O Escolhido

Capítulo 40

Aline

Não posso negar que os momentos passados com Marcos foram ótimos, fui tratada tão bem como jamais tinha sido antes, pena que ele estragou tudo e consequentemente acabou com a minha vida.

Como pode ser possível sair pouquíssimas vezes e se apaixonar?  Merda. Eu estava completamente apaixonada e era muito difícil ter que combater esse sentimento todos os dias, principalmente quando eu não parava de me encontrar com ele.

Marcos poderia ter continuado sendo um completo idiota e traidor que era. Mas ele pareceu ter mudado.  Ficou atrás de mim pedindo desculpas,  chegou a mandar flores para a minha casa. O que tornou tudo ainda pior. 

Como poderia esquecer aquele homem desse jeito??   Mas como eu poderia confiar nele novamente? ?

Além do mais eu e Laura agora somos amigas. Nunca tive uma amiga de verdade antes, tudo estava ocorrendo tão bem e não quero estragar essa amizade por causa de homem nehum. 

Principalmente que já feriu nós duas.  Não era certo comigo e nem com ela.

Os dias foram passando e parece que ele finalmente parou de correr atrás de mim. Estava me dando espaço e eu não estava gostando nada disso. Por pior que fosse a tortura de resistir a Marcos, ser afastada doía mais. 

Como se eu ja não estivesse confusa suficiente Laura começou a me dar conselhos sem sentido.

Meio que colocando a possibilidade dele está afim de mim, querendo que eu desse uma chance ao pobre coitado. Pobre coitado??? Ele era um safado.

Tomei um susto imenso quando ele caiu na minha cadeira no bar, bêbado para completar. Por mais sacana que ele fosse não merecia ficar daquele jeito.

Prometi leva-lo até sua casa e só depois que Marcos adormeceu no meu colo pude perceber a burrada que tinha feito.

Ele estava ali quieto, tão lindo. Meu coração estava apertado e mal percebi que estava prendendo a respiração. 

Acariciei seu cabelo com carinho e beijei. Podia aproveitar um pouco afinal ele estava dormindo e eu estava com tanta saudade de toca-lo.

Sentir sua pele novamente foi como acender uma luz no abismo, meu corpo inteiro vibrou. 

Chegamos no seu prédio e tive que sacudir bastante para ele acordar.

- Vem Marcos, desce desse maldito carro. - tive que puxar seu braço forte pois ele ainda estava bêbado e desequilibrado.

- Amor você vai entrar comigo? - ouvir aquelas palavras carinhosa fizeram meu coração apertar.

- Eu não sou seu amor e não vou entrar com você. - digo mais rígida que posso.

- Mas eu estou com fome. Vai me deixar cozinhar desse jeito? Posso incendiar a casa. - ele estava jogando pesado. Mas o que eu podia fazer? Deixar ele causar um incêndio?  Tive que ceder.

- Vou fazer algo para você comer e depois irei embora. Não insista ok?- ele balançou a cabeça confirmando.

Seguimos para sua casa, ela era luxuosa mais dava para perceber a falta de identidade que tinha. Era simplesmente uma casa que foi feita pelos outros sem nenhum toque pessoal. Homens....

Ele sentou em um banco e ficou me olhando. Paralisei com aqueles olhos triste me implorando perdão. Merda como era difícil ficar longe daquele homem. 

Comecei a fritar ovos com bacon. Não precisava olhar para trás para saber que ele estava me secando. Podia sentir. Descongelei um macarrão e coloquei tudo no prato,  jogando para Marcos.

- Você não vai comer amor? - Céus ele não iria parar de me chamar assim.

- Não estou com fome. E já posso sair agora.- seu rosto tomou desespero assim que ameacei ir embora.

- Esta tarde Aline. Durma aqui. Não pode pegar um táxi esse horário. É perigoso.

- Não vou dormir aqui. 

- Eu fico no sofá enquanto você pode dormir no meu quarto. - ele falava sério. Mas será mesmo? Realmente estava tarde e perigoso. Mas também era um perigo ficar aqui com esse homem.

- Não vai acontecer nada comigo. Não precisa se preocupar, eu ja vou. - Marcos levanto imediatamente e segurou meus braços, seus olhos de cachorro pidão me prenderam.

- Amor eu juro que não irei tentar nada, jamais te desrespeitarei de novo. Só vou te tocar quando você quiser.- merda eu realmente queria que ele me tocasse agora. Estava quase enlouquecendo e ele continuou. - Deus sabe que não conseguirei ficar em paz sabendo que você corre perigo andando por ai esse horário. - Ok depois dessa fui vencida.

- Você dorme na sala. - seus olhos se encheram de felicidade,  o que me deixou mais perdida.

- E não irei te incomodar eu prometo.

- Ta bom então. Eu fico - um sorriso cobriu seu rosto de uma orelha a outra. Merda ele era perfeito.

" Quantos vivem toda a vida sem descobrir o que sabem e amam?
Tantos.
Não ser um desses é essa a tua missão."
-Richard Bach