Laura
Toda menina desde pequena é naturalmente influenciada a idealizar o relacionamento perfeito. Assistimos contos de fadas que ludibriam nossa expectativa amorosa, como por exemplo : Cinderela, Branca de Neve, Bela adormecida, Rapunzel e qualquer outro que tenha um príncipe encantado. O que afeta drasticamente o nosso futuro, pois nos ilude e depois arcamos com a consequência dá verdadeira realidade.
Comigo não foi diferente, logo cresci sonhando com um marido igual a esses príncipes. Aquele por quem eu me apaixonaria, viveria a emoção avassaladora do amor e por fim me casaria, tendo o meu " Felizes para sempre '' . Era o romance dos sonhos, uma vida perfeita, como nos contos infantis.
Eu não sou dessas meninas totalmente sonhadoras, tinha também uma parte realista e mais centrada dentro de mim, aquela qual recebi influência do meu pai, não diretamente mas se não fossem seu desprezo ao profissionalismo feminino eu nunca me interessaria em provar a ele que era diferente e capacitada, logo contou como positivo. Pois como diziam por ai existem males que vêm para o bem...
Antes de casar queria me formar e mostrar ao meu pai a capacidade de assumir os negócios da família. Esse era o foco da minha vida.
Não foi exatamente o que aconteceu. Assim que fiz 18 anos o Jonas pediu a minha mão para papai e obviamente ele cedeu na hora, pelos mesmo motivos repugnantes de sempre. Deixou os negócios falarem mais alto, a boa sociedade, o dinheiro e o poder.
Não me priorizou, não perguntou o que desejava, nem mesmo me ouviu. Conservador, parecia que estava vivendo séculos atrasados. Eu tinha algum direito nessa história? Infelizmente não, nas famílias ricas algumas coisas se mantinham congeladas no tempo. Casamento não era por questão de amor e sim de laços e lances financeiros.
Jonas era de uma família boa e logo assumiria a empresa do pai, ou seja, é rico e tem uma herança lucrativa.
Só eu enxergava o problema disso tudo, para mim era o fator mais importante, eu não o amava. Sequer o conhecia. Esse era um luxo que não teria na vida.
Ele sempre andava atrás de mim nos grandes e nobres eventos, mas não nos dávamos muito bem. E olhe que não foram poucas tentativas..
Fui obrigada a entrar nesse casamento que foi construído com um único sentimento - o interesse, destruindo assim meu sonho infantil e me fazendo acordar para realidade.
As coisas não são como nos contos de fadas. Na nobreza que vivo, os valores econômicos são mais importantes que os sentimentais, esse era o meu mundo e não podia fugir dele. Casei com Jonas.
***
Nos primeiros meses de matrimônio fiquei muito fechada e irritada com o Jonas, custava aceitar o meu destino e também não facilitaria para ele. A sentença estava assinada mas eu não pagaria sozinha. Foi uma luta.
Apesar do seu jeitão fechado ele sempre me tratou bem, sendo gentil e mantendo o respeito no nosso relacionamento, coisa que me fez começar a admira-lo. Assim foram abrindo espaços para novos sentimentos...
Com o passar do tempo construímos um laço de amizade e adquirimos confiança. Conversávamos sobre tudo que acontecia no nosso dia-a-dia, ele me ajudava a estudar, se interessava em me conhecer e era extremamente prestativo.
Água mole e pedra dura, tanto bate até que fura... Tínhamos algum tipo de relação.
Um fato muito importante é que ele me incentivou na faculdade até eu estar pronta e formada. Foi por ai que estabelecemos algum tipo de sentimento recíproco.
Eu não amava ele como meu homem, minha alma gêmea, não era a paixão dos meus sonhos mas era uma pessoa que estava se tornando cada dia mais importante e essencial na minha vida. Fazia parte de mim, mesmo com seu jeito diferentão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Escolhido
RomanceNÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 18 ANOS ! Na vida nem sempre encontramos o amor assim de primeira, precisamos errar e tentar de novo, errar e tentar mais uma vez... Até acertamos. Perdidas e desiludidas com o amor, as mulheres de O Escolhido, mostra...