Erick
Tudo aconteceu muito rápido. Primeiro soubemos que nossos bebês eram um casal. Isso surpreendeu a todos. Logo depois veio os planejamos para o casamento de Aline.
Ela teria um garoto. Sortuda, ninguém para comer sua filha.
Sim sei o que vocês estão pensando. Eu posso comer a filha dos outros mas não podem comer a minha? Exatamente. Nenhum rapaz iria tirar a pureza de minha garotinhaa. Egoísmo? Hipocrisia? Futilidade? Machismo? Foda-se é a minha filha.Imagina você criar aquele anjinho com todo carinho e depois vem um imbecil sem cérebro e estraga sua meninha? Levando sua inocência, usando seu corpo. Sim penso assim mesmo. Ja estava definido, minha filha só transaria depois de se formar.
Já meu garotoo... esse sim faria um estrago.Ta me achando mais idiota agora? Acostume com isso. Todo homem é assim. Fato da vida.
Batizamos como Davi e Júlia. Sempre quis ter um menino e iria por esse nome sem dúvida. Homenageando meu avô de criação. E a pequena juju foi Laura que escolheu. Por ser o nome que ela sempre quis.
Mulheres tem essa mania de pensar em casamento e filhos desde a infância. Elas decidem tudo bem antes do que deve, por falar em decidir lá estávamos nos conversando sobre as coisas que teríamos que comprar para receber nossos bebês.
Tínhamos que preparar a casa e todo o resto. Mal estávamos acostumados com a vida de noivos imagine com os filhos, era tudo novo.. Não posso negar que será difícil, assim como todas as coisas novas são, mas estou super ansioso e animado com essa nova vida.
- Vamos no shopping hoje comprar os móveis amor? - Laura diz animada.
- Sim.. os móveis, as mamadeiras, os carrinhos, roupas, sapatos, fraldas.. - a lista parecia não ter fim e para melhorar a situação tudo teria que ser em dobro..
- Sobre as roupas e os sapatos.. eu já comprei suficiente para os primeiros meses pelo menos. - Laura confessa, ela faz uma cara de quem foi pega no flagra. Como assim já tinha comprado as coisas?
- Mas acabamos de descobrir os sexos amor. Como você já comprou? - Estou confuso.. e ao ver aquela carinha de malandra culpada já sinto medo do que vai vim por ai..
- Sabe amor. Lembra quando eu e Aline fomos ao shopping comprar umas roupas por causa da gravidez. Então.. Passamos na frente de uma loja de roupas de crianças, as roupas eram tão lindas que não conseguimos resistir, não sabíamos se seria menina ou menino mas eram três bebês, não era possível que viesse tudo o mesmo sexo.. logo compramos roupas e sapatos para os dois sexos.. acabamos nos empolgando um pouco e compramos mais do que deveria.. mas veja pelo lado bom, temos um casal. - Eu não sabia se ria ou se chorava. Ela estava louca?? Entrando por ai em lojas e torrando dinheiro sem ao menos saber os sexos.
Estava confuso, menos rico e com certeza nervoso... mas ai ela começou a fazer aquela carinha de quem não tinha culpa, aquela carinha que conseguia tudo que queria... que me ganhava.
- Ok amor, já passou, tivemos sorte de serem um casal mas agora você promete se controlar e comprar apenas o que realmente tem que se comprar?? - peço com calma.. ela pensa pensa pensa ...
- Irei tentar ao máximo me controlar, isso eu prometo. A partir de agora compraremos apenas o necessário. Inclusive nessa saída para os móveis. Tudo bem? - você acreditou nisso?? Nem eu.
Para todos aqueles que acreditaram, saibam que são uns inocentes. Não sei oque foi mais besta de se acreditar.. que ela se controlaria ou que essa saída para comprar os móveis seria fácil e prática.
Seria uma loucura.. E a loucura começou com a decisão dos quartos. Primeiro teríamos um quarto para cada filho, o rosa da menina e o azul do menino.. mas ai Laura decidiu que seria mais complicado cuidar deles em quartos separados logo no primeiro ano colocaríamos no mesmo quarto. Para mim era simples. Ou colocava amarelo e depois juju ficava ou verde e depois Davi ficava, eram cores que serviam para ambos.
Mas Laura insistiu que os quartos quando eles estivesse separados seriam azul e rosa. Logo teria que haver uma outra reforma. O que eu fiz? Tive que concordar e ficamos com o quarto amarelo claro que servia para ambos.
Ai vinha a parte mais fácil, colocar os móveis. Para mim seria tudo branco, combinaria com os dois e não existiria problema.
Inocente mas uma vez. Laura queria comprar algumas coisas coloridas para dar vida e beleza ao quarto, começou a me mostrar varias coisinhas que eu sequer sabia o que era e para que servia.Logo no inicio tentei dar minhas opiniões sinceras e segurar nos valores. Mas aquilo começou a passar e passar, cada vez mais confuso, não conseguia imaginar como ela imaginava e saber onde por.
Então depois de uma hora aprendi com seu olhar oque ela preferia e comecei apenas a concordar com tudo e escolher o que sabia que ela queria. Tudo ficou bem menos cansativo. Já nem olhava direito apenas confirmava, parei de pensar no dinheiro pois já estava fodido mesmo...
Durante um dia inteiro fiquei rodando com Laura e Miguel pelo shopping, ela estava na cadeira de rodas claro, afinal com aquele barrigão não podia ficar andando muito, o que sobrou totalmente para mim, ela apontava e eu tinha que pegar e ir atrás das coisas... Chegou um momento que já agia como um robô, só pegava concordava e pagava. Estava ligado no automático, praticamente surtando.
Chegou a noite e quando finalmente decidimos ir embora, onde pensei que tinha adiantado muita coisa. Laura diz e me deixa louco.
- Que bom que deu para comprar algumas coisinhas.. teremos que vim muitas outras vezes claro, mas na próxima Aline pode ajudar. - Algumas coisinhas??? Eu iria mesmo enlouquecer. Imagine até o nascimento desses bebês o tanto de vezes que iriamos ao shopping.
- Precisaremos mesmo de reforços. - uma ideia surgi na minha cabeça, sei a mulher ideal para ajudar.
Seguimos para casa. Entro no carro depois de séculos me virando com Miguel para colocar todas aquelas compras. Não sei o que doía mais. A cabeça, o corpo, o coração ou o bolso. Nunca fui canguinha e tenho dinheiro, mas aquela mulher me levaria a falência.
Lá estava um Erick bastante cansado, com fome, sono e muito nervoso.. Já pensando sobre as mil vezes que isso aconteceria de novo, pensando em quando as crianças nascessem como seria.
Precisamos urgente arrumar babas. Estava ficando louco?? Estava sim. Precisava mesmo urgente de um descanso.
Chegamos em casa, os empregados ajudam a tirar as compras do carro e colocar no quarto. Acho que teria que contratar mais pessoas. Comemos um jantar divino e começo a relaxar um pouco mais. Laura percebe minha aflição e começa a rir da minha cara.
- Porque está rindo de mim? - pergunto curioso.
- Estou apena rindo.. muito engraçado essa sua cara de acabado. Acho que meu noivo está querendo cuidados... está querendo relaxar o corpo.. Talvez possa dar um jeito nisso.- conheço sua carinha de safada.. sim ela tinha mesmo que me compensar.
- AAH simm, quero uma massagem. - peço dengoso.
- Vamos para cama, te darei o que quer.- o que fazer depois desse convite??
Não importa o quanto de cansado eu estava antes, energia renovada.
Pego-a no colo e levo para o quarto, seus cabelos estão cheirosos roçando meu ombro, seu olhar está brilhando e com fogo ao mesmo tempo. A barriga está grande, o que me faz agir devagar. De hoje até o nascimento desses bebês iremos fazer um amor frágil e calmo. E depois talvez não dê para fazer selvagem nos primeiros anos por causa das crianças.. Mas valeria apena. Com ela vale qualquer loucura, shopping, cansaço, gasto, dores de cabeça, problemas familiares, por ela e com ela vale qualquer coisa." Muitas pessoas têm a idéia errada do que constitui a felicidade verdadeira. Ela não é alcançada através da auto-satisfação, mas através da fidelidade a um propósito digno."
-Helen Keller
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O Escolhido
DragosteNÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 18 ANOS ! Na vida nem sempre encontramos o amor assim de primeira, precisamos errar e tentar de novo, errar e tentar mais uma vez... Até acertamos. Perdidas e desiludidas com o amor, as mulheres de O Escolhido, mostra...