O "presidente" eleito

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Nota do Bolacha: Oi meus amores. Como eu sou bem filho da mãe, meu presente de natal pra vcs é o maior capítulo que ja escrevi dessa budega. Agora vcs desistem de mim -p kkkk curtam ^^

                             ***

Uma nova manhã trouxe um novo, tímido sol, que insistia em esconder-se atrás de densas camadas feitas de nuvens escuras, tempestuosas.

Já se passava das nove daquela manhã nublada e, nos interiores daquela antiga instituição de ensino, mais especificamente dentro de uma das inúmeras e vazias salas de aula, Fernando relia a conversa que travara com o garoto de cabelos e olhos claros, na madrugada que se passara, como que  numa espécie de tática de distração.

Esta no entanto, não era tão sucedida, uma vez que sentia seus nervos, a cada momento, tornarem-se majs agitados. Ainda assim, lhe distraía a cabeça.

Lia e relia, com um pequeno sorriso bobo nos lábios, a última mensagem encaminhada por Jair, após ter ido dormir.

"Durma bem, Fernando. Um forte abraço. <(^-^< ) "

Lembrava-se de ser daquela forma, que o garoto sempre se despedia de si, quando admitia, em certo momento da noite, já estar grogue devido as fortes medicações que tomava. Não podia deixar de achar adorável o fato de ter usado o emoji-abraçador.

O "emoji-abraçador" de Jair (invenção dele de alguns meses atrás) sempre vinha da direita, enquanto que o de Fernando sempre vinha da esquerda.

Lhe enchia o peito de alegria e de ternura, o fato de que, mesmo após meses e mais meses de rixa, ainda mantivessem a mesma relação amistosa - carinhosa, ariscava dizer - de quando se conheceram e se descobriram amigos.

Estava pensativo quanto à tudo aquilo. Dissera à Luíz Inácio na noite anterior que ainda tinha uma queda pelo garoto de cabelos e olhos claros. No entanto, algo em seu íntimo lhe dizia que o que sentia ía além.

"Ter uma queda é diferente de estar apaixonado, certo?", pensou e quase verbalizou.

Estava confuso, com certo receio. Talvez o outro não lhe correspondesse da mesma forma. Talvez o outro somente sua amizade.

O clássico clichê adolescente, estava vivenciando-o, e o achava bastante idiota.

Uma voz conhecida e cheia de sotaque lhe acordou de seus devaneios.

- Bah, Nando, que faz aqui? Já era pra ti estar na quadra, Gleisi já vai subir ao púlpito pra apurar as urnas. Bora, guri! - Manuela tagarelava, ao passo que adentrava a vazia sala de aula.

Fernando não pôde deixar de notá-la, naquela manhã em específico: usava um vestido de tecido leve e florido, rodado. Em meio aos fios curtos,  escuros e lisos, esvoaçantes, usava um delicadíssimo adorno. No pescoço, usava uma delicada pedra da lua lapidada, e largara os óculos em casa.

Estava diferente.

A última vez que a vira daquela maneira, fora na formatura do fundamental.

A garota se colocou à sua frente, tomando suas mãos, com delicadeza, como que quisesse lhe buscar.

Ela tirou uma mecha dos cabelos escuros da frente de seus olhos, revelando sua tonalidade clara, quando notou o olhar do moreno sobre si. Franziu o cenho e pendeu a cabeça levemente para o lado.

- Que foi guri? - murmurou, levemente desconcertada. O rosto de feições tão delicadas começou a tomar certo rubor.

- N-nada. - Fernando gaguejou, a voz quase não lhe deixou a garganta. Virou levemente o rosto e pigarreou de leve. - Ce tá linda, Manu. - confessou, com um riso tímido.

Hormônios, espinhas e eleições do Grêmio EstudantilOnde histórias criam vida. Descubra agora