas ao mesmo tempo e ainda tem coragem de aparecer na minha casa! — Eu soltei, não aguentando mais aquilo estagnado na minha cabeça. — Eu nunca consegui entender essas coisa de traição, sabe? Se você estava infeliz comigo, o que não parecia, era só terminar caramba!
— É que não foi bem... traição. Eu só queria provar novas experiências! A minha amiga Queite até disse que você poderia curtir! — Justificou Clara, na cara dura.
— Clara, preste atenção! Aquela Queite é uma vaca. Devia estar querendo acabar com nosso namoro. Se você queria provar novas experiências, por que talvez eu não fosse suficiente para você, era só ter me avisado antes que eu terminava contigo e você faria o que quisesse sem estar em compromisso com alguém.
— Benjamin, vários casais fazem isso atualmente. É uma excitação a mais no relacionamento e...
— Ah, Clara! Cala essa boca e saia da minha casa, por favor. — Gritei. O cinismo dela era inacreditável. — E devolva a cópia da chave do meu apartamento. Não quero mais chegar aqui e dar de cara com você.
Clara ficou parada, me olhando incrédula. Enfiou a mão dentro de sua bolsa preta e retirou uma chave com um chaveiro de urso, que por acaso eu havia dado à ela, e me entregou com toda a raiva do mundo. Eu permaneci olhando para baixo, não suportava mais encarar aquele rosto sínico. Clara deu as costas e bateu a porta do meu apartamento, enraivada. Eu fiquei ali, destruído. Tinha acabado de viver uma madrugada incrível com a tal da Lana e não ia deixar Clara acabar com a minha paz. Enterrei a cópia da chave nas almofadas do sofá e fui direto para o banheiro tomar um banho para lavar toda a energia negativa da minha ex-namorada. Depois de limpo, me joguei de peito para baixo e braços abertos na minha cama e dormi mais rápido do que eu imaginei que iria. Logo, Clara foi sumindo da minha mente e tudo que eu podia fazer por ela era roncar.
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A Graça das Flores
RomanceAtenção::: História registrada! - Plágio é crime. - Há quem diga que o destino une as pessoas, que elas já estão destinadas a se encontrar. Há quem diga que a vida é feita de coincidências. No fim, se foi coincidência ou destino, não importa, pois e...