O Escolhido

Capítulo 48

Marcos

Meu rosto ainda doi do tapa que ela me deu. Essa mulher é louca? Nunca alguém sequer discutiu comigo,  imagine tocar em meu rosto!  Isso fez crescer um ódio temeroso sobre mim.

Como pode uma pessoa surtar assim tão fácil? te bater e depois fugir? Posso está muito retado pela atitude dela mas vê o táxi sendo arrastado causou um buraco no meu peito. O que significaria aquilo?  Ela me deixou? Será que eu deveria ir correndo atrás dela? Mais que tipo de homem eu seria se fizesse isso? Daria abertura para ela me bater quantas vezes quiser, isso sim é falta de respeito.

Não imaginava aquela mulher tão doce e amorosa maluca desse jeito, talvez seja sua origem, esse povo sem condição costumam ser agressivos.  Eu quero isso para minha vida?

Como posso ficar com uma mulher que vai sair por ai me estapeando na rua? Oooh porque isso Aline, você estava tão perfeita.

Decido que não vou na casa dela, na verdade se ela quiser venha se desculpar por ter me batido. Rezo muito para que isso aconteça.

Sempre fui orgulhoso, no meu estado normal ja teria esquecido essa mulher, mas até agora ela não saiu um minuto sequer da minha cabeça,  dirigi o caminho todo preocupado se ela estava bem, se ja tinha chegado em casa.

Peguei meu copo de wisk e fui para meu quarto. Como ja tinha decidido antes eu não iria ficar feito um idiota atrás de uma mulher que me bateu e alterou para cima de mim.

AAHH QUE DESAFORADINHA teimosa e linda e doce... e eu não devo pensar isso, não devo pensar nela.

  Tomo um comprimido para me ajudar no sono e em questão de minutos durmo.

***

Acordo pedindo para que tivesse sido um sonho, que Aline ainda estivesse comigo e que o nosso relacionamento ainda esteja doce e amoroso, sem brigas e sem tapas, mas infelizmente não estamos nada bem.

Eu não vou dar o braço a torcer, se ela quiser que venha se desculpar.

Me arrumo e vou para a empresa.  Ela ja está lá como sempre. Passo direto sobre Aline e ando o mais rápido que posso, se eu olhar para ela ou ficar perto é muito possível que caia de quatro feito um bobo e peça Desculpas.

Mas dessa vez foi ela quem errou.  Entro na sala e tranco a porta, fico andando de um lado para o outro. Sensações de sufoco tomam conta de mim.

O que estou fazendo?? Dizem que quem ama perdoa não é?  que o amor não é orgulhoso?  Demoro vários minutos em conflito com minha mente até que decido ir ver Aline.

Saiu da sala e a vejo entrando na sala com Laura. Quando chego perto da porta escuto ela gritar.

- NOSSA TO MORRENDO DE RAIVA DELE LAURA.

- Meu deus, você está pior do que eu pensei. Conte-me o que aconteceu.

- Nos discutimos,  ele ofendeu uma pessoa que eu gosto muito e aquilo levou à discussão ao limite. Ele gritou comigo e eu bati no seu rosto e depois não guentei ficar ali naquele horror, peguei um táxi.  - sua voz vai diminuindo.

- E você esperou que ele fosse atrás ? - laura conclui.

- Simm, que idiota. Não sei porque pensei que funcionaria. Ele não é homem para mim e eu também não sirvo para ele. - Aline diz triste e decidida. MAS QUE MERDA.

- Não fique triste amiga, dê tempo ao tempo. Ele ainda vai te procurar tenho certeza.

- Hoje ele nem sequer olhou na minha cara. Nós com certeza acabamos. Passamos dos limites ontem e pelo visto tudo foi terminado. - estava pronto para invadir a sala até ouvir ela dizer - mas eu não estou triste,  irei tocar minha vida, hoje mesmo sairei para conhecer outra pessoa. - Oquee?? SAIR PARA CONHECER OUTRA PESSOA? mas assim tão rápido? ?

Ódio e ciumes percorrem meu corpo e volto para minha sala correndo. Me sentindo o maior trouxa do século.

Foda-se esse tal de amor. Ela não me ama, já quer outro.  Sair com alguém? 

Só se for por cima do meu cadáver.

Fiquei sem trabalhar direito; meu coração brigava com minha mente, confusão tomava meu peito.  O que eu iria fazer?

Maldito amor.

" As pessoas que mais gostamos são as que mais nos decepcionam, pois pensamos que são perfeitas e esquecemos que são humanas."
-Giulia Passagem