Capítulo 4

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Kira.

Fui até um lugar distante da vila, ele era escuro pois uma névoa branca ocupava o lugar da luz do sol que não se acendia ali por causa das árvores que tampavam o brilho de dia.

Na primeira vez que vim confesso que me deu medo, porque quando descobri esse lugar, mesmo tendo matado minha madrasta e minha mãe eu não era assim.
Isso foi me consumindo aos poucos, não sei explicar direito pois só sei o que eu senti, poderia jogar a culpa de meus pensamentos demoníacos na minha madrasta que me maltratava, ou meu pai que não ligava pra mim, e isso me enfurecia, mas não, não vou me fazer de coitadinha jogando fatos não tão ruins para cobrir quem eu me tornei.

Não me reconheço mais, desde quando formei uma personalidade doce e adorável de fachada, não sei ao certo o que é, não acredito em anjos e demônios, pra mim os demônios são os humanos péssimos da vida real e eu sou um deles, poderia dizer que não gosto do que me tornei mas se eu dissesse estaria mentindo... Devia ter matado minha madrasta mais cedo.

Se não existe um demônio que sussurra isso em meu ouvido então é minha mente que apenas debate sobre minha personalidade, quero dizer que no começo eu não queria ser dessa forma, mas melhor do que estou agora não dá pra ficar, isso me consumiu e me mudou totalmente, eu gostei da minha mudança.

Eu já estava cansada de presenciar uma luta constante dentro de mim onde uma parte me falava para me importar e sentir, amar o próximo mesmo que não seja recíproco, e a outra parte falava para mim não negar o que eu sou e aceitar meu outro lado. Então me entreguei totalmente à isso pois sempre que eu tentava fugir era em vão.

Era como se eu segurasse uma arma na mão, e sempre havia um gatilho que insistia em funcionar de acordo com os meus sentimentos, meus pensamentos e meus erros, já estava cansada de lutar contra isso então fui a fundo e hoje sinto que nada e nem ninguém consegue me fazer voltar.

Quando você é uma boa pessoa todos esperam o bem de você, qualquer erro que a pessoa cometa com você, você perdoa, mas quando você erra você é a pessoa mais cruel do mundo, muitas vezes errei e só queria a compreensão da mesma forma que eu dava mas não tive e me sentia culpada, eu era cheia de culpa e me arrastava pelo perdão, mas tudo mudou, hoje não sou mais assim, hoje não ligo mais pois não preciso do perdão de ninguém, não preciso de ninguém.

{...}

Eu coloquei seu corpo dopado no chão em meio as folhas secas que insistiam em cair daquelas árvores que mais pareciam mortas só esperando alguém para arrancá-las, o vento era muito forte e frio e beijava meu rosto fazendo com que meus cabelos voassem como se estivessem livres de meu corpo.

Eu retiro a faca que estava escondida em minha bota, e apenas fechei os olhos e senti tudo aquilo... o desejo de "Quero mais" o vento batendo e eu pensando em várias formas de torturar, mas hoje não, eu precisaria dela acordada para poder sentir o prazer na dor da mesma, mas ela está dopada, então só quero sentir seu sangue escorrer em minha mão e ouvir o leve barulho que a lâmina faz ao cortar sua pele.

Pego minha faca e posiociono a mesma um pouco à baixo de seus seios, seguro firme seu cabo e sorrio de lado já pensando em todo prazer que vou sentir quando ocorrer.

Eu enfio a faca em sua pele com força e seu rosto faz uma expressão de dor e parece ser uma dor insuportável, sorrio com meus pensamentos à observando e girando a faca com força ainda dentro de sua pele.
Fecho os olhos novamente e vou descendo a faca com toda a força que tenho mas lentamente e apenas escuto o pequeno barulho de sua pele sendo rasgada, isso é realmente bom, esse barulho... esse lugar... o sangue... me tornam quem eu sou.

Abro os olhos e vejo todo aquele sangue jorrando, é lindo, já estava com saudades. Quando percebo que já rasguei sua barriga deixo a faca no chão e coloco minha mão dentro do corte que era grande e profundo tirando algo que não reconheço, havia muito sangue em minhas mãos e eu massageava elas com ele.

Depois que já senti o prazer inicial decido acelerar, pego a faca e enfio com tudo ao lado do rasgo que eu tinha feito e rasgo novamente mas dessa vez rápido, fico de joelhos fazendo rasgos em toda sua barriga e braços, pronfundos e rápidos, começo a balançar minha cabeça de um lado pro outro fazendo com que meus cabelos balançassem, é como se eu estivesse feliz ao som de uma música, mas essa música na verdade era o prazer de matar.

Começo a rir sem parar encarando seu corpo sem vida, pego o sangue da menina e passo em todo o meu rosto gargalhando, subo em cima da menina e pego mais sangue e passo na cara dela ainda rindo.
Aproximo meu rosto lentamente do dela e nossos narizes se encontram.

-Você tá morta! Morta! Morta! Totalmente mortaaaa! -Falo sorrindo e olhando diretamente para sua boca.

Encosto minha boca na dela e mordo seu lábio, à beijo com vontade e depois afasto meu rosto do dela, mas permanecendo em cima de seu corpo.
Pego mais sangue e passo em sua boca, me jogo nas folhas me deitando ao seu lado.

A Cada morte, cada momento, cada tortura, cada dor prazerosa que vejo... Me completa cada vez mais, eu não me contentava, sei que ela não fez nada pra merecer isso... Na verdade fez! Entrou no meu caminho pra cá, eu viria sozinha e não mataria ninguém.

Ninguém vai a esse lugar, os moradores tem medo pois todos que entram aqui não saem, porque eu mesma me certifico de matar. Porém, ao invés de serem realísticos, eles contam uma lenda sobre o slender man fazer vítimas aqui. Os homicídios então não são por causa de uma mão humana, sem investigações, sem problemas pra mim.

E por isso guardo os corpos das minhas vítimas atrás das árvores, fui até um rio mais à frente e lavei minhas mãos e meu rosto.

Depois fui até a maior árvore que havia aqui, nela havia um balanço que eu mesma fiz. Fiquei me balançando de olhos fechados sentindo o vento frio, me sinto bem aqui. (Foto na mídia).

Pensamentos De Uma PsicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora