Capítulo Onze

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Meu cérebro explodia pela vontade de gritar, chorar e tantas coisas desconexas mais.

— Já está em casa mamãe? — Assim que fechei a porta vi minha filha sentada na sala, um pouco distante.

Desanimadamente caminhei até o sofá e coloquei a bolsa sobre ele. Suspirei e fechei os olhos apoiando a cabeça na almofada ao lado. Melany estava a minha frente me encarando de um jeito meigo, carinhoso e um tanto preocupado. Aquilo serviu para que meu astral se elevasse, aparentando a ela que tudo estava bem.

— Sai cedo. Estou com um pouco de dor de cabeça — Menti, pois o motivo por ter chegado em casa as quatro era o caos que estava o escritório e Alexander.

Se passasse mais um minuto na presença dele uma bomba explodiria.

Por certo fiz uma tempestade em copo d'água apenas para me vingar. O objetivo não era me vingar dele por ter me chamado de vagabunda nas entrelinhas, mas por ter chegado a minha vida arrasando tudo e me fazendo pensar nele em todas as circunstancias, até mesmo quando olhava para minha filha.

Melany lembrava Alexander.

Seus olhinhos verdes eram tão lindos quanto os dele e a tonalidade muito parecida. O rosto, tom de pele e as bochechinhas rosadas. Até mesmo as caretas quando estava triste ou feliz se assemelhavam as dele.

O som das risadas... Tudo isso me irritava!

Até aquele momento Melany nunca me lembrado alguém que não seja eu. Pensei ser coisa de minha cabeça, mas as pessoas ao redor já estavam comentando.

— Se pudesse faria um chá para você e uma massagem bem gostosa, mamãe — Tombou a cabeça na almofada de forma meiga — Mas o gesso não deixa!

— Não tem problema meu amor — Me levantei e fui até ela. Abaixei e beijei seu rosto e sua testa — Mamãe está bem. Não se preocupe, é só estresse.

Vou tomar um banho quente e tudo ficará bem — Assentiu sorrindo para mim

— Onde está Amber?

— Está no banheiro — Voltou a ver seu desenho.

Subi para o quarto e passei a chave. Não que Mel ou Amber fossem me incomodar, mas era a forma que achei para me sentir protegida de alguém me ver chorando. Porque foi isso que fiz. Chorei. Esse verbo idiota começou a fazer mais parte de minha vida atualmente do que quando fiquei grávida. Chorar era comum agora por culpa daquele que se tornou meu problema todo.

Sentei em minha cama depois de tirar a roupa e peguei o telefone. Pensei em ligar para minha mãe, mas estava em Londres com meu pai de férias. Pensei em meu único amigo, Pierre, porém deveria estar no escritório correndo com todo pessoal para entregar as fotos que pedi. Até em Alice cheguei a pensar, porém se ouvisse minha voz era capaz de quebrar o telefone com razão.

Perdi a razão ao prejudica-los por conta de Alexander. Perdi a razão quando o deixei entrar em minha vida.

Foi ai que me dei conta... Sou totalmente sozinha. Com exceção de Melany, ninguém se importava comigo realmente. Ninguém ligava para meu bem estar ou para meu coração ferido. Ninguém.

Entrei no chuveiro e deixei a água quente cair sobre mim. Apoiei-me a parede e respirei lentamente. Meu plano foi por água a baixo, pois ficou bravo com Alexander por ele supostamente ter errado no envio das fotos. Todos se voltaram contra mim. Será que havia sido tão nítida minha intenção de prejudicá-lo? Na verdade tudo o que queria era que fosse embora.

Em Nome do Amor - Querido Secretário (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora