35 - Nós - Benjamin.

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Eu e Lana conversamos havíamos conversado sobre isso com toda paciência do mundo. Ela sabia que era o meu sonho e, o pior, é que eu também sabia. Mas, ainda sim, eu sentia que poderia escolher ficar em São Paulo com ela e com certeza não seria infeliz. Porém, se eu fosse pro Canadá, eu com certeza seria o cara mais feliz do mundo.

Na praça das flores, eu esperava ansioso por Lana. Sentado num batente que rodeava uma das fontes da praça, eu olhava pra todos os lados procurando por ela. Tinha acabado de sair do trabalho e eu e Lana havíamos combinado de almoçar juntos. Checando o relógio, notei que ela havia passado bastante do horário combinado. Enquanto Lana não chegava e eu ansiava, meu telefone tocou no meu bolso.

* Oi. Tive uma emergência e não vou poder ir te ver. Depois conversamos! * Lana.

Droga! Eu estava torrando naquele sol pra nada. 

Eu respondi a mensagem. 

* Tudo bem. *

Guardei meu celular no bolso e fiquei encarando os casais passeando na praça e as pessoas que atravessavam a mesma super apressadas pra chegarem nos seus trabalhos. Será que todo mundo faz grandes esforços pra manter um relacionamento, ou aquilo era só comigo.

Bom... — Pensei. Então vou almoçar! 

Levantei do patente com meu terninho calorento que me fazia passar mal naquele calor e fui andando para sair da praça. Do outro lado da rua, haviam restaurantes e lanchonetes que ofereciam ótimos almoços. Eu e Lana iríamos almoçar no Cusstellas, que era bem famoso por suas carnes típicas de todas as regiões do Brasil.

Entrando no restaurante, me sentei numa das mesas e comecei a encarar o cardápio. Tirei o meu blazer preto e o joguei na cadeira ao lado. Enquanto eu tentava escolher que prato eu iria querer, meu telefone tocou novamente.

— Eai, Rick!

—  Fala Ben! — Disse meu amigo, do outro lado da linha. A voz dele estava animada e era possível ouvir o que ele fala de longe. — O que ta fazendo?

— Eu acabei de sair do trabalho! — Respondi, voltando a encarar o cardápio na minha mão. — Vou almoçar agora!

— Trabalho? Ben, você ainda não se demitiu?

— Na verdade, não!

— Cara, a gente já conversou sobre isso! Você só tem mais um dia pra decidir se vem ou não!

— Eu sei, e como eu ainda estou decidindo, não posso largar meu emprego que acabei de conseguir! — Respondi. — Eu te prometo que... hoje de noite eu te dou a resposta, ok?

— Por mim, tudo bem! Eu falo por você, meu amigo! Ouça você mesmo! É uma grande oportunidade vir seguir seus sonhos aqui! — Começou ele. — Mas mesmo que decida não vir, sabe que vou te apoiar da mesma forma, não é?

— Acho bom mesmo! — Brinquei, deixando escapar um sorriso. 

Ele riu.

— Você... já comunicou seus pais?

— Eu liguei pra eles, mas falei por cima! Não dei muitos detalhes, mas eles parecem apoiar a ideia de ir pro Canadá.

— Tá vendo? — Disse Rick. — Devia ouvir seus pais também!

— Ata! Da última vez que eu os ouvi, fui parar na faculdade de direito, que não tem nada a ver comigo!

Caímos na gargalhada.

— Bom, você é quem sabe! — Disse Rick, por fim. — Preciso voltar pro trabalho agora! Vai me dar a resposta mais tarde?

— Vou sim! Já te disse.

A Graça das FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora