Capítulo 18

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Erick

Sentamos cada um em uma ponta do sofá. Ganhar aquela aposta seria uma vantagem boa para mim. Um pedido no qual a Laura tivesse que obedecer. Poderia sentir pena.  Sendo mulher é claro que ela irá perder. Chega ser injusto.  Mas quando observo sua face com coragem e determinação não consigo sentir pena alguma. Única coisa que me concentro agora é em ganhar.

Ela decidiu que jogaríamos Call of duty. Poderia mata-la pelo menos em um jogo. Desejo realizado. Percebendo meu pensamento ela me encarou de uma forma como se já estivesse certa de ganhar.

Curioso pergunto.

- Já jogou isso antes?- essa mulher as vezes é estranha.

- Claro. Sou a única menina de 4 filhos. A propósito quem você acha que é dona desse xbox? - ela fala com um sorriso orgulhoso no rosto.

- Não brinca . Não pode ser você. - estou realmente desacreditado.

- Na verdade foi um presente do meu irmão do meio. Como uma forma de lembrar a nossa adolescência. Só usei com ele. Não jogo a muito tempo mas isso nao impedirá minha vitória. - desafia com a cara linda. O que? Esquece..

- Não comemora antes. Será mas fácil de aceitar sua derrota. - provoco.

- Ai depois você acorda garoto. Vamos começar logo.

A batalha segue pau a pau. Não imaginava que ela realmente sabia jogar. Tinha uma boa agilidade de mira mas eu sempre encontrava antes. O tempo passou sem que pudéssemos notar. A muito tempo não me divertia com tanta simplicidade.

Acho que nunca joguei com uma mulher. Talvez eu esteja um pouco enganado sobre o tipo de mulher que Laura é.

Ela me matou mas uma vez empatando o jogo e então disse.

- Quem matar primeiro agora ganha a aposta. - ao dizer essas palavras pude encarar seu rosto. ela estava tão linda, sem feição de estresse ou irritação. Com aspecto de concentração e diversão. Aquilo com certeza me enfeitiçou.

Então foi notando sua beleza e fragilidade que me distrai suficiente pra que ela me matasse. Ganhando o jogo. Merda.

Aquilo deveria me deixar muito puto. Mas eu só consegui sentir uma onda breve de felicidade enquanto via ela pulando feito louca, balançando os cabelos e com sorriso de uma ponta a outra. Parecia um anjo.

- Perdeu perdeeuu. E a vitória vai para Lauraaa - diz como se fosse um narrador de rádio. Aquilo me faz rir. Nunca vi dessa forma. 

- Eu deixei . - nesse momento ela aperta os olhos e abre a boca apontando o dedo pra mim.

- Meu pedido ficará mas cruel com essa sua mentira. - coloco a mão no coração como se ela tivesse me atingido.

Merda. Quem eu estou enganando?  Essa mulher acabou de me atingir, profundamente bem no coração.

" A verdadeira serenidade não é ausência de paixão, mas a paixão contida, ímpeto domado."
- Georges Duhamel

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