Pensamentos De Uma Psicopata

Capítulo 9

Kira.

Me dirigi até a grande casa dos fundadores, ela era linda de fato, subi as escadas em direção a porta de entrada, dei uma olhada na roupa que vestia e me organizei, coloquei um sorriso no rosto e finalmente estendi a mão para bater na porta.

-Pois não? -Uma mulher que nunca tinha visto me pergunta.

-A Dayla está? -Falo e dou um sorriso.

-Está sim, você é uma amiguinha dela? -Eu assinto com a cabeça e a mesma abre passagem para que eu entre.

Eu entro e me encosto num canto da casa que era grande, e parecia ter dois andares.

-Vou chamar ela, espere aqui -Ela fala e sai.

Percebo como é fácil entrar aqui.
Eu começo a olhar cada objeto daquela casa, como se fosse uma detetive, até que vejo umas cartas em cima de uma mesinha ao lado de flores.
Me direcionei até a mesinha e peguei as cartas, que agora que estou com elas em mãos, posso ver corações desenhados.

Sinto uma dor repentina em meus olhos e os fecho, sentindo algo duro em minhas mãos, não sinto mais a textura de papel, arqueio as sobrancelhas estranhando e então abro os olhos encarando minhas mãos, e então percebo que eu segurava uma faca cheia de sangue, fiquei confusa por me lembrar da carta com corações, mas logo a confusão da lugar à necessidade, comecei a suar frio por necessitar de um corte, um corte pelo menos, rasgando nem que fosse um animal qualquer. Percebi naquela hora o quanto eu sou dependente daquilo e o quanto não consigo parar.

Minhas mãos começam a tremer, eu olho ao redor desesperada por alguma pessoa se quer para atacar ligeiramente, e percebo que não estou na casa dos fundadores e sim na floresta onde coloco os corpos das minhas vítimas, ao lado de meu balanço, quando vejo aquele lugar, lembro da primeira vítima que fiz lá, o prazer que senti no momento... uma necessidade de ter um momento como aquele percorre meu corpo fazendo com que minha respiração ficasse rápida.

Tento me controlar e pensar aonde eu estava e como fui parar nesse lugar e no meio daquela aflição toda me lembro que não teria como eu ter vindo pra cá sem me lembrar, é só um pensamento... só a necessidade falando alto demais... eu estou na casa dos fundadores então se controla Kira! Droga!.

Isso vai estragar com meu plano! Se alguém chegar e me ver na casa dos fundadores desse jeito podem desconfiar de algo.

-Para! Para! -Eu repito essa palavra várias vezes com a mão na cabeça, com a intenção de que voltasse tudo ao normal, mas ainda sim sentia uma faca que não lembro de ter pegado em minhas mãos.

Eu perco as contas de quantas vezes tentei tirar a faca das mãos, mas ela parece estar grudada, e a cada momento que eu via que não iria conseguir meu coração disparava e eu começava a suar frio.

Até que olho pra frente e vejo Belchior com uma arma apontada pra mim, arregalo os olhos e tudo o que penso é em como vou salvar minha vida esquecendo aonde eu estava, até que a arma dele some no ar, e o mesmo me olha desesperado por estar sem proteção.

Não posso matar ele! Pelo menos agora não! Se ele morrer, o plano dele de me prejudicar morre com ele e nunca vou saber o que é, vou estar desprevinida, não vou poder fazer ele desistir à tempo de salvar sua própria vida, assim salvando a minha.

Desculpas... Desculpas... E mais desculpas... Até quando Kira? Até quando vai deixar as pessoas se aproveitarem de você assim como Anna fez?.

Mas é tudo questão de planejamento, não posso sair matando todo mundo, vão perceber e eu posso ser internada.

Acaba com isso logo, ele com certeza está tramando contra você, não seja frouxa, mate ele pra que não perca a manha deixando pessoas como Anna se aproveitarem de você, você sente, você sabe, você tem que matar ele, você precisa sentir...

Minha respiração aumentava ainda mais e eu me sentia sufocada, então sem ao menos pensar corro até Belchior e enfio a faca na barriga do mesmo que me olha com uma expressão de dor tremenda, ao perceber o que eu fiz, eu fecho os olhos e suspiro, aproveitando o momento, as vozes tinham razão, eu precisava! Tudo que eu estava sentindo de ruim... passou.